18/07/2017 18:40 - Copyleft
Rodrigo Gomes, da RBACiclovia que Doria quer eliminar na zona leste é utilizada por crianças e adolescentes
Contagem de usuários feita por associação de ciclistas indica que o trecho é um dos mais utilizados da cidade, com registro de 550 pessoas em um dia
São Paulo – A ciclovia da Avenida dos Metalúrgicos, em Cidade Tiradentes, extremo leste da capital paulista, apontada pela gestão do prefeito João Doria (PSDB) como uma das que podem ser eliminados na revisão do plano cicloviário, revelou-se uma das mais movimentadas da cidade e com grande utilização por crianças e adolescentes, segundo levantamento realizado pela Associação de Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade). A organização realizou uma contagem de usuários na via e também contradisse algumas informações prestadas pelo secretário municipal de Transportes, Sérgio Avelleda, que chegou a dizer que aquela era uma ciclovia “que tem o apelido 'no nada'”.
Segundo o relatório produzido no final de junho, foram registrados 580 ciclistas trafegando no local, entre 6h e 20h, do dia 22 de junho. Destes, 127 (22%) eram crianças e adolescentes, muitos dos quais estavam desacompanhados de adultos. Outros 39 eram idosos (6%). Ambos os índices são os maiores registrados entre os 400 quilômetros de ciclovias da capital paulista, a maior parte construída na gestão de Fernando Haddad (PT) na prefeitura. A contagem foi feita de acordo com metodologia desenvolvida pela Associação Transporte Ativo.
Além disso, o trecho não está “no nada”. Embora esteja a 30 quilômetros do centro da cidade, a ciclovia liga uma série de equipamentos públicos, garantindo a segurança dos ciclistas por estar segregada da via para veículos, onde circulam carros, motos, ônibus e caminhões. A ciclovia tem início próximo ao terminal de ônibus Cidade Tiradentes. Ao lado do terminal fica a Praça Multiuso Cidade Tiradentes, com vários equipamentos de lazer e um ponto de internet livre da prefeitura.
Para o diretor da Ciclocidade Daniel Guth, os dados evidenciam uma realidade única de uma infraestrutura cicloviária que já foi plenamente apropriada pela população local. “É uma via que conecta importantes equipamentos públicos. É muito usada para deslocamentos no próprio bairro. Essa é uma infraestrutura fundamental, não tem conflito com o comércio local. Em alguns trechos até muda de lado da via, que imagino ter sido escolha para não passar em frente a nenhum comércio”, explicou.
A ciclovia percorre parte da Avenida dos Metalúrgicos, onde há uma escola estadual, uma escola municipal de ensino fundamental (EMEF), uma escola municipal de ensino fundamental e médio (EMEFM), uma escola técnica (ETEC) e uma escola municipal de educação infantil (Emei) integrada a um centro educacional unificado (CEU). O trecho também contempla vários conjuntos habitacionais e o Mercado Municipal da Cidade Tiradentes.
A associação defende que, em vez da remoção da via, a gestão Doria melhore a integração intermodal, requalificando o bicicletário do terminal de ônibus e melhorado a chegada ao terminal e à Praça Multiuso Cidade Tiradentes; amplie a oferta de ciclovias e ciclofaixas na região, estabelecendo uma rede cicloviária completa para a Cidade Tiradentes; realize a manutenção regular das estruturas cicloviárias; e a conecte com futuras ciclovias troncais, que permitam viagens em direção ao centro.
“Qualquer remoção que se possa pensar sobre essa infraestrutura seria um retrocesso e um ataque aos direitos humanos dessas crianças, adolescentes e pessoas idosas, que usam a bicicleta e precisam dessa ciclovia para circular com segurança e conforto no bairro. É um local extremamente agressivo, com circulação de carros, ônibus e caminhões, o que torna a segregação da via necessária”, ressaltou Guth.
O metalúrgico Rafael Pereira da Silva, morador de Cidade Tiradentes, utiliza a ciclovia diariamente, inclusive para ensinar crianças a pedalar. “Se tirar a ciclovia vai ser uma grande perda pra nós, porque não vamos ter onde circular com as crianças. Algumas pessoas mais velhas que também andam com a gente já nos disseram que se tirar a ciclovia vão parar de usar bicicleta porque não se sentem seguras pra pedalar na rua." Ele acredita que o objetivo é remover a ciclovia para destinar aquela área ao estacionamento de veículos.
A Secretaria Municipal de Mobilidade e Transporte informou que ainda não foi tomada uma decisão sobre a ciclovia da Avenida dos Metalúrgicos e que será realizada uma nova reunião na prefeitura regional de Cidade Tiradentes para devolutiva sobre a audiência pública realizada em 10 de junho, para discutir a via.
Segundo o relatório produzido no final de junho, foram registrados 580 ciclistas trafegando no local, entre 6h e 20h, do dia 22 de junho. Destes, 127 (22%) eram crianças e adolescentes, muitos dos quais estavam desacompanhados de adultos. Outros 39 eram idosos (6%). Ambos os índices são os maiores registrados entre os 400 quilômetros de ciclovias da capital paulista, a maior parte construída na gestão de Fernando Haddad (PT) na prefeitura. A contagem foi feita de acordo com metodologia desenvolvida pela Associação Transporte Ativo.
Além disso, o trecho não está “no nada”. Embora esteja a 30 quilômetros do centro da cidade, a ciclovia liga uma série de equipamentos públicos, garantindo a segurança dos ciclistas por estar segregada da via para veículos, onde circulam carros, motos, ônibus e caminhões. A ciclovia tem início próximo ao terminal de ônibus Cidade Tiradentes. Ao lado do terminal fica a Praça Multiuso Cidade Tiradentes, com vários equipamentos de lazer e um ponto de internet livre da prefeitura.
Para o diretor da Ciclocidade Daniel Guth, os dados evidenciam uma realidade única de uma infraestrutura cicloviária que já foi plenamente apropriada pela população local. “É uma via que conecta importantes equipamentos públicos. É muito usada para deslocamentos no próprio bairro. Essa é uma infraestrutura fundamental, não tem conflito com o comércio local. Em alguns trechos até muda de lado da via, que imagino ter sido escolha para não passar em frente a nenhum comércio”, explicou.
A ciclovia percorre parte da Avenida dos Metalúrgicos, onde há uma escola estadual, uma escola municipal de ensino fundamental (EMEF), uma escola municipal de ensino fundamental e médio (EMEFM), uma escola técnica (ETEC) e uma escola municipal de educação infantil (Emei) integrada a um centro educacional unificado (CEU). O trecho também contempla vários conjuntos habitacionais e o Mercado Municipal da Cidade Tiradentes.
A associação defende que, em vez da remoção da via, a gestão Doria melhore a integração intermodal, requalificando o bicicletário do terminal de ônibus e melhorado a chegada ao terminal e à Praça Multiuso Cidade Tiradentes; amplie a oferta de ciclovias e ciclofaixas na região, estabelecendo uma rede cicloviária completa para a Cidade Tiradentes; realize a manutenção regular das estruturas cicloviárias; e a conecte com futuras ciclovias troncais, que permitam viagens em direção ao centro.
“Qualquer remoção que se possa pensar sobre essa infraestrutura seria um retrocesso e um ataque aos direitos humanos dessas crianças, adolescentes e pessoas idosas, que usam a bicicleta e precisam dessa ciclovia para circular com segurança e conforto no bairro. É um local extremamente agressivo, com circulação de carros, ônibus e caminhões, o que torna a segregação da via necessária”, ressaltou Guth.
O metalúrgico Rafael Pereira da Silva, morador de Cidade Tiradentes, utiliza a ciclovia diariamente, inclusive para ensinar crianças a pedalar. “Se tirar a ciclovia vai ser uma grande perda pra nós, porque não vamos ter onde circular com as crianças. Algumas pessoas mais velhas que também andam com a gente já nos disseram que se tirar a ciclovia vão parar de usar bicicleta porque não se sentem seguras pra pedalar na rua." Ele acredita que o objetivo é remover a ciclovia para destinar aquela área ao estacionamento de veículos.
A Secretaria Municipal de Mobilidade e Transporte informou que ainda não foi tomada uma decisão sobre a ciclovia da Avenida dos Metalúrgicos e que será realizada uma nova reunião na prefeitura regional de Cidade Tiradentes para devolutiva sobre a audiência pública realizada em 10 de junho, para discutir a via.
Créditos da foto: CICLOCIDADE
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