“Jamais entraria para a política”, disse Moro. No reino das fake news, essa foi só mais uma. Por Kiko Nogueira
Sergio Moro, como se esperava, aceitou o convite de Jair Bolsonaro para o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Os dois estiveram reunidos na casa de JB na Barra da Tijuca. Morou veio de Curitiba em voo de carreira para dar aquela impressão de probidade.
Após o encontro, divulgou nota contando que topou “honrado” a missão, mas com “certo pesar”, pois terá que abandonar a carreira de juiz após 22 anos.
“No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito a Constituição, a lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão”, escreveu.
Então tá.
Bolsonaro sondou Sergio Moro no ano passado, como admitiu o general Mourão.
No pé desta página há um vídeo elucidativo postado por Carlos Bolsonaro em suas redes.
O resumo da história é o seguinte:
– Candidato promete cargo a juiz caso eleito.
– Juiz retira rival do candidato da parada.
– Candidato é eleito.
– Juiz é nomeado pelo eleito.
Numa campanha em que Bolsonaro acionou uma indústria de fake news, Moro mesmo é protagonista de uma delas.
Em novembro de 2016, deu entrevista ao Estadão.
“Sou um homem da Justiça e, sem qualquer demérito, não sou um homem da política”, afirmou, taxativo.
“Acho que o mundo da Justiça e o mundo da política não devem se misturar”.
Mais:
“Sou um homem de Justiça e, sem qualquer demérito, não sou um homem da política. Acho que a política é uma atividade importante, não tem nenhum demérito, muito pelo contrário, existe muito mérito em quem atua na política. Mas eu sou um juiz, eu estou em outra realidade, outro tipo de trabalho, outro perfil. Então, não existe jamais esse risco.”
Você pode ter absoluta certeza de uma coisa: ele não vai parar por aí.
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