quarta-feira, 11 de julho de 2018

Neofascistas na final da Copa. Por Larissa Bernardes

Neofascistas na final da Copa. Por Larissa Bernardes

 
Vulkojevic e Vidas entoam saudação fascista (Foto: Reprodução/Twitter)
A Seleção da Croácia derrotou os ingleses nesta quarta-feira (11) e garantiu sua vaga na final da Copa do Mundo contra a França. No entanto, não foi só o futebol que chamou atenção.
Alguns de seus jogadores e membros da comissão técnica deixaram claro seu envolvimento com movimentos xenófobos, ultranacionalistas e até neonazistas, que ainda são bastante fortes na Europa.
Logo depois das quartas de final, o zagueiro Demogoj Vida e o assistente técnico Ognjen Vulkojevic apareceram em vídeos dizendo “Slava Ukraini”, expressão que pode ser traduzida como “Glória à Ucrânia”. Veja aqui e aqui.
A frase parece inofensiva, mas, na verdade é uma saudação utilizada por milícias neofascistas na Ucrânia na época da Segunda Guerra Mundial. Era o equivalente local ao “Heil Hitler” nazista.
O vídeo causou grande impacto na Rússia, o que levou ao afastamento do assistente. O zagueiro Vida foi apenas advertido pela Fifa.
A desgraça não para por aí.
De acordo com um jornal argentino, os jogadores da seleção croata cantaram a música “Bojna Cavloglave”, da banda Thompson, em comemoração no vestiário. A letra é conhecida como um hino nacionalista e foi criada durante os anos da guerra de independência contra a Sérvia.
A música começa com “para nossa casa, estamos prontos”, um símbolo do Ustasha, uma organização paramilitar da Croácia que colaborou com os nazistas durante a Segunda Guerra e continuou exercendo influência no país mesmo depois do fim dela.
As canções da banda são entoadas pelos torcedores nos estádios croatas. Muitas delas falam sobre genocídio dos sérvios e exaltam a época fascista do antigo Estado croata.
Com o recente crescimento do conservadorismo, da xenofobia e também da extrema-direita, manifestações como essas estão cada vez mais comuns.
O futebol não é só pão e circo, como andam dizendo por aí. Futebol é política. E, por que não, resistência?
Sigamos resistindo então.

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