quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Triste fim de um embusteiro Artigo de Fernando Brito




Fernando Brito

Quem acompanha este blog, sabe que me abstenho o quanto posso de falar de ex-companheiros de PDT, partido ao qual honrosamente pertenci por 30 anos.

Uso esta regra porque penso que relações longas e intensas merecem, ao sinal, o silêncio obsequioso do luto.

Hoje, porém, quando o senador Cristovam Buarque deixa o fingido muro em que se encontrava e assume que está a favor do golpe de Estado, não posso ficar calado.

Cristovam é um homem movido a mesquinharias, e o provou.

Desde que Lula lhe tirou o cargo de Ministro e não o enviou, como desejava, para a UNESCO, tudo o que lhe move é vingança, como cantava o gaúcho Lupicínio Rodrigues:

“Só vingança, vingança, vingança aos santos clamar”.

Coisa própria das almas miúdas. De gente que é tão pequena que não é capaz de enxergar sua própria pequenez.

Cristovam fez política e eleição como quase todos fazem. Isso não o tornou um homem desonrado, ou ao menos não tenho como o dizer.

Talvez outro Lupi, o do PDT, que correu a honrar os débitos de sua campanha, possa dizer melhor sobre isso.

O que desonra Cristovam é o falso que agora se revela.

Sua hipocrisia agora se desnuda e suas vergonhas estão expostas.

Cada vez que falar de Leonel Brizola ou de Darcy Ribeiro estará vilipendiando suas memórias.

Um homem que diz que “Temer pode ser o futuro” não tem o direito de pronunciar estes nomes.

Cristovam ganhou o direito a que lhe virem o rosto e a que lhe neguem a mão.

E dê graças a Deus que Brizola já não esteja aqui para fazer o que fez a David Nasser, que ao menos tinha a virtude de não se fingir de esquerda.

Seu futuro, Cristovam, também está naqueles versos de Lupicínio:

“Você há de rolar como as pedras que rolam na estrada
Sem ter nunca um cantinho de seu pra poder descansar”

Porque, em meio a tanta coisa que o senhor deixou para trás, está uma frase que será a maldição de sua restante vida pública:

“A política ama a traição, mas logo abomina o traidor”.


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