segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Em mensagem para colegas do Judiciário, Moro tenta se comparar com juiz italiano morto pela máfia

Em mensagem para colegas do Judiciário, Moro tenta se comparar com juiz italiano morto pela máfia

Publicado em 5 novembro, 2018 9:48 pm
Em notícia no G1, portal da Globo, Moro, além de afirmar que não se vê como “político verdadeiro”, diz que seu trabalho é comparável a um juiz italiano. Na notícia, ele é vinculado com a Operação Mãos Limpas.
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Em uma mensagem encaminhada na quinta-feira (1º), pela intranet da Justiça Federal, Moro afirmou aos colegas que a decisão de abandonar a carreira de juiz foi difícil, mas ponderada.
Ele disse que, em Brasília, vai trabalhar principalmente para “aprimorar o enfrentamento da corrupção e do crime organizado, com respeito à Constituição, às leis e aos direitos fundamentais”.
Moro lembrou, na mensagem, o juiz italiano Giovanni Falcone, um dos responsáveis pela Operação Mãos Limpas, na Itália.
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Veja, abaixo, o comunicado na íntegra:

Prezados colegas magistrados federais,
A todos que me endereçaram congratulações aqui, meus agradecimentos.
Foi uma decisão muito difícil, mas ponderada.
Em Brasília, trabalharei para principalmente aprimorar o enfrentamento da corrupção e do crime organizado, com respeito à Constituição, às leis e aos direitos fundamentais.
Lembrei-me do juiz Falcone, muito melhor do que eu, que depois dos sucessos em romper a impunidade da Cosa Nostra, decidiu trocar Palermo por Roma, deixou a toga e assumiu o cargo de Diretor de Assuntos Penais no Ministério da Justiça, onde fez grande diferença mesmo em pouco tempo. Se tiver sorte, poderei fazer algo também importante.
Da minha parte, sempre terei orgulho de ter participado da Justiça Federal e os magistrados terão sempre o meu respeito e admiração. Continuem dignificando a Justiça com atuação independente (mesmo contra, se for o caso, o Ministério da Justiça).
Abs a todos,
Sergio Fernando Moro.
O problema na comparação é que o juiz Giovanni Falcone nunca fez parte da Operação Mãos Limpas. O magistrado, que se especializou nos delitos dos sicilianos da Cosa Nostra e trocou a toga pelo cargo de diretor de Assuntos Penais no Ministério da Justiça, foi assassinado pelo mafioso Giovanni Brusca a mando do mafioso Salvatore Riina. O crime foi cometido com explosivos em 1992, mesmo ano do início da operação que inspira Moro.
O juiz italiano Giovanni Falcone – Gerard Fouet – 21.out.1986/AFP

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