terça-feira, 29 de novembro de 2016

O JUIZ SÉRGIO MORO

O JUIZ SÉRGIO MORO

Percebam a 'imparcialidade' do magistrado nesse diálogo:

Advogado de Lula: Vossa Excelência está violando o princípio da ampla defesa, está perguntando à testemunha sobre fatos que não foram objeto da inquirição de hoje

Sergio Moro: [levantando a voz] Essa é a posição do juízo, doutor. Neste caso, é o que estou fazendo.

Advogado de Lula: Então fica o protesto da defesa contra o comportamento de Vossa Excelência, que viola o código de processo penal.

Sergio Moro: Na sua interpretação, doutor. Na interpretação correta do código, o juiz pode fazer...

Advogado de Lula: Na interpretação de todos que trabalham com processo penal. Somos professores de processo penal.

Sergio Moro: Tá ótimo então, eu vou seguir com minhas indagações aqui, se a defesa permitir, evidentemente..." (Link da Veja)

O juiz famoso passeia com desenvoltura nos espaços mais elitizados, faz palestras de destaque para embaixada norte-americana, visita com extrema simpatia a imprensa conservadora
O imenso prestígio veio montado nas sentenças contra  empresários e o heroísmo, cavalgando nas prisões de petistas. Consciente de seu poder, deita e rola nas conturbações golpistas de um país, que  nada de braçadas em busca de um lugar de destaque entre as republiquetas da América Latina

Na nota dos advogados, tem-se uma ideia do nível de sua isenção:
" Descobriu-se a tramitação de um procedimento oculto perante a 13ª. Vara Federal de Curitiba a partir da referência feita pelo Ministério Público Federal e ingressou-se  com Reclamação no Supremo Tribunal Federal contra o juiz Sérgio Moro por violação à Súmula Vinculante nº 14 que assegura à defesa amplo acesso a qualquer procedimento investigatório... O juiz está agindo de forma ilegal ao impedir que a defesa de Lula tenha acesso a procedimento investigatório".

Extrapolou sua competência de juiz de 1ª instância para executar gravações de Lula com membros do Congresso e com a presidente da República, atribuições exclusivas do Supremo.
Ordenou escutas clandestinas no escritório dos advogados do ex-presidente e de todos seus familiares, além de fazer malabarismos retóricos e investigativos  para forçar a culpabilidade de Lula em relação ao duplex e o sítio em Atibaia.
Um breve parêntese  para lembrar que o implacável juiz, durante o principado do sociólogo, não encontrou culpa para condenar os gatunos que surrupiaram 500 bilhões do Banestado.

Numa ação criminosa, liberou para a imprensa uma fita gravada e já devidamente arquivada, com o escancarado objetivo de interferir num conturbado momento  politico do país. Antes, já havia  dispensado os serviços do oficial de justiça, para determinar   que a PF procedesse a intimação ao ex-presidente. 

Com todas essas 'isenções' e 'imparcialidades' e o meritíssimo é festejado na capa da Veja - "O homem que salvou 2015"; participa de reunião festiva com socialites, bancada pelo milionário João Dória e, suprema honraria, ganha  o prêmio "Faz a Diferença", homenagem da rede Globo, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro

Já se falou nesse espaço da profunda e injusta estratificação da sociedade brasileira. Um punhado de ricaços, que atende pelo nome de elite, a mover os cordões da imprensa, da política, da justiça e com a mania recorrente  de eleger e derrubar presidentes, conforme suas vontades e interesses. De quebra, ainda se empenha em remover todos os  obstáculos que ameace a manutenção do establishment.
Em outros tempos, cassaram Juscelino, deportaram João Goulart e num rabo de foguete foram-se Brizola e Arraes. Não ficou ninguém.


* Sebastião Costa – Médico e colunista do 247

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