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Sábado, 26 de Março de 2016
Repúdio ao vermelho pode comprometer Inter, Bombeiros e até a joaninha - vídeo
Por Fábio Lau
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Glória do desporto nacional
Oh, Internacional
Que eu vivo a exaltar
Levas a plagas distantes
Feitos relevantes
Vives a brilhar
Oh, Internacional
Que eu vivo a exaltar
Levas a plagas distantes
Feitos relevantes
Vives a brilhar
O caso deste jovem chegou a despertar a especulação de que a motivação seria outra: preconceito racial e não político. A causa pode até estar sob análise de sociólogos de plantão que estudam o momento brasileiro - uma prato cheio também para a psicanálise. Mas ele acaba se juntando a outros tantos episódios, recentes, de mães e bebês que foram alvos de violência. No Rio, São Paulo e outras capitais registros idênticos foram consolidados.
A joaninha tradicional anda preocupada |
Em Brasília algo ainda mais chocante chegou às redes sociais: um cão perseguido nas ruas por portar um lenço vermelho no pescoço. Mas engana-se que o conflito ocorra só por conta da cor. Uma mulher agrediu o cardeal de São Paulo porque este pediu o fim da intolerância. A CNBB também foi xingada de comunista por criticar o discurso de ódio e defender as políticas sociais do PT que tirou 30 milhões de pessoas da linha da miséria: "comunistas infiltrados!", Bradou a mulher.
Em meio a uma crise social sem precedentes, onde parentes e amigos de longa data tem se estranhado ou rompido relações, surge espaço também para a galhofa. Uma delas trata da joaninha vermelha, aquele inseto simpático pigmentado com preto nas asinhas. Ela teria mudado a "roupagem" para sobreviver aos ataques dos radicais. Ou o pobre do caqui que lamenta estar chegando as prateleiras dos supermercados neste outono intolerante. Ele tem sido ignorado pelas donas de casa radicais.
Camisa B do time do Inter de Milão: perigo |
O time do Inter, brincam, já estuda um uniforme como o do Botafogo no Rio que é para não deixar dúvidas quanto a sua isenção político-partidária. O América carioca por sua vez, já tão reduzido em número de torcedores, o faria também, mas apenas como marketing para que notem a sua existência.
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Na CBF não confirmam, mas o selecionado da Rússia, por razões óbvias, disse não ao convite para amistoso em terras brasileiras neste 2016. O mesmo ocorreu com a representação da China.
Entre os militares do Corpo de Bombeiros há os que repensam a tradição - até porque ali há eleitores de políticos de extrema direita. Eles acham que a cor escarlate pode ser substituída: para estes, o verde e amarelo seria mais patriótico, embora pouca gente as associe com o combate ao incêndio.
Uma professora de horóscopo cigano, que se auto proclama "bruxa", disse ter sido xingada na rua há duas semanas, na véspera da manifestação em São Paulo, porque usava a indumentária exigida para o trabalho: longa saia vermelha e lenço da mesma cor: "me chamaram de putinha, vagabunda do Lula e bolivariana!", protestou.
O cão bolivariano que botaram pra correr |
Um jornalista, colecionador de camisas de times de todo o mundo, saiu outro dia com a camisa B do Inter de Milão - vermelha, como a do time brasileiro. "Ninguém me xingou, mas me olhavam claramente com olhar de reprovação. Se tivessem em lugar fechado certamente teria sido alvo", desconfia.
Pelo sim ou pelo não, recomendamos decorar trechos do Hino do Inter. Vai que você, distraído, coloca um boné vermelho? Pinta a unha de vermelho ou exagera no batom? A recomendação é para gremistas também. Ei-lo!
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