terça-feira, 29 de novembro de 2016

'Não é tão simples' reverter aproximação entre EUA e Cuba, alerta Casa Branca a Donald Trump


'Não é tão simples' reverter aproximação entre EUA e Cuba, alerta Casa Branca a Donald Trump


Presidente eleito dos EUA reiterou que pretende 'acabar com acordo' entre países; porta-voz de Obama ressaltou impacto econômico e diplomático de medida
A Casa Branca alertou nesta segunda-feira (28/11) que “não é tão simples” reverter a aproximação com Cuba iniciada pelo presidente dos EUA, Barack Obama, já que essas medidas teriam notáveis consequências “econômicas e diplomáticas”.

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"Desfazer isso não é tão fácil quanto um golpe de caneta. Não é tão simples como pode parecer com base em um só tweet", disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, em sua entrevista coletiva diária, sobre ameaças feitas por Trump nas redes sociais.

Earnest se referia à mensagem publicada horas antes por Trump em sua conta oficial no Twitter, na qual afirmava que “se Cuba não estiver disposta a fazer um acordo melhor para o povo cubano, o povo cubano-americano e os EUA como um todo, eu vou acabar com o acordo”.

"Cancelar tudo representaria um enorme golpe econômico para os cidadãos cubanos", alegou Earnest, ao lembrar que várias empresas de turismo norte-americanas, como Airbnb, Marriott e Starwood, receberam licenças para operar em Cuba.
Agência Efe / Arquivo

Raúl Castro, presidente cubano, e Barack Obama, presidente dos EUA, em encontro em março no Palácio da Revolução em Havana


A política de normalização também promoveu "notáveis benefícios" às empresas norte-americanas e ao setor agrícola, lembrou Earnest, além de aumentar as viagens à ilha de turistas do país, que estimulam com seus gastos a economia local.

"Há 110 voos diários programados entre os EUA e Cuba nos próximos meses", lembrou o porta-voz de Obama.
 

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Earnest também falou que uma volta da inimizade com Cuba afetaria as relações dos EUA com o resto da América Latina, que estão no "melhor ponto" graças ao fim da "irritante" tensão com Havana.

O porta-voz também defendeu a decisão de Obama de não criticar Fidel Castro no comunicado divulgado no sábado (26/11) por causa do falecimento do ex-presidente de Cuba, no qual disse simplesmente que a história "julgará" o líder da Revolução Cubana. Já Trump tachou Fidel de "brutal ditador" que oprimiu seu próprio povo.

"Não se pode negar o tipo de violência que ocorreu em Cuba sob o regime de Castro. Divulgar um feroz comunicado e nos envolver em recriminações mútuas que estão atadas ao passado em nada servirá para melhorar as liberdades em Cuba", acrescentou o porta-voz.

O senador republicano de origem cubana Marco Rubio e outros anticastristas criticaram Obama por não mencionar a repressão de Castro a opositores na nota, mas Earnest destacou que o presidente prefere "olhar para o futuro", sem esquecer o passado.

Nem Obama nem o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, devem viajar a Cuba para o funeral de Fidel, informou Earnest, que não confirmou se a Casa Branca enviará uma delegação oficial à cerimônia.

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