#EleNão é reação à “subida no tom” contra mulheres, diz Natalie Unterstell
De acordo com a candidata à deputada federal pelo Paraná é “ultrajante ver que não há nenhum respeito pelo nosso papel” na sociedade.
No dia 29 de setembro espera-se uma grande mobilização de mulheres pelo Brasil contra a eleição do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Essa reação nas ruas veio da hashtag #EleNão, que começou a circular nas redes sociais e mobilizou artistas, pensadoras e políticas. Até o dia do ato, a Fórum irá entrevistar mulheres que aderiram à campanha.
De acordo com Natalie Unterstell (Podemos), candidata à deputada federal pelo Paraná, é “ultrajante ver que não há nenhum respeito pelo nosso papel” na sociedade. Segundo ela, a campanha é um ponto de partida de uma reação ao que ela chamou de uma “subida no tom” com relação às mulheres.
Natalie acredita que o discurso de Bolsonaro vem no sentido de “normalizar as diferenças que a gente vê hoje e que são ruins” e que a campanha #EleNão veio como uma reação do crescimento nas pesquisas de uma pessoa que não está disposta a debater e que tem um discurso “fundamentalista”.
“A gente pode divergir, no terreno das ideias, da igualdade salarial, da mulher ter cotas no Congresso… tudo isso está dentro do terreno democrático, mas o que o Bolsonaro coloca é diferente”, afirma a candidata dizendo que nesse momento de crise, é preciso ter clareza sobre a nossa responsabilidade histórica.
Para Natalie, é preciso que as candidatas se imponham contra o discurso de Bolsonaro para mostrar a necessidade de mais mulheres na política e evidenciar que é possível fazer uma manifestação de maneira pacífica contra ele. “Nossos corpos são fundamentais contra o fundamentalismo”, diz ela.
Ela diz ser importante que as mulheres estejam reunidas no ato do dia 29 para marcar historicamente esse período e mostrar que existem pessoas “de carne e osso” que são contra o Bolsonaro.
A candidata diz que tem experiência no campo do diálogo, por ser de um estado conservador. Mas, ela sente que se colocar na escuta faz muita diferença quando o assunto é o debate de ideias para mostrar que Bolsonaro não é uma boa opção. “Manter essa porta aberta de maneira respeitosa é a grande oportunidade que a gente tem de se escutar”, finaliza.
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