BRASIL À DERIVA
‘Esse governo está entregando o Brasil. Precisamos tirar o Lula daí. É sobre nossa liberdade’
Ex-presidente da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/ONU) José Graziano, e o ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, visitaram Lula hoje (22)
RICARDO STUCKERT
O ex-diretos geral da FAO, José Graziano, idealizador do Fome Zero, e o ex-diretor de Exploração da Petrobras, Guilherme Estrella, um dos responsáveis pela descoberta do pré-sal
São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, na tarde de hoje (22), a visita do ex-presidente da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/ONU) José Graziano, e do geólogo e ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, um dos responsáveis pelo descobrimento do pré-sal. A visita ocorreu em meio às movimentações privatistas do governo Jair Bolsonaro (PSL).
Nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro, vem sinalizando que vai prosseguir na entrega do patrimônio nacional. Ontem (21), foi divulgada uma lista de empresas que devem passar das mãos dos brasileiros para as garras do mercado. Entre elas, a Petrobras. “Esse governo está entregando o Brasil. Precisamos tirar o Lula daí. É sobre nossa liberdade. É sobre nossa soberania”, disse Estrella, ao deixar a sede da Polícia Federal em Curitiba, onde o ex-presidente cumpre pena há 502 dias.
Estrella defendeu que Lula é um preso político, vítima de um conluio que teve como objetivo a imposição de uma agenda agressiva de dilapidação das riquezas dos brasileiros. “Este é um homem preso injustamente, um homem do povo brasileiro, que defende o Brasil, defende a soberania nacional”, disse.
Sumiram os nacionalistas?
A entrega do petróleo brasileiro foi alvo, na tarde de hoje, de críticas no Senado Federal. Jean Paul Prates (PT-RN), lembrou da fundação da empresa pública, ainda nos anos 1930, pelo então presidente Getúlio Vargas, que suicidou-se no dia 24 de agosto de 1954, no Palácio do Catete, Rio de Janeiro, com um tiro no peito. “O gesto dramático foi o último esforço para barrar a sanha golpista que varria o Brasil naquele período. Sua morte mudou o curso da história do país e adiou o golpe por quase 10 anos”, disse o senador.
Assim como já disse Lula e Haddad, espanta a postura das Forças Armadas, que no passado defenderam a criação da empresa pública e, teoricamente, possuem como dever a defesa da soberania nacional. “Vivemos o presente das queimadas, do desmatamento, da fome nas cidades e da violência nas ruas. O presente das privatizações e da entrega do patrimônio público (…) E isso ocorre, ironicamente, com o governo com o maior número de autoridades egressas das Forças Armadas e o próprio presidente da República é um ex-capitão do Exército. Este mesmo Exército que foi vital para tirar a Petrobras do papel ainda nos anos 40 e transformá-la na maior empresa do Brasil e numa das mais importantes do mundo”, finalizou.
Exemplo para o mundo
Graziano disse, ao sair da visita com Lula, que a razão de estar ali era para entregar ao ex-presidente um livro editado pela FAO. Na obra, o exemplo de uma das políticas de sucesso do governo petista para o mundo. “Vim trazer para o presidente esse livro, que vai ficar pronto para distribuição em uns 20 dias. Conta a história de como um projeto, o Fome Zero, que serviu de base para a campanha de 2002, virou um dos objetivos do mundo sustentável”, disse.
“O mundo todo luta pelo fome mundial zero, inspirado pelo Brasil. Esse é o modelo seguido em muitas partes do mundo. É uma inspiração para não deixarmos a fome voltar para o Brasil. Erradicamos a fome. Uma das condições para termos um país desenvolvido é não termos fome”, completou.
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