domingo, 10 de março de 2019

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares






Um carnaval para recordar?
Mais uma vez, a Globo tentou “emplacar” sua Escola de Samba do coração, a Beija Flor. Chegou mesmo a influir na escolha dos carnavalescos, indicando pessoas que são “da casa”. Ouvir alguns comentários da transmissão, durante o desfile, chegou a ser hilário. Por determinação da emissora, comentaristas e narradores não poderiam/deveriam falar muito das Escolas que traziam enredos polêmicos ou de protesto. A resposta do povo foi diferente e os jurados se dobraram à lógica e ao belo!
O jornal Página 12, da Argentina, chegou a publicar bela matéria com o título “Marielle Franco e Lula foram protagonistas” e diz que “no Brasil, o Carnaval se converteu em um grito contra Bolsonaro”. E o fato concreto é que, sem citar as Escolas de Samba, a imagem de centenas de blocos, em todas as cidades brasileiras, mandando o ex-militar “tomar no *” correu o mundo. “Do Oiapoque ao Chuí”, milhares de brasileiros gritaram o slogan que correu pela Internet.
Mas nossa esperança parece ter reacendido. A Escola “Paraíso do Tuiuti” foi para o Sambódromo com o enredo “O Salvador da Pátria”, uma aberta saudação ao Presidente Lula da Silva. Mais emocionante ainda foi, ao final do desfile, ver o povo de pé nas arquibancadas gritando “Lula Livre” e fazendo o sinal com as mãos. A Globo teve que mostrar, mesmo que tenha sido por um segundo.
Mas o ponto alto, o desespero da Globo e da extrema-direita que se apossou do país, foi o desfile da Mangueira. O terror que tentam varrer para baixo do tapete, o brutal assassinato de Marielle Franco, foi cantado em voz alta pelo povo. “Brasil, meu nego / Deixa eu te contar / A história que a história não conta / O avesso do mesmo lugar / Na luta é que a gente se encontra” (...) “Salve os caboclos de julho / Quem foi de aço nos anos de chumbo / Brasil, chegou a vez / De ouvir as Marias, Mahins, Marielles, malês”.
Na Bahia, Daniela Mercury e Caetano Veloso levantaram a voz contra um governo homofóbico que deseja implantar um governo policial, preconceituoso e intolerante. Lançaram o tema “O Carnaval Proibido” e fizeram a festa de milhares de foliões. E, curiosamente, nem o ex-militar e nem qualquer um dos seus filhos foram vistos em público. Será medo de vaias e xingamentos? Apenas dois meses depois da posse a sua aprovação caiu tanto que ele teme aparecer em público e prefere “governar pelas redes sociais”?
No auge de sua demência (não podemos esquecer que ele foi “aposentado” do Exército por “doença mental”), o ex-capitão resolveu atacar o Carnaval, a festa mais popular do Brasil e que atrai turistas do mundo inteiro e aumenta a arrecadação dos governos. Tentou destruir a imagem do Carnaval dizendo que havia se tornado uma festa de gays e lésbicas, uma orgia, um momento despudorado que nem deveria ser mostrado ao mundo. E publicou um vídeo pornográfico rodado na Alemanha dizendo que era o Brasil durante o Carnaval.
Seu ato foi tão insano que jornais no mundo inteiro comentaram o desequilíbrio do “supremo mandatário” que usou uma rede oficial do Governo para publicar o tal vídeo.
O Le Monde, da França, diz que o vídeo compartilhado no Twitter pelo ex-capitão para atacar o carnaval é “obsceno e provocou mal-estar” no país. A publicação é considerada uma “bomba escatológica”, escreve a correspondente do Le Monde em São Paulo, Claire Gatinois.
Claire Gatinois cita o jurista Miguel Reale Junior, que, em entrevista ao jornal O Globo, considerou a atitude do demente como “incompatível com a dignidade, a honra e o prestígio do cargo”. Mesma opinião tem o senador do PT, Humberto Costa. “O Brasil se transformou na piada do mundo. O país parece governado por um garoto de 12 anos, que parece não ter superado a fase anal de Freud”, comentou Chico Alencar, do Psol.
É um desequilibrado! O vídeo compartilhado pelo insano no Twitter, que mostra um homem urinando na cabeça de outro - e a pergunta subsequente do presidente, que questionou o que era “golden shower” – teve uma péssima aceitação entre repórteres estrangeiros e na imprensa internacional. Muitos questionaram se a conta que havia postado o vídeo não era falsa.
O jornal estadunidense The New York Times, em um texto repleto de ironias, tentou explicar o ato do presidente brasileiro. Logo no início da reportagem, o correspondente Ernesto Londoño avisa: “O artigo que você está prestes a ler é sobre um vídeo com conteúdo sexual, o presidente da quarta maior democracia do mundo e as guerras culturais que agitam o Brasil”. Depois de publicado, o texto foi modificado.
O argentino Clarín chamou o vídeo de “escatológico” e lembrou que Bolsonaro foi o maior alvo das críticas dos blocos de rua e das escolas de samba neste Carnaval. O britânico The Independent também falou do “vídeo pornográfico” compartilhado pelo presidente. A rede venezuelana TeleSur afirmou que Bolsonaro tentou desacreditar um dos eventos culturais mais importantes do mundo com o compartilhamento do vídeo controverso, mas a publicação só gerou ainda mais rejeição.
O escocês Andrew Downie, que faz cobertura esportiva da América Latina e escreveu o livro Doutor Sócrates, uma biografia do jogador brasileiro, divulgou a postagem do desequilibrado brasileiro. “O presidente do Brasil está tuitando um vídeo de uma golden shower ao ar livre para seus 3,4 milhões de seguidores no que ele diz ser uma denúncia do Carnaval”.
Tom Philips, correspondente do Guardian para a América Latina, sugeriu que alguém tirasse o celular do presidente. “Alô, alô Brasil: alguém tire o telefone dele, rápido”.
Buscando socorro? Em uma clara demonstração de sua fraqueza, talvez de desespero, poucas horas depois de tal desatino, repudiado no mundo inteiro e ridicularizado no Brasil, o ex-militar pensou em buscar aconchego entre os seus. Em um encontro com fuzileiros navais no Rio de Janeiro, o insano declarou que “democracia e liberdade só existem quando as Forças Armadas desejam”!
Um tiro no pé. Poucos minutos depois os chefes militares protestaram contra tal declaração e mesmo jornalistas da nossa “imprensa amestrada” fizeram duras críticas.
O tempo está fechando para aquele que se apresentou como “mito” e até o seu guru, o canalha chamado Olavo de Carvalho, está dizendo para seus seguidores abandonarem o Governo.
A esbórnia do “herói” nacional. Sabem aquele herói nacional construído pela mídia e pelas grandes empresas que patrocinam e mandam no nosso futebol? Sabem aquele ídolo que serve para iludir milhões de crianças no país e que vende fortunas de camisas com o seu nome?
Pois é! Esse mesmo. Neymar emendou o Carnaval de Salvador com os desfiles da Sapucaí, se esbaldou nos camarotes e... deixou a Marquês de Sapucaí carregado por amigos. A cena foi flagrada (filmada e fotografada) por volta das 5h da terça-feira (05). O jogador, que foi liberado pelo PSG para ficar no Rio tratando de uma grave lesão no pé, deixou o Sambódromo por uma saída lateral e entrou em um carro que o aguardava.
Cheio de “seguranças”, um deles chegou a tomar o celular da jornalista e só devolveu quando o “ídolo” estava dentro do carro. E é nisso que transformaram o Brasil!
O alvo é o movimento sindical. Seguindo fielmente as regras estabelecidas pelo “deus mercado” e a bíblia neoliberal escrita por Hayek, o ex-militar divulgou, na semana do Carnaval, uma Medida Provisória que vai violentar o direito de organização dos trabalhadores e enfraquecer ainda mais os sindicatos tão agredidos pela reforma do ilegítimo Temer.
Pela decisão do insano, as contribuições financeiras de trabalhadores para seus sindicatos não poderão mais ser descontadas diretamente dos salários e terão, a partir de agora, que ser pagas exclusivamente por boleto bancário. Tudo devidamente expresso na MP 873 assinada pelo sacripanta e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, publicada em edição extra do “Diário Oficial da União” da sexta-feira (1º).
Para quem desconhece, uma medida provisória tem força de lei e passa a valer a partir de sua publicação. Entretanto, ela precisa ser aprovada pelo Congresso em até 120 dias, caso contrário perde validade e a regra antiga volta a vigorar.
A contribuição sindical já havia deixado de ser obrigatória na reforma trabalhista proposta pelo “manequim de funerária” e aprovada pelo Congresso em 2017. Desde então, os trabalhadores são obrigados a expressar a vontade de contribuir para seu sindicato, mas o desconto continuava sendo feito diretamente do salário pelas empresas, como antes da reforma.
Em uma rede social, o secretário de Previdência e Trabalho do governo, Rogério Marinho, disse que a decisão de editar uma medida provisória para tratar do assunto se deve “ao ativismo judiciário que tem contraditado o legislativo e permitido cobrança” das contribuições sindicais.
A medida provisória pode dificultar o recolhimento das contribuições pelos sindicatos, que desde a reforma trabalhista perderam arrecadação. No ano passado, no acumulado até setembro, a arrecadação da contribuição sindical despencou 86% em relação ao mesmo período de 2017.
Golpe para passar a “reforma da previdência”? A especulação foi feita pelo Diap e é bem razoável. Se os deputados insatisfeitos com as mudanças no pagamento da contribuição sindical quiserem derrubar a MP 873, terão que votar a favor da reforma previdenciária. É nessa linha que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), será aconselhado a levar a negociação com os partidos dentro do Congresso.
Mas o insano ainda vai se pronunciar. E se ele insistir que não há hipótese de voltar atrás na questão — e tudo indica que não haja — ele que se resolva com os partidos e com as batalhas judiciais que virão na seara sindical. A MP 873 é vista entre os congressistas como algo que chega ao Parlamento em péssima hora, momento da negociação da reforma previdenciária. O governo sequer consultou Rodrigo Maia ou os líderes a respeito, embora tenha recebido os congressistas na semana passada.
O prejuízo já foi enorme! Sindicatos de trabalhadores e de patrões tiveram os recursos drenados pelo fim da obrigatoriedade da contribuição sindical, como era esperado. Dados oficiais mostram que em 2018, primeiro ano cheio da reforma trabalhista, a arrecadação do imposto caiu quase 90%, de R$ 3,64 bilhões em 2017 para R$ 500 milhões no ano passado. A tendência é que o valor seja ainda menor neste ano.
O efeito foi uma brutal queda dos repasses às centrais, confederações, federações e sindicatos tanto de trabalhadores como de empregadores. Muitas das entidades admitem a necessidade de terem de se reinventar para manter estruturas e prestação de serviços. Além de cortar custos com pessoal, imóveis e atividades, incluindo colônia de férias, as alternativas passam por fusões de entidades.
O impacto foi maior para os sindicatos de trabalhadores, cujo repasse despencou de R$ 2,24 bilhões para R$ 207,6 milhões. No caso dos empresários, foi de R$ 806 milhões para R$ 207,6 milhões. O antigo Ministério do Trabalho - cujas funções foram redistribuídas entre diferentes pastas -, teve sua fatia encolhida em 86%, para R$ 84,8 milhões.
Novo ataque já preparado. Depois da reforma da Previdência Social, o governo do insano vai propor mudanças em outro ponto polêmico, dentro da linha de sua agenda liberal. O secretário de Previdência Social e Trabalho, Rogério Marinho, disse ao blog que a ideia é propor o fim da unicidade sindical, sistema em vigor hoje e no qual um só sindicato representa uma categoria numa região do país. “Vamos propor o fim da unicidade sindical para criar mais concorrência entre os sindicatos, beneficiando os trabalhadores, que poderão escolher aquela entidade que defende de forma mais eficaz seus direitos”, afirmou.
Marinho disse, porém, que a proposta não será enviada agora ao Congresso Nacional. “Depois de aprovar a Previdência, porque agora vai gerar mais turbulência e nossa prioridade é a mudança nas regras de aposentadoria do país”, complementou.
Na avaliação do governo, alguns juízes e sindicatos estavam burlando a reforma trabalhista, indo contra o que os parlamentares aprovaram durante o governo do ex-presidente Temer. Por isso, a decisão de editar a MP deixando claro que a contribuição depende de autorização individual do trabalhador e não pode ser feito desconto em folha.
Chore por mim... O neoliberalismo está levando um grande país latino-americano à penúria e à fome! Uma pesquisa recente do Barômetro da Dívida Social, organizado pela Pontifícia Universidade Católica da Argentina, mostrou a situação alimentar no país, destacando que 3,4 milhões de pessoas estão classificadas na categoria de “insegurança alimentar”. Isso representa quase 8% da população! O relatório afirma que 7,9% da população total estaria vivendo insegurança alimentar e comendo apenas uma vez por dia. E assegura que esses índices devem acender um sinal de alerta sobre a situação econômica do país.
O documento diz que comunidades de bairros estão abrindo refeitórios comunitários nos últimos três anos para tentar compensar a situação. Várias marchas de protestos já foram realizadas na Argentina pedindo que seja atendida essa população mais carente.
Indústria automobilista argentina pede socorro. A indústria automobilística da Argentina já foi uma das mais sólidas do continente, mas hoje é um setor golpeado pela crise econômica que obrigou a Renault, por exemplo, a suspender 1.500 trabalhadores e parar a produção em sua fábrica.
Na década de 1960 chegou a ser marcada entre as 15 principais produtoras do mundo, mas está em franca recessão e perto de uma crise.
Na semana passada foram 900 trabalhadores da Honda e 2.000 da Peugeot com contratos suspensos pela queda nas vendas e os analistas dizem que a mesma medida deve se espalhar por outras empresas.
No México, López Obrador tem maior aprovação. Com uma política de claro enfrentamento com o projeto neoliberal no país e programas de nacionalização das indústrias e fortalecimento da economia, Andrés Manuel López Obrador, presidente eleito no México, vem alcançando níveis elevados de aprovação e amplo apoio da população nos primeiros 100 dias de governo.
Em pesquisa realizada pelo jornal El Financiero, ele alcançou 78% de aprovação entre a população e o jornal destaca que “nos últimos 25 anos não se havia registrado níveis tão altos de popularidade de um Presidente da República”.
Em um encontro com a imprensa, López Obrador disse que seu governo avalia a possibilidade de realizar eleições revogatórias, como as que existem na Venezuela, dentro de três anos. Ou seja, se o povo decidir, ele sai do governo.
Nicarágua: sandinistas vencem eleições. Para desespero total de Trump, a Frente Sandinista de Libertação Nacional venceu as eleições regionais na Nicarágua, mantendo mais de 55,3% dos votos dos eleitores locais. Ainda assim, a líder do grupo parlamentar da Frente Sandinista defendeu que seja feito um processo de eleições internas no Partido como parte da revitalização de lideranças e mais inserção nas lutas sociais. Na Casa Branca tem muita gente sem dormir...
Por que não se limitam aos seus assuntos? Em Cuba, igrejas evangélicas iniciam uma campanha contra o casamento gay, assegurado na Constituição. Ou é falta de coisa melhor para fazer ou será mais um factoide orquestrado na Casa Branca para desestabilizar o regime político cubano.
O fato é que, em fevereiro passado, cerca de mil fiéis se reuniram em um sábado na igreja metodista do bairro de Vedado, em Havana, e o pastor Lester Fernández proferiu um sermão sobre as terríveis consequências que a lei do casamento gay traria.
“A igreja cubana, como parte essencial de nossa sociedade, está preocupada e, portanto, tem o direito de se manifestar publicamente”, brada ao microfone. “Amém”, respondem os fantoches.
Uma nova constituição cubana foi aprovada no domingo 24 e, enquanto o aparelho do Estado faz campanha pelo “sim”, as igrejas Metodista, Batista e Pentecostal, geralmente fraturadas, fazem campanha contrária, mas não chegam a pedir explicitamente o voto no “não”. Elas temem que a nova Constituição abra a porta para o casamento homossexual.
Quase 20% dos latino-americanos hoje se identificam como evangélicos, ante 3% nos anos 1980. Assim como a direita cristã nos Estados Unidos antes, eles estão transformando a política na região, revigorando partidos conservadores e movimentos populistas de direita.
Na Colômbia, em 2016, os evangélicos votaram não sobre um acordo de paz com o grupo guerrilheiro de esquerda Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). A campanha do “não” venceu depois que líderes evangélicos argumentaram que a linguagem dos acordos ameaçava a família tradicional.
No Peru, um grupo evangélico chamado “Tirem as Mãos dos Meus Filhos” mobilizou mais de 1 milhão de cidadãos, em 2017, numa marcha contra o ensino da chamada “ideologia de gênero” nas escolas. E no Brasil, no ano passado, quase 70% dos evangélicos votaram para presidente em Jair Bolsonaro.
Como era de se esperar, o Departamento de Estado dos EUA faz doações generosas a grupos evangélicos instalados em Cuba e os valores podem ser confirmados na Internet.
Risco na América Latina? Sim, há um risco iminente na América Latina e não se resume ao que está acontecendo na Venezuela e comentaremos a seguir. Os planos de Washington já destruíram a Argentina, arrasaram Honduras e conseguiram intervir em outros países de nossa região, mas o projeto é muito mais amplo e o risco é cada vez maior, para nós.
Como dizemos há anos, o alvo principal é o Brasil, pela riqueza mineral, pela riqueza da biodiversidade e pela capacidade produtiva que sempre demonstrou ao longo dos anos. Por isso todo o esforço para tirar o PT do Governo e colocar fantoches que servem aos amos do Norte.
Sim, o alvo principal não é a Venezuela, a Nicarágua ou a Bolívia. O alvo principal sempre foi e continua sendo o Brasil. E a sanha invasora parece estar próxima a se concretizar. Não se trata mais de uma agressão a algum país da região, irmão, vizinho e pacificamente fronteiriço. Trata-se da violência mais brutal contra toda a América Latina e o Caribe, buscando impor a falácia de que, na região, a soberania pertence apenas a um estado, os EUA. A todas as demais nações do continente, caberia apenas uma soberania de tolerância, complacente, um mito de hinos desprovidos de qualquer significado.
Nesse sentido, não é a Venezuela a principal vítima da ingerência externa – ilegítima e ilegal – sob qualquer ângulo que se analise, mas o Brasil, o país mais rico e populoso da região. Não são os venezuelanos os principais humilhados: são os brasileiros. Não são os que resistem ao império da força, são aqueles que por ela se deixam dominar, pois uma pedra contra um tanque invasor tem a mesma força de resistência, quando a mão defende a liberdade e a autodeterminação do povo, da nação, da Pátria Grande.
Resistam ao golpe irmãos e irmãs, pois a derrota é amarga: eleições fraudadas; riquezas saqueadas; assassinatos em número superior a qualquer guerra externa.
A imagem do Brasil no exterior está indo “para o ralo”. Vale lembrar que o país saiu do ranking de zero operações humanitárias em 2005, para chegar a ser o sétimo maior parceiro humanitário da ONU, em 2010. Mais de 50 países em todos os continentes foram atendidos, sempre que se apresentasse situação de fome aguda. Na quase totalidade dos casos, as operações foram feitas por meio das Nações Unidas e seus organismos especializados, como o Programa Mundial de Alimentos (PMA), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), entre outros. (Com matéria em Carta Capital)
Venezuela (01). Depois de uma “turnê” pela América Latina comandada por Washington, tendo visitado Brasil, Paraguai, Argentina e Equador, o bonequinho amestrado de Trump, Juan Guaidó, retornou à Venezuela como se não soubesse do enorme fracasso dos planos do Pentágono que desejavam fazer do dia 23 de fevereiro uma grande propaganda mundial que o levasse ao poder.
Não só a tal “ajuda humanitária” não entrou na Venezuela como, tendo sido amplamente desmascarada pela imprensa com fotos e vídeos, não passava de material de propaganda contra Maduro e pregando o golpe no país.
O mais curioso, quem nenhum veículo de imprensa questionou ou comentou, é que o palhaço Guaidó viajou pela região sem passaporte, sem documentos oficiais e sem qualquer justificativa oficial, mas foi recebido pelos presidentes “marionetes” acostumados a lamber chinelos estadunidenses.
Venezuela (02). Após o convite feito pelo governo do presidente Nicolás Maduro, a Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, anunciou na quarta-feira (06) que no próximo domingo, 10 de março, uma equipe do Conselho de Direitos Humanos chegará à Venezuela.
Em 27 de fevereiro, durante uma reunião com a ex-presidente do Chile, o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, reiterou o convite oficial feito várias vezes por Nicolás Maduro para recebê-la na Venezuela. Bachelet abordou o assunto nesta quarta, durante a entrega de seu relatório anual sobre Direitos Humanos em Genebra, Suíça.
O grupo da ONU será integrado por cinco pessoas, que visitarão as cidades de Caracas, Valência, Barquisimeto e, possivelmente, Puerto Ordaz, durante dez dias. Posteriormente, eles prepararão um relatório sobre as condições existentes para a chegada de Bachelet.
Entre os objetivos da visita estão verificar se o estado de crise humanitária relatado por setores de oposição ao processo bolivariano é real ou não, bem como abordar questões relacionadas à saúde, alimentação, liberdade de expressão, conflito social, violação de direitos trabalhistas e de direitos humanos. Para isso, eles se reunirão com organizações civis e representantes do governo.
Venezuela (03). “Eles” não descansam! O representante do governo da Venezuela no estado de Táchira, que faz fronteira com a Colômbia, Freddy Bernal, afirmou no domingo (03) que possui informações sobre a preparação por grupos de direita de mais um incidente falso, criado para justificar uma agressão militar estrangeira contra a Venezuela.
“Tenho informações diretas de oficiais da Polícia Nacional da Colômbia que virão outras agressões pela fronteira da Colômbia com a Venezuela e estão tentando montar uma farsa para dizer que é a Venezuela que vai agredir a Colômbia”, disse. E confirmou que o tal “plano” estaria sendo elaborado por forças de direita venezuelana em conjunto com o governo da Colômbia e dos Estados Unidos.
Venezuela (04). Trump foi enganado? Seus “parceiros e capachos” teriam traído o presidente estadunidense? O fato concreto é que o Grupo de Lima, tido com a carta principal de Washington contra a Venezuela e principal representante dos interesses de Washington na nossa região não foi tão fiel dessa vez.
Não votaram a “carta branca” para a intervenção militar na Venezuela. E o próprio vice-presidente dos EUA, Mike Pence, esteve presente na reunião do Grupo de Lima, no dia 25/02, e viu que o tiro saiu pela culatra e declarou que “o grupo traiu os interesses dos EUA” ao não votar a intervenção.
A Europa “ferve”! (1) Na Itália, uma multidão saiu às ruas de Milão, no norte da Itália, no sábado (02), em passeata contra políticas do governo do país, consideradas excludentes e racistas. Segundo autoridades, cerca de 200 mil pessoas participaram do ato contra a extrema direita.
A marcha, que reuniu italianos de todas as idades, percorreu alguns pontos da cidade, antes de aglomerar os manifestantes na praça central em frente à famosa Catedral de Milão.
(2) O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos pediu, na quarta-feira (06), que a França realize uma “investigação detalhada” sobre a violência policial registrada durante as manifestações dos “coletes amarelos”. O pedido foi feito pela diretora da agência, a ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, durante discurso em Genebra, em que ela também criticou as sanções contra a Venezuela.
Desde o início da contestação dos “coletes amarelos”, em 17 de novembro, a Inspeção Geral da Polícia Nacional francesa registrou uma centena de acusações de uso excessivo da força contra o movimento. A maior polêmica é provocada pelo uso da arma LBD (“Lançador de Balas de Defesa”) pelos policiais franceses. Cerca de 70 “coletes amarelos” ficaram gravemente feridos e afirmam que foram atingidos por tiros de borracha lançados pela LBD. Alguns deles perderam até um olho. A França é um dos únicos países da Europa a utilizar essa arma.

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