A escalada de agressões
diplomáticas, econômicas e midiáticas contra a Revolução Bolivariana são as
mesmas promovidas contra a Líbia, Ucrânia e, nos anos 70, contra o Chile.
A guerra narrativa
impulsionada pelas transnacionais midiáticas, nos exemplos citados e agora
contra o país latino-americano, é construída sobre a tese de um Estado falido e
pária como desculpa para legitimar uma intervenção armada e mudança de governo.
Financiadas e planejadas no
exterior, as ações de desestabilização em cada país foram colocadas em prática
por partidos políticos, setores acadêmicos e eclesiásticos pró-imperialistas,
opositores aos governos locais.
A exigência de Richard Nixon
a seu secretário de Estado, Henry Kissinger, de “fazer a economia chilena
gritar”, para submeter o governo socialista de Salvador Allende, parece se
manter atualmente.
O presidente Donald Trump
ameaçou na última segunda-feira 17 aplicar “medidas econômicas fortes e
rápidas” contra a Venezuela se a Assembleia Nacional Constituinte for
realizada, o que deve acontecer em menos de duas semanas.
Segundo a versão da mídia
sobre a “Revolução Laranja” na Ucrânia, foi a pressão dos “jovens
universitários e estudantes secundaristas” que derrubaram o presidente Vikctor
Yanukovich, por sua oposição ao Acordo de Associação e Livre Comércio com a
União Europeia. Os governos mais influentes acusaram Kiev de atentar contra os
manifestantes.
Matérias da época diziam que
“nas manifestações se observava o uso cada vez mais generalizado de meios de
proteção improvisados e profissionais como capacetes, coletes e inclusive
escudos”. Nas últimas semanas todos os protestos terminavam em distúrbios.
Na Venezuela, o chamado
“exército templário” está formado no imaginário construído nas redes sociais,
principalmente, por jovens que lutam contra a “ditadura” que os oprime. Os
assédios às instalações militares e os crimes de ódio são desculpados e
naturalizados como “defesa própria”.
Os símbolos e a aplicação do
manual do golpe suave de Gene Sharp, na Ucrânia e Venezuela, são
escandalosamente similares.
O ponto decisivo do conflito
na Líbia, que terminou no assassinato de Muammar Al Gadafi, foi a criação do
Conselho Nacional de Transição (CNT) formado por políticos opositores servis a
Washington e ex-funcionários de alto nível do governo derrubado. Antes disso, a
crise foi intensificada por uma revolta violenta de vários dias em Bengasi, uma
zona de opositores, e a denúncia de que as forças armadas atacaram os
manifestantes pacíficos.
A coligação antichavista
reunida na “Mesa da Unidade Democrática (MUD)” anunciou a formação de um
governo paralelo após organizar uma consulta interna tipo plebiscito, no qual
simbolicamente “o povo” desconhece o governo democrático de Nicolás Maduro e
suas instituições.
Freddy Guevara,
vice-presidente da Assembleia Nacional (AN) e coordenador do partido Vontade
Popular assegurou na terça-feira (18) através de seu twitter que não são o
Estado paralelo”, mas “somos o Estado Constitucional”.
O próprio presidente da AN,
Julio Borges, já havia anunciado o chamado a “juramentar” os novos integrantes
do Tribunal Supremo de Justiça e do Conselho Nacional Eleitoral.
A oposição venezuelana ainda
não decidiu que nome vai dar ao “novo governo” paralelo que tentam instalar.
Até o momento seus porta-vozes se referem ao governo de unidade nacional ou
governo de transição.
O presidente Nicolás Maduro
semanas atrás advertiu que “o imperialismo havia proposto gerar uma comoção e
em meio a isso, derrubar o governo legítimo para impor uma junta de transição”.
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