Bebianno aponta ministro do Turismo como responsável por repasse a laranjas do PSL
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Gustavo Bebianno, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência e coordenador da campanha eleitoral de Jair Bolsonaro (PSL), afirmou ser de exclusiva responsabilidade do diretório do PSL de Minas Gerais, então comandado pelo hoje ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, o repasse de dinheiro público para candidatas investigadas sob suspeita de integrarem esquema de laranjas.
Presidente nacional do PSL em 2018, Bebianno afirmou também que apresentará às autoridades, quando solicitado, toda documentação comprobatória sobre suas acusações. O ex-ministro afirmou em sua entrevista à Folha que a verba em questão foi solicitada formalmente pelo comando do partido em Minas.
"Em relação a Minas Gerais, não conheço qualquer das candidatas que formaram aquela chapa. Não sei quem são, e nunca sequer mantive qualquer contato com elas. Simplesmente desconheço. Esclareço que todos os pedidos de recursos efetuados para as mencionadas candidatas em questão foram feitos pelo próprio diretório de Minas Gerais”, afirmou Bebianno.
No caso citado sobre as supostas candidatas laranjas, a prestação de contas entregue pelas quatro mulheres ao Tribunal Superior Eleitoral mostra que elas receberam um terço de toda verba eleitoral do partido em Minas, o equivalente a R$ 279 mil. O valor foi repassado diretamente pela Executiva nacional, à época comandada por Bebianno. O ex-ministro, no entanto, afirma que assim como fez em relação às outras 26 unidades federativas, apenas repassou o dinheiro pedido pelos comandos.
O ex-ministro também foi questionado sobre suposto esquema semelhante em Pernambuco, terra do atual presidente do PSL, Luciano Bivar, e que também está sob investigação da polícia. Ele negou qualquer responsabilidade e afirmou novamente só ter seguido os pedidos dos diretórios estaduais.
“À [direção] nacional do partido competiram duas tarefas, apenas: montagem da chapa para presidente e vice-presidente da República e montagem de 27 diretórios estaduais. Só isso. Por sua vez, cada um dos 27 diretórios estaduais montou a sua própria chapa para governador, vice-governador, senadores, deputados federais e deputados estaduais. Em todos os casos, sem exceção, os nomes dos candidatos que compunham as chapas, homens ou mulheres, foram indicados pelos respectivos diretórios estaduais”, explicou Bebianno.
Em resposta à Folha, o ministro do Turismo afirmou que não participou de nenhum patrocínio à candidatura laranja, afirmando que seu partido cumpriu a legislação eleitoral. Via nota enviada por sua assessoria de imprensa, afirmou que a escola das candidatas e a destinação de recursos a elas atendeu à necessidade de se “combater a esquerda na Vale do Aço de Minas”.
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