A ministra das Relações Exteriores da
Venezuela, Delcy Rodríguez, denunciou na sede da OEA (Organização dos Estados
Americanos), as "graves ações intervencionistas" do secretário-geral
do organismo, Luis Almagro, e de "uma facção minoritária de países da
região" contra o governo venezuelano.
A chanceler, em nome do presidente
venezuelano Nicolás Maduro, também acusou Almagro de violar normas da
organização.
"Não me equivoco quando afirmo que
o senhor Almagro é um mentiroso, desonesto, malfeitor e mercenário" que
"dedicou sua gestão a agredir obsessivamente a Venezuela e seu povo",
disse Delcy Rodriguez, ao lado do secretário-geral, durante uma reunião
extraordinária do Conselho Permanente da OEA.
"Anunciamos que se persistirem
estas agressões e perseguições contra a Venezuela tomaremos severas e
definitivas ações", acrescentou.
"O Conselho Permanente busca
abordar a situação da Venezuela sem contar com o consentimento do país. Foram
violadas normas fundamentais da carta da Organização dos Estados
Americanos", declarou a chanceler.
A sessão foi convocada a pedido do
governo venezuelano e aconteceu na véspera de uma reunião programada no
Conselho Permanente da OEA para "considerar a situação na Venezuela",
após o pedido de 14 países-membros para que essa nação fixe um calendário
eleitoral e liberte os políticos presos.
"Alertamos à comunidade
internacional que não se deixe enganar sob a falsa máscara de que não se quer
agredir a Venezuela, que só se quer discutir sobre a situação na
Venezuela", alertou.
Delcy criticou ainda os 14 países que
assinaram na semana passada um "vergonhoso comunicado de teor altamente
intervencionista" sobre a Venezuela, e lamentou que, junto a outras quatro
nações, a reunião tenha sido convocada "sem contar com o consentimento do
país concernido".
Os países são Estados Unidos, Brasil,
Argentina, Canadá, México, Paraguai, Peru, Colômbia, Chile, Uruguai, Barbados,
Bahamas, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Jamaica, Panamá e Santa Lúcia.
"Almagro não atua sozinho nem por
si próprio. É o condutor das ordens que lhe ditam desde esta Washington, somado
à convivência de uma facção minoritária de países membros da OEA”, afirmou
Rodríguez.
Seu discurso aconteceu, além disso, horas
depois de o presidente do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela, Maikel
Moreno, pedir ao governo que solicite a remoção de Almagro da Secretaria-Geral
da OEA, acusando-o de pretender "perpetrar agressões contra o povo" e
a Constituição do país.
Fonte: Opera Mundi
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