Teresa Cruvinel
Na entrevista coletiva sobre a operação
deflagrada hoje, e que resultou na prisão do ex-ministro Antonio Pallocci, os
porta-vozes da Lava-Jato disseram, de raspão, possuir planilhas da construtora
Odebrecht sobre o pagamento de propinas por obras realizadas nos estados de São
Paulo e Rio de Janeiro e em outras unidades da federação.
O delegado Filipe Pace disse, e talvez
tenha se arrependido, estar “documentalmente provado” que Marcelo Odebrecht
coordenou o pagamento de propinas relacionadas com várias obras federais e
estaduais, citando, entre elas, obras para o metrô de São Paulo, para a
Companhia de Transportes Urbanos de São Paulo, para coleta e tratamento de lixo
em São Paulo, além da reforma do aeroporto Santos Dumont, obras no autódromo de
Jacarepagá e de piscinas olímpicas para os Jogos Panamericanos do Rio, entre
outras tantas.
Essas ilicitudes, entretanto, estão
vinculadas a governos do PSDB, no
caso de São Paulo, e do PMDB, no
caso do Rio. Quando a repórter da CBN perguntou sobre os agentes identificados
como recebedores destas propinas relacionadas a estes contratos, ele citou o
nome de “bagrinhos”, funcionários desconhecidos que certamente não são os
verdadeiros beneficiários. Tergiversou.
Estes casos não interessaram à Lava-Jato.
Afinal, não envolvem “agentes políticos” do PT. Pallocci agora é a bola da vez
e seu papel no esquema petista foi apontado como “mais relevante” que o do
ex-ministro José Dirceu, até hoje sempre qualificado como o grande operador.
www.brasil247.com.br 27/09/2016
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