terça-feira, 11 de junho de 2019

OIT inclui novamente Brasil em 'lista suja' por causa de reforma trabalhista

OIT inclui novamente Brasil em 'lista suja' por causa de reforma trabalhista

Inclusão se deu porque a reforma trabalhista aprovada ainda durante o governo Michel Temer (MDB, 2016-2018) teria violado a Convenção 98, relativa à aplicação dos princípios do direito de organização e de negociação coletiva

REDAÇÃO OPERA MUNDI
 São Paulo (Brasil) 
A Comissão de Aplicação de Normas da OIT (Organização Internacional do Trabalho) incluiu pela segunda vez consecutiva, nesta terça-feira (11/06), o Brasil na “lista suja” de 24 nações que mais violam convenções internacionais do trabalho e, por isso, o país será examinado com mais atenção pelo órgão.
A inclusão se deu porque a reforma trabalhista aprovada ainda durante o governo Michel Temer (MDB, 2016-2018) teria violado a Convenção 98, relativa à aplicação dos princípios do direito de organização e de negociação coletiva.
Esta convenção havia sido ratificada pelo Brasil e, entre outros pressupostos, obriga os Estados, ao modificar leis trabalhistas, a realizar processos de ampla e transparente consulta às entidades mais representativas de empregadores e trabalhadores. As entidades sindicais, com a CUT à frente, afirmam que isso não ocorreu.
Na primeira vez que o Brasil havia entrado na lista dos 24, em 2018, a OIT solicitou ao governo providências para que se comprovasse que a reforma trabalhista, como argumentava a administração Temer, não violava as convenções internacionais. Desde então, Brasília tem atacado a entidade.
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Brasil está novamente na lista suja da OIT
Segundo o jornalista Jamil Chade, do UOL, a manutenção do Brasil na lista irritou o governo Jair Bolsonaro (PSL), que considera que a decisão foi “política”. As autoridades brasileiras iniciaram um processo para tentar mudar “revisar os métodos de trabalho” da OIT.
As centrais sindicais, por sua vez, comemoraram a decisão, e chamaram a reforma trabalhista de “cruel e desumana”.
“Ao contrário do que prometia, [a reforma] não gerou empregos decentes, mas apenas precarização laboral, fragilização das relações de trabalho, insegurança jurídica e um aprofundamento de uma crise que somente será superada com a geração de empregos decentes, que façam com que a classe trabalhadora possa voltar a aspirar uma vida melhor e não apenas sobreviver em trabalhos intermitentes, precarizados, insalubres e enriquecendo aqueles que apoiaram esta reforma com o objetivo único de reduzir custos no lombo do trabalhador e da trabalhadora”, disseram, em nota, seis centrais sindicais brasileiras.

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