segunda-feira, 5 de setembro de 2016

A ditadura branda estreou com repressão É a ditadura Temer!

02/09/2016 20:01 - Copyleft

A ditadura branda estreou com repressão

No mesmo lugar onde um grupo de opositores da mandatária deposta celebrou sua queda com champagne, os simpatizantes do PT foram atacados pela polícia.


Do Página/12
 
A destituição da presidenta Dilma Rousseff gerou indignação de boa parte da sociedade brasileira. Os protestos contra a destituição da herdeira de Luiz Inácio Lula Da Silva – e sua substituição por Michel Temer – se multiplicaram pelo país, sendo observadas em dezenas de estados do país. Os incidentes mais graves foram registrados em São Paulo, onde a Polícia Militar (PM) reprimiu com violência. A página principal do portal de notícias Vice Brasil anunciava “o saldo sangrento da última ato manifestação mostra que não se pode mais protestar em São Paulo”, com uma foto do rosto todo cheio de sangue da estudante universitária Débora Fabri. Devido às feridas causadas pelos estilhaços de uma bomba, a jovem perdeu a visão do olho esquerdo.
 
No mesmo lugar onde, horas antes, um grupo de opositores da mandatária deposta celebrou sua queda com champagne e buzinaços, os simpatizantes do PT foram atacados pela Polícia Militar, que tentou dispersar os protestos contra o governo de Temer.
 
As concentrações se originaram nas imediações do Museu de Arte de São Paulo (MASP), em pleno coração financeiro do país. A dos indignados com a destituição se dirigia ao centro da cidade. Pela terceira noite consecutiva, a polícia reagiu lançando gases lacrimogêneos para dispersar a manifestação. Alguns manifestantes quebraram vidros de lojas e edifícios, além de um carro-patrulha policial.
 





Também em São Paulo, outra mobilização contra o impeachment bloqueou vários trechos da Marginal Tietê, um das principais vias de acesso à cidade. Essa concentração foi organizada por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que exigem a restituição de Dilma Rousseff no cargo.
 
Segundo o diário O Globo, quatro pessoas detidas na terça-feira (30/8) durante a manifestação do MTST foram libertadas na tarde do dia seguinte, mas devem responder pelos delitos de resistência, desobediência e danos à propriedade pública, de acordo com o Tribunal de Justiça dessa cidade.
 
Um dos manifestantes foi detido quando conduzia um caminhão carregado com pneus que seriam utilizados para fazer barricadas, segundo a Secretaria de Segurança Pública. No dia destinado em que a Câmara Alta decidiu destituir Dilma Rousseff, os manifestantes incendiaram pneus organizaram barricadas durante as primeiras horas da manhã, para impedir que o trânsito circulasse, o que gerou congestionamento de vários quilômetros.
 
Alguns dos manifestantes traziam cartazes que diziam “Fora Temer”, consigna habitual nos protestos convocados desde que, no 12 de maio, quando o então vice-presidente do Brasil Michel Temer assumiu a chefatura do Estado de maneira interina.
 
Os protestos contra Temer se reproduziram também no Rio de Janeiro, onde centenas de pessoas se manifestaram no centro da cidade, e em outras capitais do país, como Porto Alegre, Salvador, Vitória, Fortaleza e Florianópolis, além de Brasília, a capital federal. Por outro lado, também houve manifestações a favor da queda de Dilma e da posse de Temer, por exemplo, nas cidades como Belo Horizonte e Curitiba, nas quais participaram dezenas de pessoas.
 
Tradução: Victor Farinelli

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