FUP*
Ao aprovar sem restrições nesta
segunda-feira, 03/04, a venda de 22,5% da área exploratória de Iara, no Pré-Sal
da Bacia de Santos, que a Petrobras celebrou com a Total, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE)
oficializa mais um crime de lesa-pátria.
Através de um acordo de colaboração
assinado em 28 de fevereiro e batizado ironicamente de Aliança Estratégica, a
gestão Pedro Parente deu de mãos beijadas à petrolífera francesa um tesouro de
675 milhões de barris de petróleo (o bloco todo tem reservas provadas de três
bilhões de barris).
Trata-se de um patrimônio de 33,7
bilhões de dólares (levando em conta o preço atual do barril de petróleo),
entregue à multinacional por menos de 6% deste valor.
O tal acordo de colaboração é
praticamente um negócio de pai pra filho. Por 2,2 bilhões de dólares, a Total abocanhou não só uma fatia
considerável de Iara, como também se apropriará de 35% do campo de Lapa, cujo
ativo já havia sido depreciado em R$ 1,238 bilhão, para facilitar a sua venda.
Também foram entregues à petrolífera
francesa 50% da Termobahia,
incluindo duas termoelétricas e o acesso ao terminal de regaseificação.
Os valores negociados com a Total, além de estarem muito abaixo dos
preços de mercado, ainda serão pagos de forma escalonada: US$ 1,6 bi à vista e
o restante em suaves prestações. Além disso, a multinacional se beneficiará de
toda infraestrutura e logística já desenvolvidas pela Petrobras, o que reduzirá
significativamente os seus custos.
Não é à toa que o acordo de colaboração
feito por Pedro Parente foi celebrado efusivamente pelos investidores
franceses.
Analistas de mercado chegaram a calcular
que a Total aumentará em 1 bilhão
de barris de petróleo as suas reservas ao se apropriar destas duas áreas do
Pré-Sal brasileiro. Tudo isso a um custo estimado entre US$ 1,75 e US$ 2,4 o
barril, segundo divulgou a imprensa francesa na época do fechamento do acordo.
É no mínimo suspeito o Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (CADE) aprovar uma negociata tão escancarada
como esta.
Enquanto o mundo inteiro está em busca
de novas reservas de energia, o nosso Pré-Sal é entregue a preço de banana, com
o aval dos órgãos regulamentadores.
* Federação Única dos Petroleiros
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