Morre José Calixto, decano do movimento sindical brasileiro
Aos 92 anos, ele se recuperava de complicações da covid-19, mas teve parada cardíaca
Publicado 04/02/2021 - 14h11
São Paulo – O presidente da Nova Central e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), José Calixto Ramos, morreu ontem (3), aos 92 anos. Ele estava internado em Recife, se recuperando de complicações da covid-19, mas sofreu uma parada cardíaca. Era pernambucano de Ipojuca.
Veterano do movimento sindical e vindo da categoria metalúrgica, Calixto comandava a Nova Central desde a fundação da entidade, em 2005. Presidia a CNTI desde 1983.
Criada em 1946, a CNTI foi uma das integrantes do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) de 1962 até o golpe de 1964. Posteriormente, passou por período de contestação a partir do final dos anos 1970, com o surgimento do chamado “novo sindicalismo”, que contestava a estrutura sindical oficial. Na época, seu presidente era Ari Campista, que foi substituído justamente por Calixto. Primeiro de forma provisória e depois em definitivo, a partir de sua primeira eleição, em 1985.
Depois da Constituição de 1988, algumas categorias da indústria formaram confederações próprias. Hoje, a entidade informa reunir 39 federações e aproximadamente 630 sindicatos, com cerca de 5 milhões de trabalhadores na base. Já na virada para os anos 1990, Calixto também foi ministro classista temporário, pela confederação, no Tribunal Superior do Trabalho (TST). A modalidade de juiz classista foi extinta em 1999.
Plano de vacinação
Tanto a Nova Central como a CNTI decidiram, na semana passada, interromper todas as atividades presenciais. “Com base na evidência do crescimento assustador dos casos de contaminação e de mortes de quadros valiosos”, segundo informam. As entidades defendem ainda um plano nacional de vacinação “abrangente e coordenado”.
“Parte um grande companheiro de décadas de lutas em defesa da classe trabalhadora, incansável na dedicação à proteção sindical dos trabalhadores e das trabalhadoras, na organização do sindicalismo, nas mobilizações, nas lutas, nas negociações e na representação institucional. Parte um companheiro que contribuiu com este Fórum e com nossos esforços de unidade”, afirmam, em nota, os presidentes dos demais integrantes do Fórum das Centrais Sindicais (CSB, CTB, CUT, Força e UGT).
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