VAI
JORRAR PETRÓLEO PARA OS NORUEGUESES
Revista da família Civita retrata com alegria a
entrega de campos do pré-sal pelo governo de Michel Temer; no texto, Veja
concede amplo espaço para o presidente da estatal norueguesa Statoil, Eldar
Saetre, que celebra as decisões do governo Temer que estão desnacionalizando a
cadeia de petróleo e gás no País; "Ponto positivo é o fim da
obrigatoriedade de ter a Petrobras como sócia em todos os campos do pré-sal.
Também vejo com bons olhos a flexibilização da política do conteúdo nacional,
que determinava a compra de uma enormidade de itens produzidos pela indústria
local", afirma Saetre; o engenheiro e professor Roberto Moraes já alertou
que o País perderá o dobro do que foi descoberto na Lava Jato com os leilões.
Reportagem da revista VEJA deste fim de semana retrata com
alegria a entrega de campos do pré-sal pelo governo ilegítimo de Michel Temer.
Intitulada "Vai jorrar petróleo", a matéria fala sobre o leilão do
campo de Carcará.
"Serão três rodadas de leilões
em um mês, dois de campos do pré-sal. O governo espera arrecadar 8 bilhões de
reais nas concorrências, uma injeção de ânimo no combalido caixa federal e uma
boia de salvação para o Rio de Janeiro, onde 30% da economia gira em torno do
chamado ouro negro. Quarenta empresas planejam entrar na briga por um espaço em
águas brasileiras, entre elas os gigantes Shell, Total e Statoil, da
Noruega", diz trecho da reportagem.
No texto, Veja concede amplo
espaço para o presidente da Statoil, Eldar Saetre, que celebra todas as
decisões do governo Temer que estão desnacionalizando a cadeia de petróleo e
gás no País. "Pela primeira vez, vejo no Brasil um calendário de leilões
de mais longo prazo, para os próximos três anos. Sabe-se agora quando e como
será ofertada cada área de exploração. E previsibilidade é tudo em um negócio.
Outro ponto positivo é o fim da obrigatoriedade de ter a Petrobras como sócia
em todos os campos do pré-sal. Também vejo com bons olhos a flexibilização da
política do conteúdo nacional, que determinava a compra de uma enormidade de
itens produzidos pela indústria local", afirma Saetre.
“Para quem acha que o
petróleo perderá relevância em pouco tempo, é bom lembrar que os combustíveis
que movem o transporte de carga por terra, água e mar correspondem a 50% da
demanda mundial. Em um planeta em que a população chegará a 9 bilhões nas
próximas décadas, ainda vamos precisar de petróleo por muitos anos. O Brasil
está no mapa”, acrescenta o executivo.
"Brasil perderá o dobro
da-Lava Jato com leilão"
O engenheiro Roberto Moraes,
professor do Instituto Federal Fluminense em Campos dos Goytacazes fez um sério
alerta sobre o que o Brasil está perdendo de riquezas com leilão do pré-sal,
celebrado pela Veja.
"No dia 29 de julho do
ano passado, os 'gênios' do mercado, hoje na direção da Petrobras, liderados
pelo Pedro Parente, venderam por US$ 2,5 bilhões, o direito de 66% de
participação no bloco exploratório BM-S-8, onde está localizada a área de
Carcará, no pré-sal da Bacia de Santos, para a estatal norueguesa Statoil. As
estimativas da Statoil consideram o campo de Carcará como um ativo de classe
mundial. Ele detém cerca de 700 a 1300 milhões de barris de óleo equivalente e
a área unitizável no BM-S-8 de pelo menos mais 250 milhões de barris. A entrega
da Joia da Coroa do campo de Carcará produz um prejuízo que é praticamente o
dobro do que toda a Lava Jato", diz o engenheiro.
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