247 - A imprensa internacional repercutiu a confirmação do juiz Sergio Moro para o ministério da Justiça no governo Jair Bolsonaro (PSL), ocorrida nesta quinta-feira (1). O Guardian, jornal britânico, classificou como "um movimento altamente controverso". A reportagem lembrou que Moro foi o responsável por prender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à presidência que, segundo as pesquisas de intenção de voto, teria vencido Bolsonaro se não estivesse cumprindo sentença de 12 anos.
"O juiz brasileiro que combateu a corrupção e ajudou a preparar o caminho para a impressionante vitória eleitoral de Jair Bolsonaro no domingo, ao prender seu principal rival (Lula), aceitou um cargo no governo do presidente de extrema-direita".
O Guardian ouviu o editor-chefe da Americas Quarterly, Brian Winter, apoiador de Sergio Moro que descreveu a decisão do juiz como "questionável": “Algumas pessoas vão usar isso apenas para destruí-lo - incluindo algumas pessoas que já eram fãs dele. É inevitável. A narrativa de um juiz que prendeu Lula e depois conseguiu um emprego no governo de seu oponente será muito atraente para algumas pessoas resistirem. E suspeito que ele saiba disso e suspeito que ele acredite que os benefícios sejam maiores que os riscos (...). Eu acredito em Sergio Moro. Eu conheço Sergio Moro. Mas sua decisão hoje o torna muito mais difícil de defender politicamente”, disse Winter.
Os também britânicos Financial Times e The Times estamparam, respectivamente, "Bolsonaro nomeia juiz que ajudou a prender Lula" e "Bolsonaro promete emprego sênior para o juiz que prendeu o seu rival", enquanto que a BBC: "Sua nomeação (Moro) deve alimentar alegações de que sua investigação antifraude foi politicamente motivada".
Já a ABC, da Austrália, publicou reportagem da AP com o título "Grandes riscos em juiz Moro se tornar ministro da Justiça do Brasil"; enquanto que o francês Le Monde destacou "No Brasil, as ambiguidades do juiz anticorrupção Sergio Moro com a extrema direita", com texto que questiona: "Será que foi por ter emprisionado o líder da esquerda brasileira que o magistrado será recompensado por Jair Bolsonaro?".
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