A
renda do trabalhador desaparece!
A cada dia que abrimos os jornais ou nos informamos
pela Internet vai ficando mais claro que a situação vai “de mal a pior”. Todos
os números, mesmo que mascarados por uma imprensa comprometida com o golpe,
mostram que é o brasileiro dificilmente vai conseguir recuperar a sua renda e o
“aperto” geral deve durar.
A chamada “austeridade econômica”, inventada pelo
modelo neoliberal para iludir os europeus, chegou de vez ao Brasil depois do
golpe de 2016 e o ilegítimo Temer foi seu artífice principal. Agora tem no
ex-militar e sua equipe um grupo determinado a não mais permitir que o país
volte a levantar soberanamente a cabeça. Nada de emprego e renda, políticas
fundamentais para qualquer nação que queira se tornar grande.
O país tem agora mais de 13 milhões de desempregados,
mais de 28 milhões de subutilizados, cortes em programas essenciais como o
Minha Casa Minha Vida e o Mais Médicos, fim da política de valorização do
salário mínimo e andamos sem rumo em um mundo que está em crise.
Um estudo do Codace, um comitê de economistas alojado
na Fundação Getúlio Vargas, mostra que a renda per capita do brasileiro
estagnou ao redor de R$ 32 mil. Porém, se a renda fosse distribuída igualmente
por toda a população, cada brasileiro teria pouco mais de R$ 2.500 por mês,
valor 9% abaixo do pico alcançado no primeiro trimestre de 2014, último ano do
primeiro mandato da presidenta Dilma. Em palavras bem simples: estamos
testemunhando o empobrecimento da classe trabalhadora.
A
pobreza aumenta. A redução da pobreza
no Brasil, entre 2003 e 2015, tem relação direta com o crescimento do valor do
salário mínimo. Resultado da política de valorização e atualização do valor do
piso nacional, cuja Lei 13.152, de 29 de julho de 2015, não foi renovada, agora
em 2019, pelo Bosta.
Indo diretamente ao assunto, entre 2016 e 2017, houve
crescimento da pobreza segundo os 3 critérios de “linha de pobreza” utilizados
pelo IBGE para identificar pessoas pobres. Na linha de pobreza mais elevada, de
cerca de R$ 406 como rendimento mensal domiciliar per capita, a proporção de
pobres passou de 25,7%, em 2016, para 26,5% da população brasileira em 2017.
Os dados apresentados, indicam que, até 2015, aumentou
a participação dos 40% mais pobres e dos 50% intermediários na distribuição de
rendimentos de todas as fontes e diminuiu a participação dos 10% mais ricos.
Sem
perspectiva de melhorar. Segundo o
jornal Monitor Mercantil, as Instituições financeiras reduziram pela nona vez
seguida a projeção para o crescimento da economia brasileira este ano. A
estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) agora caiu de 1,71%
para 1,70% este ano. Há quatro semanas, a estimativa estava em 1,98%.
Os números constam do Boletim Focus, publicação semanal
elaborada com base em estudos de instituições financeiras sobre os principais
indicadores econômicos. O boletim é divulgado às segundas-feiras, pelo Banco
Central, em Brasília.
Para praticamente todos os analistas, 2019, que ainda
nem chegou à metade, já pode ser considerado um ano perdido. E, para piorar,
todos acreditam que 2020 é uma grande incógnita.
Os índices mais recentes apontam para uma elevação na
inflação. Os últimos dados de inflação, seja IPCA, IPCA-15, divulgados durante
a semana, a aceleração. E os chamados analistas estão revisando suas projeções
para o crescimento deste ano.
A classe média, que é uma grande propulsora do consumo,
está com o seu orçamento bastante comprometido. E devemos considerar: 1) o
custo de vida crescendo de uma forma muito intensa; 2) condomínio, gastos com
serviços em geral, mensalidade escolar, plano de saúde crescendo muito acima da
inflação média. Isso afeta muito o orçamento inclusive dos que estão
empregados. As empresas, assim como muitos consumidores, numa situação de
inadimplência, com dificuldade de cumprir seus compromissos. Ou seja, o
consumo, tanto das famílias como das empresas, encontra-se bastante restrito.
Nestas horas, classicamente, o que você tem de ter é uma atuação do Estado para
servir de política anticíclica. O Estado deveria estar investindo mais para
ativar a economia. Está acontecendo o contrário.
Desemprego
atinge 13,4 milhões de pessoas. Em
apenas três meses do governo do ex-militar, o número de desempregados no país
cresceu 10,2% e a taxa subiu para 12,7% no trimestre encerrado em março. No
total, 13,4 milhões de trabalhadores e trabalhadoras estão desempregadas,
segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada na manhã desta
terça-feira (30).
A maior taxa de desemprego desde o trimestre terminado
em maio de 2018, quando o percentual também ficou em 12,7%, pode ser um dos
reflexos da falta de investimentos públicos. Só neste 1º trimestre de 2019 em
comparação com o trimestre encerrado em dezembro, mais de 1,2 milhão de pessoas
perderam os empregos. E esse governo não tem um projeto econômico sólido para o
país.
A subutilização da força de trabalho atingiu recorde da
série história do IBGE iniciada em 2012. Com um acréscimo de 1,5 milhão de
pessoas em três meses, a taxa de subutilização chegou a 25% e agora são 28,3
milhões de trabalhadores desempregados, subempregados com menos de 40 horas
semanais ou que não conseguem procurar empregos. É uma alta de 1,2 pontos
percentuais em comparação com o trimestre anterior, encerrado em dezembro.
O número de pessoas desalentadas, que desistiram de
procurar uma vaga no mercado de trabalho, subiu 3,9% (180 mil pessoas a mais)
em relação ao trimestre anterior, atingindo 4,8 milhões de brasileiros. Em relação
ao mesmo trimestre de 2018, são 256 mil pessoas a mais no grupo de
desalentados, uma alta de 5,6%.
O número de trabalhadores ocupados, seja com carteira
de trabalho e sem carteira, caiu no primeiro trimestre deste ano. Segundo o
IBGE, os com carteira caíram 0,1% na comparação com o trimestre encerrado em
dezembro, reunindo 32,9 milhões de pessoas. E os sem carteira assinada (11,1
milhões) caíram -3,2% em relação ao trimestre anterior (menos 365 mil pessoas).
A categoria dos trabalhadores por conta própria ficou
estável na comparação com o trimestre encerrado em dezembro. São 23,8 milhões
de trabalhadores e trabalhadoras nessa condição. Em um ano, no entanto, são 879
mil pessoas a mais trabalhando por conta própria, um crescimento de 3,8%.
O boletim do Dieese “Emprego em Pauta” revela, que
entre o 3º e o 4º trimestre de 2018, quase 5 milhões de trabalhadores tiveram
as jornadas de trabalho reduzidas para menos de 30 horas semanais. Trata-se uma
análise do crescimento da subocupação no País. Entre esses, 1,3 milhão ficaram
insatisfeitos com essa mudança e declararam que gostariam de trabalhar mais
horas. Esses trabalhadores tornaram-se parte do crescente número daqueles que
são considerados subocupados por insuficiência de horas trabalhadas.
São consideradas subocupadas as pessoas que trabalham
menos de 40 horas por semana e que gostariam e estavam disponíveis para
trabalhar mais horas.
Um
laranjal completo. Há alguns anos o
Brasil era um dos maiores exportadores de suco de laranja para os EUA, agora
produzimos “laranja” para consumo do próprio governo. Durante seu último
mandato como deputado federal, o ex-militar empregou pelo menos cinco
assessoras que não colocaram os pés nas dependências da Câmara, segundo
documentos obtidos. As secretárias – todas mulheres, empregadas de longa data
do presidente – não pediram a emissão de crachás de funcionárias nem se
registraram como visitantes em nenhum momento desde 2015. Em outubro de 2016,
seus salários variaram de R$ 1.023 a R$ 4.188.
No ano de 2016, o gabinete do Bosta empregou 22
assessores, segundo registros da Casa. De acordo com os documentos obtidos via
Lei de Acesso à Informação, pelo menos cinco ex-secretárias não tinham
credencial de funcionária da Câmara dos Deputados, três a possuíam e em dois
casos não houve resposta. Entre 2015 e 2019, período da última legislatura, o
Sistema de Identificação de Visitantes da Câmara tampouco registra alguma entrada
das cinco ex-funcionárias.
As “secretárias” sem crachá nem registro de visitantes
são Bárbara de Oliveira Ferraz, de 34 anos, Denise Marques Felix, de 61 anos,
Patrícia Cristina Faustino de Paula, de 31 anos, Dulcineia Pimenta Peixoto, de
59 anos e Mirian Melo Lessa Glycério de Castro, de 43 anos.
Os assessores parlamentares podem trabalhar em Brasília
ou nos estados de origem dos parlamentares, contanto que cumpram sua carga
horária. O controle é feito pelos próprios deputados.
O expediente não é ilegal, mas a ausência completa de
passagens pela Câmara e o histórico de casos semelhantes na família levantam
suspeitas. De acordo com apuração da Pública em distintos gabinetes em Brasília,
é usual que mesmo os funcionários que trabalham no estado de origem passem pela
Câmara em alguma ocasião, ainda que rara, como uma votação importante ou na
cerimônia de posse. Os crachás devem ser renovados a cada nova legislatura e a
Casa afirma não guardar registros sobre mandatos passados.
A Pública tentou ouvir todas as cinco ex-funcionárias.
Poucos minutos depois de ter buscado Mirian Melo Lessa via telefone, Waldir
Ferraz fez contato. Ele é assessor de imprensa do ex-capitão desde os anos 1980
e um dos seus homens de confiança. Mirian foi nomeada pelo pulha em 2010 e
exonerada em 2016. Ela é sócia na empresa Segmir – Consultoria e Gestão em
Segurança Privada, registrada em 2008. A empresa tem como endereço um imóvel em
Freguesia na região de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
O outro sócio da Segmir é o marido de Mirian, o coronel
do Exército José Augusto Glycério de Castro, que foi exonerado do Comando
Militar do Leste em 2016 e, no mesmo ano, prestou serviços de coordenador-geral
da Assessoria Especial do Exército para os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro.
O levantamento completo de todos os casos foi publicado
pelo site Opera Mundi e é estarrecedor. Ler todo o relatório é “apenas” uma
pequena mostra do laranjal plantado por esse governo miliciano.
Ele
está sentindo a pressão. O ex-militar
brasileiro está começando a sentir que a opinião pública mundial já não o
suporta. A homenagem que seria prestada a ele, em Nova Iorque, foi rejeitada
por um museu, por um restaurante de luxo e até mesmo pelo prefeito da cidade!
Por fim, um hotel de quarta categoria, o Marriott, aceitou sediar o encontro,
mas entidades sociais estadunidenses reuniram-se no local para protestar contra
a realização.
Empresas que anualmente financiam o encontro, a
companhia aérea Delta Air Lines, a consultoria Bain & Company e o jornal
Financial Times retiraram o apoio. O senador democrata Brad Hoylman,
representante de Nova Iorque no Congresso, publicou uma carta para o hotel
Marriott pedindo o cancelamento da homenagem. O parlamentar ainda criou um
abaixo-assinado para impedir a cerimônia.
A pressão foi grande e o pulha resolveu “botar o galho
dentro” e emitiu uma nota dizendo que desistia da participação no encontro. Em
nota oficial, o porta-voz da presidência, Otávio Santana do Rêgo, diz que “em
face da resistência e dos ataques deliberados do Prefeito de Nova York e da
pressão de grupos de interesses sobre as instituições que organizam, patrocinam
e acolhem em suas instalações o evento anualmente, ficou caracterizada a
ideologização da atividade”.
Notas
rápidas: 1) o
ex-capitão, que odeia o ensino e a cultura, cortou 230 milhões de reais das
universidades públicas, mas doou 233 milhões para o Guaidó dar o golpe na
Venezuela; 2) depois de envolver o Banco do Brasil para patrocinar o tal
“prêmio” que receberia, porque todos os patrocinadores já tinham se retirado,
ele desistiu de ir a Nova Iorque.
Vou
denunciar esse pulha pela Europa. Para
quem não viu as notícias nos jornais, as recentes eleições na Espanha trouxeram
uma surpresa: a eleição de uma brasileira como deputada do país (veja matéria
adiante). A sergipana Maria Dantas promete tornar públicas “atrocidades”
cometidas pelo governo brasileiro e lutar por direitos humanos, de imigrantes e
das mulheres.
Ela foi eleita no domingo (28) pelo partido Esquerda
Republicana da Catalunha (ERC). Formada em Direito, a brasileira quer ser uma
voz ativa contra o partido Vox, que marca a volta da extrema direita ao
Parlamento espanhol depois de quase 40 anos. Ela pretende trabalhar em questões
sociais focadas nas mulheres e nos imigrantes e também fazer frente ao governo
do presidente Jair Bolsonaro.
“Eu pretendo explicar em audiências públicas o caráter
do governo brasileiro, a quem eu chamo de capitão, e não de presidente. Em
todos os lugares onde eu estiver, vai ter uma fala sobre as atrocidades desse
governo. Vou levantar a bandeira dos direitos humanos e denunciar claramente o
ex-capitão, as políticas racistas, de racismo institucional que estão sendo
executadas. Eu já fazia isso arriscando a pele nas ruas. Agora vai ser ainda
mais fácil no Congresso. Serei uma ponte para fazer pautas, para que pessoa
possam denunciar. Pretendo viajar pela Europa para fazer denúncias”.
O
ex-capitão vai “torcer”? Nada que não
se esperasse. As eleições presidenciais na Argentina serão em outubro e o
ex-capitão brasileiro está rezando muito pelo seu amiguinho Macri. Em matéria
divulgada pelas redes sociais ele diz, na sexta-feira (03), que está “pedindo a
deus” que a ex-presidenta da Argentina Cristina Kirchner não vença as eleições
de outubro e volte ao poder.
Com o maior cinismo, diz que “não se envolve em
questões de países vizinhos”, mas afirmou que um retorno de Cristina ao governo
poderia transformar a Argentina em outra Venezuela!
Vale lembrar que Cristina era muito ligada com Dilma,
com Lula, com a Venezuela de Maduro e Chávez, com Cuba. “Se isso voltar, a
Argentina vai entrar em uma situação semelhante à da Venezuela”, disse o pulha.
Sim, Cristina pretende concorrer nas eleições e já aparece em primeiro lugar
nas pesquisas.
Greve
paralisou a Argentina. Terça-feira
(30), enquanto os jornais se preocupavam com os acontecimentos na Venezuela
(veja a seguir) os sindicatos argentinos cumpriam com o programado: parar o
país para protestar contra as medidas econômicas de Mauricio Macri.
A mobilização atingiu várias categorias e, em Buenos
Aires, pararam os transportes coletivos, todos os voos aéreos previstos, o metrô,
escolas e bancos. A paralisação se estendeu por todo o país, segundo as lideranças
grevistas.
Na maior parte das cidades pararam também os
trabalhadores da coleta de lixo, transportes de cargas, serviços de correio,
serviços públicos e universidades públicas. Os hospitais públicos atenderam
apenas emergências e até para abastecer os carros nos postos de gasolina a
população passou por grandes problemas.
Não
vai dar para pagar! A Argentina está
naquela situação que conhecemos como “no bico do urubu”. Segundo Emiliano
López, professor e pesquisador do Conselho Nacional de Investigações
Científicas e Técnicas (Conicet), muitas das medidas aplicadas por Macri só
serviram para agravar ainda mais a situação do país.
Em entrevista ao Brasil de Fato, o economista afirmou
que “os valores de juros sobre a dívida já são impagáveis”, o que pode levar a
Argentina a ter que declarar moratória novamente. Para López, a única saída
possível para a crise argentina não é técnica, e sim política. “Só podemos
pensar em outro programa político se tivermos um projeto de governo que coloque
em primeiro plano as necessidades das classes populares”, considera o
professor.
Nos primeiros anos de governo, o endividamento ocorreu
mediante a venda de títulos da dívida a grupos de inversão estrangeiros. Quando
o capital internacional deixou de comprar a dívida argentina, o governo recorreu
ao FMI, que impôs fortes condicionamentos a sua política econômica. O peso da
dívida já alcança 100% do PIB e representa uma sobrecarga enorme para as contas
públicas do país.
O segundo grande problema é que o governo neoliberal
apostou em conter a saída de capitais do país por meio de um aumento aberrante
das taxas de juros, oferecendo pagamentos de bônus a curtíssimo prazo, como
ocorreu com as Letras do Banco Central (LEBACs), agora convertidas em Letras de
Liquidez (LELIQS). Esses bônus, que tiveram taxas que passaram de 30% a 75% ao
ano em poucos meses, marcaram o fracasso da tentativa de conter as divisas que
ingressaram por meio do endividamento. As medidas não fizeram mais que acelerar
a financeirização da economia, acentuando a instabilidade.
O terceiro grande problema é a aceleração da inflação.
Deixar a taxa de câmbio flutuando livremente em um contexto global em que os
capitais procuram amparo nas grandes economias centrais implica uma estratégia
suicida para nosso país. E tudo foi piorado com uma típica política neoliberal,
quando o governo permitiu dolarizar as tarifas de serviços públicos e o
combustível. Todos esses aumentos diminuem as possibilidades de consumo das
classes populares.
Venezuela:
Leopoldo López é fugitivo da Justiça.
Na quinta-feira (02) enviamos uma carta para a redação do jornal O Globo
indagando sobre a sua posição com relação a Leopoldo López. Afinal de contas,
na terça-feira (30/04), o jornal havia estampado manchete dzendo que ele fora
libertado da prisão por Guaidó. Na quinta-feira o jornal, no mesmo espaço,
dizia que López estava na embaixada da Espanha e que havia “desaparecido
inexplicavelmente” da prisão domiciliar. O jornal não é apenas mentiroso, é
também contraditório ou tem problema de dislexia entre seus profissionais.
Mas o fato concreto é que o governo da Espanha
informou, em comunicado emitido na quinta-feira (02/05) que não tem intenções
de entregar o líder opositor Leopoldo López à Justiça da Venezuela após o
Tribunal Supremo do país ordenar a prisão do ex-deputado. Segundo a agência
Efe, o governo espanhol disse que López, a esposa e a filha do casal, de um
ano, estão na residência do embaixador do país europeu em Caracas por vontade
própria e como “hóspedes”. Mas não cita o fato de ele ter fugido da prisão
domiciliar.
O TSJ afirmou que “é um feito público, notório e
comunicacional a violação por parte de Leopoldo López da medida de prisão
domiciliar” e ordenou que o Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin)
cumpra a ordem de prisão.
A situação se agrava porque a Espanha diz que não vai
entrega-lo, mas tem um detalhe que poucos conhecem: nunca assinou a Convenção
de Asilo Diplomático de Caracas (datado de 1954). Ou seja, diante do direito
internacional, não poderia dar asilo a Leopoldo López.
A
Venezuela sai mais forte? Em 1961 a
Casa Branca arma mercenários para invadir Cuba e derrubar a Revolução. Foram
fragorosamente derrotados. Em agosto de 1961, durante uma Conferência da OEA
(Organização dos Estados Americanos), no Uruguai, Che Guevara pediu a palavra e
enviou uma mensagem para Kennedy: “Obrigado pela Playa Girón. Antes da invasão,
a revolução era fraca. Agora, ela é mais forte do que nunca”. Seria a tentativa
de golpe de Guaidó, na Venezuela, uma nova Playa Girón? É cedo para responder,
mas temos alguns indícios.
O presidente eleito da Venezuela, Nicolás Maduro, fez
um pronunciamento em rede nacional na noite de terça-feira (30/04), marcada por
uma tentativa frustrada de golpe por parte dos opositores Juan Guaidó e Leopoldo
López. Ele destacou a resistência da população, que ajudou a evitar uma
intervenção antidemocrática no Poder Executivo. O que está por trás de todas as
ofensivas golpistas, na interpretação do presidente, é o interesse
estadunidenses nas reservas de petróleo do país bolivariano.
“A garantia de paz e de existência da Venezuela é esse
povo mobilizado, lindo e indestrutível, com sua consciência e seu poder”,
disse, em tom de agradecimento. Disse ele que cerca 80% dos militares que
aderiram à insurreição no bairro de Altamira na manhã de terça disseram ter
sido enganados pela oposição. Quando perceberam que quem estava à frente da
ação eram López e Guaidó, recuaram imediatamente.
Ao final, jurou manter a resistência e a coragem frente
ao imperialismo. “Vocês me fizeram presidente da República. Fui leal com minha
vida e minha pele ao legado do comandante Chávez. Logo me reelegeram em meio a
circunstâncias de sabotagem imperialista. Seguirei governando, apegado à
Constituição, em meio às agressões e mentiras dos Estados Unidos”, disse. “O
caminho não é o golpe, mas sim, a paz. Sigamos unidos e com amor. Até a
vitória”, concluiu.
Não houve o “apoio
militar” esperado. Ainda não sabemos com quais direitos ou motivos,
mas após se reunir com o secretário de Estado dos
EUA, Mike Pompeo, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo,
afirmou que desde o início de sua gestão espera que as Forças Armadas da
Venezuela apoiem o deputado de direita autoproclamado presidente do país, Juan
Guaidó, e que seria "fantástico" se isso ocorresse. E um dos filhos
do pulha brasileiro declarou que apostava na divisão das Forças Armadas da Venezuela.
Não seria isso intromissão em assuntos internos de outros países? Mas bateram
com a cara na porta.
O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino
López, afirmou na terça-feira (30/04) que a Força Armada Nacional Bolivariana
se mantém “firme” em defesa da Constituição do país. Ele rechaçou a tentativa
de golpe de Estado. Também disse que, nas unidades militares nas oito regiões
de Defesa Integral do país, verifica-se “normalidade” nos quartéis e bases militares.
“A FANB se mantém firme em defesa da Constituição
Nacional e suas autoridades legítimas. Todas as unidades militares espalhadas
nas oito Regiões de Defesa Integral reportam normalidade em seus quartéis e
bases militares, sob o comando de seus comandantes naturais”, escreveu Padrino
López no Twitter.
O presidente da Assembleia Nacional Constituinte da
Venezuela, Diosdado Cabello, desmentiu na manhã da terça-feira (30) a tomada da
Base Aérea de La Carlota, depois que um grupo de militares se sublevou para
tentar impetrar um golpe de Estado.
O autoproclamado presidente interino do país, o deputado
opositor Juan Guaidó afirmou que teria apoio dos militares para pôr fim ao que
chamou de “usurpação” - ou seja, para tentar derrubar o governo de Maduro.
Junto com o ex-deputado Leopoldo López, que estava em prisão domiciliar e
apareceu, na rua, ao lado de Guaidó, ele convocou seus apoiadores às ruas.
No final do dia, 25 militares de baixa patente que
teriam aderido ao “golpe” pediram asilo na embaixada brasileira!
Socialistas
vencem na Espanha. O PSOE (Partido
Socialista Operário Espanhol) venceu as eleições legislativas no domingo (28) e
se tornou a maior força do Parlamento do país. O PSOE conquistou 122 assentos,
37 a mais do que em 2016; o PP (Partido Popular), de centro-direita, 66, 71 a
menos do que no último pleito; o Ciudadanos, de direita, 58 cadeiras, 26 a
mais; o Unidas Podemos, de esquerda, 42 (ao contrário dos 71 que a aliança de
2016, conformada por outro grupo de partidos, havia conseguido).
A novidade, no entanto, é a volta da extrema direita ao
Parlamento, após quase 40 anos. O partido Vox conseguiu 24 assentos e atingiu
10,3% dos votos.
Pelo que sabemos, apesar de algumas análises
contrárias, o PSOE estuda a possibilidade de governar sem fazer alianças.
Mas o grande destaque foi que, pela primeira vez, uma
brasileira foi eleita deputada no Parlamento local. A sergipana, de Aracaju,
Maria das Graças Carvalho Dantas, de 49 anos, ocupará uma das cadeiras que o
partido Esquerra Republicana de Catalunya (ERC), que reúne independentistas.
Ela vive em Barcelona há 25 anos. Em entrevista ao UOL,
ela revelou que sua principal plataforma será defender o direito de imigrantes
e refugiados, além de uma ampla agenda de direitos humanos, combate à extrema direita
e promoção da ecologia.
Para ratificar as causas que defende, Maria das Graças
usou, neste domingo, uma camisa com o rosto da ex-vereadora Marielle Franco
(PSOL), assassinada há pouco mais de um ano, no Rio de Janeiro. “Quando cheguei
à Espanha era ‘a’ imigrante sem papéis. Passei uns 15 ou 16 anos de vários
perrengues por aqui. Trabalhei como empregada doméstica, babá, passeando com
cachorro, ajudando idosos, garçonete, professora de português. Saía das aulas
do doutorado e ia limpar latrina”, relembrou.
Vai
para lá! Para os brasileiros que
alimentam um complexo de vira-latas e alimentam o sonho do “país das
oportunidades”, seria bom ler, antes, a matéria publicada pelo jornalista
Michael Snyder. Ele analisa dados recentes e oficiais do Departamento do
Trabalho dos EUA e demonstra que o número de desempregados no país já
ultrapassou 101 milhões de pessoas. Este número já supera a grande crise de
2008/2009.
Todos os analistas estadunidenses concordam que a
economia do país está se desacelerando muito mais rapidamente e a maioria dos
estadunidenses não está preparada para o que ainda virá disso tudo. Mas os
mesmos analistas alertam para o fato de que as estatísticas de lá são muito
maquiadas e não refletem a realidade do país. Por exemplo, quando um jovem em
idade de trabalhar procura e não encontra o seu primeiro emprego não é
considerado “desempregado”. Ele simplesmente não aparece nos levantamentos
feitos.
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