quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Costa Rica diz ter dúvidas se governo do Brasil quer lecionar 'sobre práticas democráticas'

Costa Rica diz ter dúvidas se governo do Brasil quer lecionar 'sobre práticas democráticas'


Além da Costa Rica, representantes de Equador, Bolívia, Cuba, Nicarágua e Venezuela deixaram salão da Assembleia Geral da ONU antes de discurso Michel Temer; Serra diz que protesto não teve 'nenhum impacto'
A Presidência da Costa Rica afirmou, na tarde desta terça-feira (20/09) que a atitude do presidente costarriquenho, Luis Guillermo Solís, e seu chanceler, Manuel González, de deixar o salão da Assembleia Geral da ONU antes do pronunciamento do presidente brasileiro, Michel Temer, se deu "à dúvida" de que, “diante de certas atitudes e atuações, se queira lecionar sobre práticas democráticas” após o processo que levou à destituição de Dilma Rousseff e a violência policial contra manifestantes.
Em comunicado, o governo costarriquenho afirma que acompanhou os acontecimentos após o julgamento que levou ao afastamento definitivo de Dilma Rousseff, especialmente “certos atos de violência” que ocorreram após o impeachment. Segundo a nota, a decisão foi “soberana e individual” de Solís e de González.
O governo de Solís diz também não ser “incomum” que representantes de países não escutem todos os discursos de chefes de Estado durante a conferência e afirmou que o diplomata Juan Carlos Mendoza García, representante do país centro-americano na ONU, permaneceu durante o pronunciamento de Temer.
Nesta terça-feira (20/09), além da Costa Rica, ministros e representantes diplomáticos de Equador, Bolívia, Cuba, Nicarágua e Venezuela se retiraram do salão onde ocorria a abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas no início do discurso de Temer. Esses países se manifestaram publicamente, em diversas ocasiões, contra o processo de impeachment de Dilma, o qual qualificam como golpe de Estado.
Agência Efe

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O chanceler do Equador, Guillaume Long, comentou o episódio em sua conta noTwitter.
“Equador, Costa Rica, Bolívia, Venezuela, Cuba, Nicarágua saem do debate geral da Assembleia Geral da ONU após Michel Temer iniciar discurso”, escreveu o chanceler.
Já a Missão Permanente da Venezuela nas Nações Unidas qualificou Michel Temer como presidente “ilegítimo” do Brasil ao comentar o fato.
“Rafael Ramírez [representante do país na ONU] e a delegação da Venezuela nas Nações Unidas se retiram do salão durante discurso do presidente ilegítimo do Brasil, [Michel] Temer”.
Horas depois, o chanceler brasileiro, José Serra, disse a jornalistas que o protesto dos seis países na ONU não teve “nenhum impacto” internacional sobre o Brasil.
"No caso, a ONU tem 200 membros, não nos esqueçamos disso. São cerca de 200 países. Não me parece uma proporção significativa", declarou o ministro.

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