SERRA RETOMA A ENTREGA DA BASE DE
ALCÂNTARA AOS ESTADOS UNIDOS
Rogério Cerqueira Leite
Acordei nesta manhã com a notícia de que
o Governo brasileiro está negociando secretamente um acordo com os Estados
Unidos para utilização da Base de Alcântara. Para quem não sabe, Alcântara é a
localização mais estratégica do mundo, do ponto de vista militar e político,
para lançamento de foguetes.
Um acordo secreto conforme noticiado
daria aos americanos enormes vantagens. Em primeiro lugar, atenderia a seu
desejo explícito de não deixar o Brasil desenvolver uma tecnologia própria de
foguetes. Em segundo lugar, impediria um eventual acordo brasileiro com outra
potência na área, por exemplo, a Rússia.
O Governo brasileiro tentou desenvolver
tecnologia de foguetes num acordo com a Ucrânia que, tendo sido uma das
repúblicas soviéticas, estava em condições de oferecer uma parceria vantajosa
ao Brasil. Como se sabe, só a Rússia, como herdeira dos soviéticos, tem
tecnologia aeroespacial comparável à dos EUA, o que de alguma forma
compartilhava com a Ucrânia. Entretanto, a Ucrânia sofreu um golpe de Estado comandado
pelos americanos, que exigiram o fim do acordo com o Brasil, conforme
informações do WikiLeaks. Além disso, em 2003, Alcântara sofreu um acidente
devastador destruindo instalações e dezenas de vidas.
O “acidente” de Alcântara nunca foi
claramente explicado. Só interessava aos EUA. Considerando que os americanos
tem tecnologia suficiente para invadir o Palácio do Planalto e o prédio da
Petrobras para coletar informações, não pode ser atribuído exclusivamente aos
teóricos da conspiração a ideia de que houve, sim, um atentado para evitar o
desenvolvimento tecnológico brasileiro na área de foguetes.
Os que sofrem do “complexo de
vira-latas” podem subestimar essa considerações dizendo que um país como os
EUA, forte e rico, jamais se preocuparia em bloquear o desenvolvimento de uma
nação tão insignificante como o Brasil.
Entretanto, como explicar os telegramas
do embaixador americano na Ucrânia manifestando sua oposição ao acordo com o
Brasil? Mais do que isso: por que a Ucrânia se desinteressou do acordo tão logo
assumiu um novo governo apoiado num golpe nazista direcionado contra a Rússia,
que os neoconservadores americanos consideram inimiga?
Tudo isso é muito suspeito. E mais
suspeito ainda é a pouca informação que a sociedade brasileira teve a respeito.
Aparentemente as autoridades americanas “ajudaram” nas investigações para
esclarecer o acidente ficando na confortável situação de acobertar o que lhes
interessava.
Agora, colhendo os frutos do “acidente”,
os americanos obtiveram do ministro das Relações Exteriores, José Serra, a
sugestão de retomar o acordo de forma próxima do que foi rejeitado pelo Governo
Lula antes do acordo com a Ucrânia.
A sujeição é total. Perderemos a
soberania sobre a base.
Nada de parceria tecnológica. O comando
pleno das instalações passa a ser dos Estados Unidos – naturalmente, de suas
Forças Armadas. Todos os resultados financeiros serão de propriedade americana.
De um lado estará o patriotismo de Trump, do outro nossa subjugação total a uma
potência estrangeira.
Aos oficiais da Força Aérea Brasileira
restará cuidar do serviço de limpeza, juntando-se aos oficiais do Exército e da
Marinha que estão cuidando dos presídios.
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