Fernando Brito
Quem acompanha este blog, sabe que me
abstenho o quanto posso de falar de ex-companheiros de PDT, partido ao qual
honrosamente pertenci por 30 anos.
Uso esta regra porque penso que relações
longas e intensas merecem, ao sinal, o silêncio obsequioso do luto.
Hoje, porém, quando o senador Cristovam
Buarque deixa o fingido muro em que se encontrava e assume que está a favor do
golpe de Estado, não posso ficar calado.
Cristovam é um homem movido a
mesquinharias, e o provou.
Desde que Lula lhe tirou o cargo de
Ministro e não o enviou, como desejava, para a UNESCO, tudo o que lhe move é
vingança, como cantava o gaúcho Lupicínio Rodrigues:
“Só vingança, vingança, vingança aos santos clamar”.
Coisa própria das almas miúdas. De gente
que é tão pequena que não é capaz de enxergar sua própria pequenez.
Cristovam fez política e eleição como quase todos fazem. Isso não o tornou um homem
desonrado, ou ao menos não tenho como o dizer.
Talvez outro Lupi, o do PDT, que correu
a honrar os débitos de sua campanha, possa dizer melhor sobre isso.
O que desonra Cristovam é o falso que
agora se revela.
Sua hipocrisia agora se desnuda e suas
vergonhas estão expostas.
Cada vez que falar de Leonel Brizola ou de Darcy Ribeiro estará vilipendiando suas
memórias.
Um homem que diz que “Temer pode ser o
futuro” não tem o direito de pronunciar estes nomes.
Cristovam ganhou o direito a que lhe
virem o rosto e a que lhe neguem a mão.
E dê graças a Deus que Brizola já não
esteja aqui para fazer o que fez a David Nasser, que ao menos tinha a virtude
de não se fingir de esquerda.
Seu futuro, Cristovam, também está
naqueles versos de Lupicínio:
“Você há de rolar como as pedras que rolam na estrada
Sem ter nunca um cantinho de seu pra poder descansar”
Porque, em meio a tanta coisa que o
senhor deixou para trás, está uma frase que será a maldição de sua restante
vida pública:
“A
política ama a traição, mas logo abomina o traidor”.
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