sexta-feira, 21 de julho de 2017

REVISTA ÉPOCA ENTREVISTA JOESLEY BATISTA

REVISTA ÉPOCA ENTREVISTA JOESLEY BATISTA


ÉPOCA – Embora o presidente admita o encontro e discorde somente da interpretação do que foi dito nele, há questionamentos sobre o áudio dessa conversa. Ele foi editado ou adulterado de alguma forma?

Joesley – De modo algum. Zero. Zero. Gravamos e entregamos. Podem fazer todas as perícias do mundo. Tentam desqualificar o áudio por desespero. Agora, tenho plena consciência de quão agressivo são os áudios para a cultura do brasileiro – gravei também o Aécio e o Rocha Loures, não nos esqueçamos. Gravar uma pessoa não é algo trivial.  É duro, doído, forte. Nunca havia gravado ninguém na minha vida. Esse processo deixa a gente impactado. Mas a única coisa que me conforta nessa história de ter gravado é que eu registrei o que eles falaram. Não botei palavra na boca de ninguém. É diferente de dar um depoimento. Se mesmo com toda a robustez das provas nós já estamos sendo perseguidos, imagine se fosse só o meu testemunho. Se isso fica só da minha boca?
ÉPOCA – Muitos se perguntam por que o senhor também não gravou o Lula. Não seria importante para o país?

Joesley – Porque eu nunca tive conversa não republicana com o Lula. Zero. Eu tinha com o Guido. Conheci o Lula no fim de 2013.

ÉPOCA – O senhor não era próximo do Lula quando ele era presidente?

Joesley – Estive uma vez com o presidente Lula quando assumi o comando da empresa, em 2006. Pedi audiência oficial. Deve estar nos registros. Fui com meu pai apresentar a empresa. Achei que seria importante me apresentar. Nunca mais vi o Lula até o fim de 2013. Não precisou ter conversa. Meu contato era o Guido.

ÉPOCA – E ele sempre resolvia?

Joesley – Resolvia. Então pronto. Para que ter outro? Não estou protegendo ninguém, mas só posso falar do que fiz e do que posso provar. Não estou entregando pessoas. Entreguei provas aos procuradores. E o PT tinha o maior saldo de propina. O que posso fazer se a interlocução era com o Guido? Aí inventam que a Blessed, aquela empresa que temos nos Estados Unidos, seria do Lula, do Lulinha, de político. É uma lenda urbana. Esse negócio de Lula ou filho de Lula é fruto de um imaginário de alguém que quis nos prejudicar. E toda essa documentação da Blessed está à disposição das autoridades. Encaminhamos. E vamos entregar mais material. Estamos levantando mais fatos. Tivemos pouco tempo.


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