Altamiro Borges
A famiglia Frias – a mesma que apoiou o golpe de 1964 e o setor “linha
dura” da ditadura militar – está impaciente. A Folha apostou suas fichas nos
atos organizados por seitas fascistóides – inclusive divulgando os horários e
roteiros dos “protestos” contra o governo Dilma e solicitando a “colaboração”
dos internautas com o envio de fotos e vídeos. Mas, diante da queda no número
dos manifestantes, parece que já desistiu deste caminho.
Agora, ela aposta suas fichas no sinistro relatório do Tribunal de
Contas da União, que concluiu que o Palácio do Planalto descumpriu a Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF). Em editorial neste domingo (19), o jornalão
decreta: “Sem passo atrás”. E rosna: “TCU concluiu que governo Dilma descumpriu
a Lei de Responsabilidade Fiscal; se prevalecer essa decisão, os gestores devem
ser punidos”.
Durante o triste reinado tucano, o ex-presidente FHC promoveu várias
“pedaladas fiscais” – um recurso contábil recorrente para saldar dívidas. No
seu caso, a situação ainda foi mais grave, já que o mecanismo foi usado para
pagar os nefastos empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Na época, a Folha nunca propôs pressa na análise das contas ou sugeriu
a punição dos gestores.
Pelo contrário, o neoliberal FHC aplicava exatamente o programa privatista
e entreguista da Folha e sempre foi tratado com total cumplicidade.
Agora, porém, a famiglia Frias esbraveja: “Sem passo atrás”.
Para o jornal, é preciso reforçar as instituições do Estado – como a
Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas da União.
Estas instituições sempre foram omissas e submissas na gestão tucana – mas a
Folha evita tratar do passado.
A Folha nem disfarça os seus intentos golpistas: “Caso prevaleça o
entendimento do TCU, estará aberto o caminho para o Ministério Público Federal
processar os gestores envolvidos. O tribunal também poderá recomendar ao
Congresso a rejeição das contas do governo Dilma, o que seria inédito e
permitiria, em tese, a abertura de processo de impeachment contra a presidente…
Manobras que enfraqueçam o espírito da Lei de Responsabilidade Fiscal
constituem inegável retrocesso; devem ser combatidas pelas instituições e pela
sociedade. O melhor remédio contra esse passo atrás é a punição, nos termos da
lei, de desmandos que sejam devidamente comprovados”.
Como já observou o jornalista Luciano Martins Costa, do Observatório da
Imprensa, a mídia chegou a um ponto de não-retorno. Ela apostará todas as suas
fichas no golpe!
www.viomundo.com.br 20/04/2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário