BIBLIOTECAS AJUDAM A CRIAR SENTIMENTO DE COMUNIDADE, DIZ PESQUISADORA
“Uma das coisas que a gente percebeu na pesquisa foi esse sentimento de pertencimento, de valorização da sua comunidade", destaca Ester Calland
Conforme mostrou a Biblioo recentemente, entre janeiro de 2017 e junho de 2018 vinte e três pesquisadores de campo coletaram dados em 15 estados e no Distrito Federal sobre as bibliotecas comunitárias. A pesquisa “Bibliotecas Comunitárias no Brasil: Impacto na formação de leitores” teve como objetivo identificar, compreender e dar visibilidade ao papel que essas bibliotecas cumprem nos processos de formação de leitores.
O estudo, realizado presencialmente em 123 espaços, além de 20 que tiveram seus dados coletados a distância, mostrou que 86,7% dessas bibliotecas estão localizadas em zonas periféricas de áreas urbanas em regiões de elevados índices de pobreza, violência e exclusão de serviços públicos; 12,6 % delas estão em zonas rurais e apenas; 7% em área ribeirinha; 66,5% das bibliotecas foram criadas por coletivos, grupos de pessoas do território e movimentos sociais.
Além dos dados quantitativos, expressos por meios dos números, a pesquisa também captou dados qualitativos por meio de grupos focais. Estes mostraram, entre outras coisas, que as pessoas que frequentam estes espaços não são meros usuários de uma serviço, mas que elas se sentem integradas às bibliotecas que frequentam, onde se apropriam do espaço como sendo seu, revela Ester Calland, professora do Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco, e uma das coordenadoras da pesquisa.
“Uma das coisas que a gente percebeu na pesquisa foi esse sentimento de pertencimento, de valorização da sua comunidade. A gente teve vários depoimentos de gente que dizia, ‘olha nosso bairro só aparecia em páginas policiais, em noticiários que depreciam esse espaço, que dizem que aqui só tem violência, que aqui só tem marginalidade’. E com a biblioteca a gente tem a oportunidade, inclusive, de dar notícia a partir de uma ação positiva”, se alegra.
Abaixo você acompanha a entrevista completa da pesquisadora:
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