247 - O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) disse que, entre as suas propostas para reduzir o desemprego está mudar a fórmula como o IBGE calcula o índice. A declaração foi feita em entrevista ao jornalista José Luiz Datena, na Band.
"Vou querer que a metodologia para dar o número de desempregados seja alterada no Brasil. O que está aí é uma farsa. Quem recebe Bolsa Família é tido como empregado, quem não procura há mais de um ano é tido como empregado, quem recebe seguro-desemprego é tido como empregado. Nós temos que ter uma taxa não de desempregados, mas uma taxa de empregados no Brasil", anunciou.
A declaração de Bolsonaro provocou reação imediata de economistas e de jornalistas que cobrem a pauta. A jornalista especialista em economia Miriam Leitão desmentiu o presidente eleito, dizendo que ele mostra desconhecimento sobre o tema.
"Não é verdade que quem recebe Bolsa Família é tido como “empregado”. O conceito é mundial, recomendado pela Organização Internacional do Trabalho. É considerado desempregado quem procura por uma ocupação e não a encontra. A pessoa pode receber o Bolsa Família e estar a procura de um trabalho. O mesmo vale para quem recebe o seguro-desemprego", explicou Leitão.
"Já a pessoa que desistiu de procurar realmente não conta como desempregada, mas o IBGE calcula também o tamanho desse grupo. Ela passa para a estatística como desalentada. Atualmente são 4,8 milhões de pessoas nessa situação, um número recorde. O IBGE também já calcula uma “taxa de empregados”. Entre as pessoas em idade de trabalhar, 54,4% estavam ocupadas no terceiro trimestre, mesmo nível de um ano antes", finaliza ela, em seu blog.
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