domingo, 10 de março de 2019

NY Times mostra que ‘ajuda humanitária’ foi queimada por ‘guaidozistas’

NY Times mostra que ‘ajuda humanitária’ foi queimada por ‘guaidozistas’. Veja

Embora ninguém tivesse visto as tropas do governo da Venezuela queimando as carretas com a “ajuda humanitária” enviada pelos Estados Unidos na fronteira da Colômbia, a imprensa mundial – e a nossa, com entusiasmo – publicou que Nicolás Maduro, o monstro, havia queimado alimentos e remédios que fazem falta a seu povo.
Só que não.
New York Times publica hoje um vídeo onde se vê claramente que um dos coquetéis molotov lançado por opositores é que atingiu a cobertura de lona de um dos caminhões e iniciou o incêndio.
No vídeo, um militar que aparenta estar no comando dos soldados venezuelanos aparece não apontando armas, mas erguendo os braços e apelando aos manifestantes que parem com a violência.
Nem aqui, na nossa democracia, vi um integrante de tropa de choque fazer um gesto igual.
A reportagem foi traduzida pela Folha e pode ser lida aqui, mas transcrevo o essencial, para quem não tem acesso:
Imagens inéditas às quais o NYT teve acesso e imagens lançadas previamente –incluindo algumas divulgadas pelo governo colombiano, que atribuiu o incêndio a Maduro— permitiram uma reconstrução do incidente.
A reconstrução sugere que a causa mais provável do incêndio tenha sido um coquetel molotov atirado por um manifestante antigoverno.
Em dado momento, uma bomba caseira feita com uma garrafa é atirada em direção aos policiais, que estavam bloqueando uma ponte que liga a Colômbia à Venezuela, para impedir a passagem dos caminhões com os alimentos.
Mas o pavio usado para acender o coquetel molotov se separa da garrafa e, em vez de voar em direção à polícia, chega a um dos caminhões.
Meio minuto mais tarde, o caminhão está em chamas.
O mesmo manifestante pode ser visto 20 minutos antes, em um vídeo diferente, atingindo outro caminhão com um coquetel molotov, mas desta vez sem atear fogo no veículo.
É uma vergonha que cenas assistidas por dezenas de jornalistas tenham de ser, afinal, esclarecidas 15 dias depois, e por imagens recuperadas. Não li em lugar algum o que está visível e audível no vídeo no NYT: as tropas oficialistas pedindo calma e o fim da violência.
Assista:

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