O
“direito” a serviço da direita (2)!
“O ‘fascismo’
podia vencer na guerra; não podia vencer na paz. O ‘fascismo’ não é um partido;
é um exército. É um exército contrarrevolucionário (...). O ‘fascismo’ é, por
conseguinte, um instrumento de guerra. Sua ação não pode ser senão violenta.
(...) O ‘fascismo’ não constitui, portanto, um conglomerado homogêneo. Em suas
fileiras há elementos de filiação e origem claramente reacionárias e
conservadoras” (José Carlos Mariátegui – “As origens do fascismo”
A violência que se abateu contra o progresso social no
país, a maneira como nossa imprensa tratou o golpe desde sua gestação até o
momento atual, demonstra que o fascismo como descrito por Mariátegui é uma realidade
em nosso país. Eles não podem vencer em tempos de paz e seguirão atacando
sempre, seguirão com a violência a cada dia. Uma violência que não é só a ação
que temos visto, cotidianamente, das polícias contra os movimentos sociais. Mas
é também a violência diária que temos visto contra a Constituição Federal,
contra a CLT e os direitos dos trabalhadores, contra as organizações
representativas de nossa sociedade.
Imagens chocantes como as que temos visto a cada
momento, na Internet, de policiais militares espancando estudantes,
trabalhadores, homens e mulheres indiscriminadamente, avançando contra
movimentos organizados como o MST ou o MTST e muito mais contrastam com as
notícias diárias dos avanços golpistas contra os direitos dos trabalhadores e
do povo.
E tudo acontece diante de um “judiciário” calado, omisso
ou, pior ainda, cúmplice nessa orgia neoliberal que avança como uma coluna de
tanques alemães durante a Guerra, destruindo tudo, arrasando a terra.
Do que sabemos, toda a legislação privada comum de
Portugal, à época do descobrimento e da colonização brasileira, era feita
através das chamadas “ordenações”, coletâneas de normas jurídicas que emanavam
da autoridade real. Assim, tivemos as Ordenações Afonsinas, as Ordenações
Manuelinas ou as Ordenações Filipinas (de Felipe III, da Espanha). Basicamente,
no Brasil as Ordenações Manuelinas serviram de base para as Instituições
Jurídicas da Colônia.
A magistratura em nosso país era totalmente composta
por “juízes” formados em Portugal e para cá enviados para garantir “a
normalidade jurídica na Colônia”. Curiosamente, além desses juízes terem origem
social bem determinada, entre os setores nobres de Portugal, havia a condição
indispensável de ser formado pela Universidade de Coimbra, preferentemente em
Direito Civil ou Canônico, o que demonstra a ideologia do sistema jurídico que
chega em “terras brasilis”.
Apenas com a vinda da família real, no começo do século
XIX, tem início uma nova visão do direito brasileiro. Mas, ainda assim, o
totalitarismo se impunha. Dom João VI não fez mais do que decretar uma série de
leis que adaptassem as “ordenações” portuguesas às necessidades sociais, políticas
e econômicas da colônia.
A chamada “independência” não alterou muito o quadro
jurídico no país. O ideal liberal, o patrimonialismo e a defesa da propriedade
eram dominantes. Uma burocracia que ia se desenvolvendo no país e centralizando
cada vez mais as decisões, marcada pela necessidade de atender aos
proprietários de terra e manter o clientelismo. Alguma diferença com o Brasil
atual?
Em 1827, na cidade de Olinda, foi então criado o
primeiro curso jurídico em nosso país. Curiosamente, recebeu o nome de
“Ciências Jurídicas e Sociais”, em clara demonstração de que teria como
finalidade manter a estrutura social da propriedade e a separação na sociedade.
Nosso judiciário atual não é mais do que um
prolongamento das “ordenações” impostas na Colônia. O recente golpe de Estado,
com atuação decisiva dos “excelentíssimos juízes e ministros das cortes de
Justiça” (em substituição aos militares, tradicionais agentes de golpes em terras
da América Latina) envergonha qualquer noção de direito em seu sentido
filosófico.
O golpe mudou o modelo de Estado no Brasil e o nosso
“direito” se colocou integralmente a serviço desse novo Estado neoliberal. E
isso nos traz à lembrança a crítica feita por Marx quando o direito passa a
servir ao Estado e não às pessoas. “Significa isto que o Estado político não
pode existir sem a base natural da família e a base artificial da sociedade
civil; ambas constituem a sua condittio
sine qua non(...)”. E o próprio Marx mostra como o “direito” inverte essa
realidade ao dizer que “(...) mas esta condição é formulada como sendo o condicionado,
o determinante como sendo o determinado, o produtor como sendo o produto do seu
produto”. (K. Marx – “Crítica da Filosofia do Direito de Hegel”) (Voltaremos ao
tema)
• Quem trabalha, quem paga impostos e quem fica rico? Sabem aquela “balela” que contam sobre trabalhar duro,
ser honesto a vida inteira e cumprir com seus compromissos ditados pelo Estado
para ficar rico e viver bem na velhice? Pois é. Esquece! Não passa de uma
grande “balela”...
Na quinta-feira (15), em uma coletiva com a imprensa, o
Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) divulgou um estudo intitulado
“Perfil da Desigualdade e da Injustiça Tributária”. A nota técnica revela, por
meio de dados da Receita Federal consolidados entre 2007 e 2013, que o Brasil
possui um dos sistemas tributários mais injustos do mundo, no qual pobres pagam
mais do que ricos. “Os dados são fartos para revelar uma casta de privilegiados
no país, com elevados rendimentos e riquezas que não são tributados adequadamente”.
Para surpresa de alguns (não nos incluímos aqui), a
pesquisa conseguiu levantar um panorama geral sobre gênero e raça. “Há indícios
de que, para além do fato de que a regressividade dos tributos atinja mais fortemente
as mulheres e os negros, o principal imposto direto do país, o Imposto de
Renda, também não modifica a desigualdade de gênero e raça pela via
tributária”. E a maior desigualdade está concentrada na ausência efetiva de
tributação sobre patrimônio. “É escandalosa a concentração de riqueza do
Brasil. Os dados revelam a gravidade da questão a ser enfrentada, pois do
montante de R$ 5,8 trilhões de patrimônio informado ao Fisco, em 2013, 41,56%
eram de propriedade de apenas 726.725 pessoas, com rendimentos acima de 40
salários mínimos”. Isso corresponde a 45% do PIB brasileiro e está nas mãos de
apenas 0,36% da população.
Os dados divulgados pela Receita Federal confirmam a
injustiça no sistema tributário brasileiro, conforme o Inesc
havia alertado. Um dos mais graves é o fato de que a tributação sobre a renda no Brasil não alcança todos os rendimentos tributáveis de pessoas físicas. A
legislação atual não submete à tabela progressiva do IR os
rendimentos de capital e de outras rendas da economia, que são tributados com
alíquotas inferiores à do Imposto de Renda incidente sobre a renda do
trabalho. Em destaque, a não existência do Imposto de Renda Retido na Fonte
sobre os lucros e dividendos, além do instituto legal (mas excêntrico) dos
“juros sobre capital próprio”, o que permite uma redução da base tributária do IR e da CSLL. Esses rendimentos
são tributados a 15% de forma exclusiva, não necessitando o beneficiário de
fazer qualquer ajuste na Declaração Anual
do IR.
Mas o IBGE nos traz dados mais significativos que
podemos analisar com o documento do Inesc. Informações recolhidas através da
pesquisa Produto Interno Bruto (PIB) dos Municípios 2014 realçam a concentração
de renda e também populacional existente no país. Divulgado um dia antes, na
quarta-feira (14) pelo IBGE, o levantamento revela que apenas sete municípios
responderam por todos os bens e riquezas produzidos no Brasil naquele ano e que
esses municípios concentravam 14,3% da população.
Em 2014, os sete dos 5.570 municípios existentes
concentradores das riquezas geradas movimentaram 25% dos R$ 4,97 trilhões
correspondentes ao valor adicional bruto (VABs), que significava um crescimento
nominal de 9,2% em relação ao valor adicional de 2013 – ou seja, da produção
dos setores da indústria, serviços e agropecuária.
Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos Municípios
2014 indicam, ainda, que entre os sete municípios que concentravam 25% de toda
a geração de renda do país em 2014, todos eram grandes capitais e tradicionalmente
identificadas como concentradores da atividade de serviços – intermediação
financeira, comércio e administração pública, exceto Manaus, cuja economia
tinha equilíbrio entre as atividades de indústria (indústrias de transformação)
e de serviços.
Outra constatação importante da publicação do IBGE é a
de que a indústria ainda é bastante concentrada no Brasil, especialmente em São
Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Segundo o instituto, 15 municípios concentravam
cerca de 25% do Valor Adicionado Bruto do setor e 17,5% da população
brasileira.
A concentração chega a tal ponto que 3.012 municípios
respondiam em 2014 por 1% do Valor Agregado do Setor, com o município de São
Paulo permanecendo como o maior polo industrial do país e chegando a responder
por 5,6% do Valor Agregado da Atividade. Ainda assim, o município vem perdendo
participação desde 2010, quando o percentual era de 6,4%.
• Desemprego está pior que em outras crises. Os pesquisadores Bruno Ottoni Eloy Vaz e Tiago Cabral
Barreira, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas
(Ibre-FGV), realizaram um estudo comparativo sobre o desemprego em situações de
recessão anteriores, que mostra como a atual crise econômica está destruindo
mais postos de trabalho no País desde setembro de 1992.
Segundo o estudo, com base em série mais longa da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) - Contínua, os picos da
desocupação em outras crises foram menores: de 10,9% entre 1998 e 2000, 10,8%
de 2002 a 2004, e 9,7% no ano de 2009. Já no trimestre terminado em outubro,
alcançou 11,8%.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(Pnud) está atento a um possível retrocesso nas ações de combate à pobreza no
Brasil diante da atual crise econômica, afirmou a representante do programa no
país, Maristela Baioni.
“Tivemos redução (da pobreza), nos últimos anos, mas,
com a crise de hoje, há o risco de a população voltar aos níveis de pobreza
anteriores, de 2000 a 2010”, disse Maristela que participou nesta segunda-feira
do seminário “Diálogos sobre Prosperidade: Parcerias para o Desenvolvimento
Sustentável”, realizado na BM&F Bovespa, na capital paulista.
Segundo o Radar IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano
Municipal), estudo do Pnud divulgado no mês passado, a proporção de pessoas com
renda domiciliar per capita inferior a R$ 255, entre 2011 e 2014, diminuiu 9,3%
por ano. No período de 2000 a 2010, o decréscimo anual foi de 3,9%.
Didier Trebucq, diretor do Pnud, defende que o Brasil
aumente os esforços para a promoção do desenvolvimento humano, já que mais de
224 milhões de latinos correm o risco de voltar à pobreza, ou seja, 35% da
população latina. “Precisamos de medidas que permitam reforçar a inclusão
produtiva”, disse.
• Enquanto isso...
Segundo o relatório “Terrenos da desigualdade: terra, agricultura e
desigualdade no Brasil rural”, publicado pela Oxfam, a desigualdade, a
concentração de riquezas e a sonegação fiscal vai se espalhando pelo campo.
Dados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional mostram que 4.013 pessoas físicas
e jurídicas detentoras de terra devem R$ 906 bilhões, uma dívida maior que o
PIB de 26 estados. O montante é equivalente à metade do que todo o estado
brasileiro arrecadou em 2015.
Cada um dos 4.013 devedores tem dívidas acima de R$ 50
milhões. Segundo dados do Incra, há um grupo ainda mais seleto de 729
proprietários que declararam possuir 4.057 imóveis rurais, somando uma dívida
de R$ 200 bilhões. As terras pertencentes a esse grupo abrangem mais de 6,5
milhões de hectares, segundo informações cadastradas no Sistema Nacional de
Cadastro Rural.
O Incra estima que com essas terras seria possível
assentar 214.827 famílias – considerando o tamanho médio do lote de 30,58
ha/famílias assentadas. Em outras palavras, seria possível atender, com as
terras dos maiores devedores do Estado brasileiro, o dobro das 120 mil famílias
que estavam acampadas demandando reforma agrária em 2015.
Em vez de cobrar os débitos, porém, o governo Temer
editou em junho a Medida Provisória nº 733, concedendo mais privilégios ao
setor. Segundo o relatório da Oxam, a MP permite que produtores rurais
inscritos em Dívida Ativa da União e com débitos originários das operações de
securitização e Programa Especial de Saneamento de Ativos liquidem o saldo
devedor com bônus entre 60% a 95%. Por exemplo, dívidas acima de R$ 1 milhão
devem ter descontos de 65%. (Ligada à
Universidade de Oxford, a Oxfam está presente em 94 países).
• O modelo capitalista fracassou, diz Evo. O presidente da Bolívia, Evo Morales, considera que o
modelo capitalista fracassou e faz profundas críticas às políticas de
dominação, intervenção e saque em vários países. “Sinto que o sistema
capitalista já não tem um plano e que o império fracassou”, disse ele em um
encontro com embaixadores bolivianos. E disse que as nações capitalistas
tentaram fazer crer que o neoliberalismo, os tratados de livre comércio e a
globalização eram a solução para a humanidade. “Venderam essa ideia no mundo
inteiro, mas o resultado é que a riqueza continua se concentrando em poucas
mãos e a pobreza continua crescendo, junto com a crise financeira e ambiental”.
Evo fez duras críticas ao governo estadunidense pelas
intervenções no Oriente Médio para controlar os recursos naturais da região, o
que causou uma grande desestabilização. “Enquanto existir o sistema
capitalista, o imperialismo, a intromissão estrangeira continuará”, disse ele.
• Mais um líder social assassinado na Colômbia. Guillermo Veldaño, membro do movimento Marcha
Patriótica da Colômbia, foi assassinado na segunda-feira (12) no município de
Puerto Asís, departamento de Putumayo.
Guillermo Veldaño era presidente da Junta de Ação
Comunitária e foi morto com seis tiros na cabeça por dois bandidos que estavam
em uma motocicleta.
Até 30 de novembro passado os dados falavam de 87 lideranças
sociais e defensores de direitos humanos mortos no país.
• Argentinos estão economizando gás e luz! O corte nos subsídios para gás e energia elétrica na Argentina
está obrigando à uma redução no consumo desses serviços. Segundo dados
oficiais, entre julho e setembro o consumo de gás sofreu uma redução de 3,1%
nas residências.
Segundo notícias dos jornais argentinos, a meta do
governo Macri é eliminar completamente os subsídios.
• Fascismo na Argentina.
A ministra de Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, denunciou em
Buenos Aires ter sido agredida pela polícia argentina e por um funcionário no
interior do prédio da Chancelaria argentina onde deveria participar de um encontro
de chanceleres do Mercosul.
Segundo ela, os representantes do Brasil, Uruguai,
Argentina e Paraguai estavam reunidos e um funcionário argentino a agarrou
pelos braços e a sacudiu, para que se retirasse. “Em nenhuma parte do mundo,
nunca, se havia recebido um chanceler com tropa antimotins. Nunca vimos uma
agressão a um chanceler e sua delegação oficial”, disse ela em uma entrevista,
mostrando o braço com ataduras.
Na entrevista ela disse que “aqui, na Argentina, foi
decretada a morte da ALCA e agora pretendem revivê-la”. Ela se referia ao
encontro de Lula, Chávez e Nestor Kirchner quando os três países acabaram com o
sonho estadunidense de criar uma Área de Livre Comércio na região para dominar
a economia local.
• Protesto da Venezuela.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enviou uma carta de protesto ao
governo argentino na noite de quarta-feira (14) após a chanceler do país, Delcy
Rodríguez, afirmar ter sido agredida por seguranças argentinos ao tentar entrar
no Ministério das Relações Exteriores e Culto em Buenos Aires, para participar
de uma reunião do Mercosul.
“[Rodríguez] Foi jogada no chão às portas da
Chancelaria [argentina] e ao entrar foi agredida pelos chefes de segurança do
edifício. Emitimos um protesto enérgico e total à covardia do governo argentino
contra esta digna jovem mulher que representa a voz do povo de Simón Bolívar”,
disse Maduro.
O mandatário afirmou ter sido um episódio “nunca antes
visto” e que a “direita intolerante” passou a recorrer novamente à violência.
“Em vez de buscar que o Mercosul se fortaleça como o Mercosul social dos povos,
que já havíamos conseguido, impuseram um plano retrógrado de destruição e divisão
do Mercosul”, disse ele.
• Representantes das FARC-EP no Congresso já foram indicados. As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia –
Exército do Povo (FARC-EP) já indicaram os seus seis delegados que
representarão o movimento no Congresso da Colômbia e debaterão os projetos de
Lei para implementar o acordo de paz.
No Senado estarão atuando Jairo Estrada Álvarez, Pablo
Cruz e Judith Maldonado; na Câmara estarão Francisco Tolosa, Jairo Rivera e
Imelda Daza. Todos terão direito a voz, nas casas legislativas, mas não terão
direito a votar. Os debates estão previstos para ter início na próxima semana e
um dos primeiros temas a ser debatido será a Lei da Anistia que foi apresentada
pelo Governo.
• Viúva de Pinochet na Justiça! A viúva do ditador chileno Augusto Pinochet, Lucía
Hiriart, prestou depoimento durante duas horas na Justiça chilena na
quarta-feira (14). Ela é presidenta vitalícia da fundação Centro de Mães do
Chile (Cema-Chile), uma entidade criada durante a ditadura de seu marido.
Hiriart, com 94 anos, responde por crime de corrupção e
foi inquirida pelo juiz Guillermo de la Barra que investiga a apropriação de
bens do Estado e malversação dos fundos do Cema-Chile.
Segundo o Ministério de Bens Nacionais, a entidade
presidida por ela recebeu, durante o período da ditadura militar (1973-1990)
cerca de 135 imóveis de forma gratuita, além de terrenos de propriedade do
Estado que foram vendidos por Hiriart multiplicando sua fortuna. Alguns imóveis
já foram recuperados pelo Ministério, mas calcula-se que a venda dos terrenos tenha
rendido somas milionárias.
• Lagarde se defende na Justiça francesa. A toda poderosa diretora geral do Fundo Monetário
Internacional (FMI), Christine Lagarde, prestou depoimento na Justiça francesa
na sexta-feira (16). Visivelmente emocionada, ela alegou que “atuou de boa fé”
e que atuou “pelo bem da França” ao liberar uma indenização milionária para um
magnata francês.
ENTENDA O CASO. Em 2007, quando era ministra da
Economia de Nicolas Sarkozy, Lagarde validou a decisão de recorrer à uma
arbitragem privada para resolver uma pendência financeira entre o empresário e
ex-ministro Bernard Tapie e o banco público francês, Crédit Lyonnais. Mas, um
ano depois e sem qualquer justificativa ela renunciou a apelar da sentença e
Tapie recebeu 400 milhões de euros de indenizações, incluindo 45 milhões de
euros por danos morais.
Em seu depoimento, Lagarde disse que “Neste caso, como
em todos os demais, atuei de acordo com a verdade e com o conhecimento dos
fatos. Minha única intenção foi defender o interesse geral”. E concluiu dizendo
que “o risco de fraude não me passou pela cabeça”! Ah! Então tá, então.
• Queimando fotografias do rei. Um grande movimento da esquerda independentista catalã
está promovendo a queima de fotografias do rei Felipe VI em grandes
concentrações através da província da Catalunha. O movimento é uma resposta à
prisão de três pessoas acusadas de queimar a foto do rei em outro protesto.
O centro dos protestos concentra-se na praça d’Orfila
de Barcelona, no bairro de Sant Andreu onde centenas de pessoas se reuniram na
segunda-feira (12) e queimaram fotografias diante da sede da Prefeitura local.
A polícia está fazendo buscas e alguns dos manifestantes estão sendo
procurados.
Os protestos se estenderam por várias cidades catalãs
como Sabadell, Tarragona, Cornellà, Girona e Vic. Em algumas delas os
manifestantes voltaram a queimar fotografias do rei.
Só para lembrar. Como já comentamos em números passados
do Informativo, a Espanha aprovou uma Lei pela qual é crime falar mal da
família real ou qualquer outro ato que agrida a imagem do rei Felipe VI.
• Mulher é julgada por ofender a rainha. A Audiência Nacional espanhola está julgando uma
mulher por ter insultado a rainha Letizia na Internet, diz a agência EFE. María
Patricia chamou a rainha de “prostituta” e disse que sua filha, Leonor, é uma
menina de do bairro de Moratalaz, em Madri.
A Justiça quer multar a mulher em 7.200 euros por
injúrias contra a Coroa. Ela teria divulgado várias mensagens nas redes sociais
insultando a rainha e também o rei Felipe VI. Em suas mensagens, afirma que a
rainha Letizia está dando um golpe e que a “princesa Leonor” não existe e é
substituída, quando necessário, por outra menina anônima que vive em Madri.
• Alepo: mais uma grande derrota dos EUA. A tomada de Alepo pelo Exército sírio simboliza uma
grande derrota dos terroristas que há quatro anos agem no país. Porém, mais do
que isto, significa um duro golpe contra os EUA e seus aliados. Não só por
terem armado e treinado os terroristas para derrubarem o governo de Assad, mas
principalmente porque, nos últimos meses, fizeram de tudo para impedir o avanço
das tropas sírias em direção à cidade tomada pelos terroristas.
Examinando os fatos mais recentes, os analistas
concluíram que Washington tentou atrasar, de todas as formas, a retomada de
Alepo. As críticas estadunidenses ao apoio dado pela Rússia ao governo sírio e
à ação da Força Aérea russa que atacou as bases dos falsos “insurgentes” sírios
foi uma constante nos últimos meses. Inclusive com apoio da grande imprensa
internacional e também da nossa imprensa vendida que divulgava falsas notícias
sobre Alepo e diziam que os russos estavam bombardeando a população civil. Mas
tudo isto tinha uma finalidade: Washington acreditava que poderia “ganhar
tempo” para os terroristas se rearmarem e se reorganizarem.
A ação decidida do Exército sírio foi fundamental para
a grande vitória contra o terror e para, mais uma vez, mostrar a farsa que é o
governo de Washington que acredita poder mandar e desmandar no planeta.
• EUA: um secretariado de 9 bilhões de dólares! Os 17 primeiros nomes divulgados por Donald Trump para
compor o seu Gabinete acumulam uma fortuna avaliada em 9,5 bilhões de dólares.
Trata-se do Gabinete mais caro da história dos EUA.
Segundo jornais e revistas estadunidenses, os 17
membros da Administração Trump acumulam mais dinheiro do que um terço dos 126
milhões de estadunidenses juntos. Apenas quatro dos “escolhidos” por Trump
(DeVos - Educação, Ross Jr. - Comércio, McMahon – Pequenas Empresas e Tillerson
– Secretário de Estado) têm uma fortuna igual da de 120.000 lares de renda
média nos EUA!
• Um executivo de petroleira é o novo secretário de Estado dos
EUA. O principal executivo da companhia
petrolífera americana ExxonMobil, Rex Tillerson, foi escolhido por Donald Trump
para se tornar o próximo secretário de Estado, de acordo com comunicado
divulgado na terça-feira (13).
Nascido em 23 de março de 1952, no Texas, Tillerson foi
indicado para substituir John Kerry, que é o secretado de Estado de Obama.
Tillerson é CEO da multinacional de petróleo e gás desde 1 de janeiro de 2006.
Em 2013, ele recebeu a medalha da "Ordem de
Amizade" da Rússia e é conhecido por suas boas relações com Putin, um
adversário declarado dos EUA em política externa. Há quatro anos, assinou um
acordo com Moscou para a perfuração petrolífera no Ártico avaliado em mais de
US$ 300 milhões e o qual acabou sendo travado pelas sanções internacionais
impostas à Rússia.
Tillerson também tem em seu currículo declarações
contrárias sobre políticas contra aquecimento global. “O mundo vai ter que
continuar usando combustíveis fósseis, gostem ou não”, disse o engenheiro
civil.
• CIA prepara golpe contra Trump? O boato corre em algumas editorias de jornais
estadunidenses. A imprensa internacional não deixa um único minuto de falar de
um possível “ataque cibernético” comandado pela Rússia e que teria dado a
vitória a Trump. Mais uma vez, tudo bem orquestrado a partir dos centros da
“inteligência” de Washington.
Do que sabemos, com certeza, é que a versão de que a
Rússia teria apoiado a candidatura de Trump foi criada nos escritórios de
campanha de Hillary Clinton e deveriam servir para assustar a classe média no
país.
No dia 09 de dezembro passado, o jornal The Washington
Post, um dos principais veículos da elite política estadunidense, publicou um
artigo dizendo que há um estudo secreto da CIA afirmando que a Rússia não só
havia conseguido intervir nas eleições presidenciais, mas também havia ajudado
Trump a se eleger. E fala que hackers russos havia pirateado a correspondência
de Hillary para facilitar a vitória de Trump.
Teremos desdobramentos disso?
Apesar
das incertezas com o futuro traçado pelo governo golpista, nosso Informativo
deseja a todos um Feliz Natal!
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