• Ainda a crise de 2008.
A queda nos preços das commodities, o aumento no desemprego e a retração dos
investimentos montam um quadro que mostra que o mundo ainda está longe de
superar a crise iniciada em 2007/2008.
Entre os fatores que contribuem para a crise estão a
desaceleração da economia chinesa, os mercados financeiros excessivamente
desregulamentados e grande número de paraísos fiscais. A economia mantém-se
atrelada à especulação financeira, que detonou a crise no final da década
passada, e ganhou força com a expansão monetária feita pelo Federal Reserve
norte-americano e depois copiada pelo Banco Central Europeu.
Alguns fatos mostram os problemas na economia mundial.
O valor de mercado conjunto das cinco maiores mineradoras do mundo caiu 52%.
Glencore, Rio Tinto, BHP, Vale e Anglo American perderam US$ 269 bilhões em
valor negociado nas bolsas de valores, até o final de janeiro.
Já as petrolíferas Exxon/Mobil, BP, Chevron, Shell e
Total perderam US$ 205 bilhões em valor de mercado. O setor demitiu 250 mil
trabalhadores em 2015 e vai no mesmo padrão este ano. A BP já anunciou que vai
suprimir 4 mil postos de trabalho.
As petroleiras anunciaram cortes de US$ 170 bilhões em
investimentos entre 2016 e 2020, segundo dados da Wood Mackenzie. Desde 2014,
os projetos cortados e adiados somam US$ 380 bilhões. Segundo especialistas da
Bloomberg, se os preços do petróleo continuarem abaixo de US$ 50/barril, a
Noruega vai enfrentar um “desastre econômico”. Houve no país redução de 42% dos
impostos pagos pelas empresas de energia. O setor petróleo já demitiu 30 mil
pessoas, levando o desemprego na Noruega ao mais alto patamar dos últimos nove
anos.
O varejo não passa incólume. A maior empresa do ramo no
mundo, a Walmart, fechará 269 lojas, das quais 60 no Brasil e 154 nos Estados
Unidos. O comércio mundial teve o pior ano desde a crise de 2008. O desemprego
levou o presidente da França, François Hollande, a decretar Estado de
Emergência Econômica e Social, diante da trágica situação do mercado de
trabalho, com poucos sinais de recuperação econômica.
O quadro se repete em outros países. As receitas
adotadas em 2008 apenas reduziram os impactos agudos da crise, mas mantiveram
um quadro de crise crônica.
Fonte: Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares
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