segunda-feira, 20 de abril de 2015

A Folha e o golpe

Folha quer apressar o golpe através da Lei de Responsabilidade Fiscal

Altamiro Borges

A famiglia Frias – a mesma que apoiou o golpe de 1964 e o setor “linha dura” da ditadura militar – está impaciente. A Folha apostou suas fichas nos atos organizados por seitas fascistóides – inclusive divulgando os horários e roteiros dos “protestos” contra o governo Dilma e solicitando a “colaboração” dos internautas com o envio de fotos e vídeos. Mas, diante da queda no número dos manifestantes, parece que já desistiu deste caminho.

Agora, ela aposta suas fichas no sinistro relatório do Tribunal de Contas da União, que concluiu que o Palácio do Planalto descumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Em editorial neste domingo (19), o jornalão decreta: “Sem passo atrás”. E rosna: “TCU concluiu que governo Dilma descumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal; se prevalecer essa decisão, os gestores devem ser punidos”.

Durante o triste reinado tucano, o ex-presidente FHC promoveu várias “pedaladas fiscais” – um recurso contábil recorrente para saldar dívidas. No seu caso, a situação ainda foi mais grave, já que o mecanismo foi usado para pagar os nefastos empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Na época, a Folha nunca propôs pressa na análise das contas ou sugeriu a punição dos gestores.

Pelo contrário, o neoliberal FHC aplicava exatamente o programa privatista e entreguista da Folha e sempre foi tratado com total cumplicidade.
Agora, porém, a famiglia Frias esbraveja: “Sem passo atrás”.

Para o jornal, é preciso reforçar as instituições do Estado – como a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas da União. Estas instituições sempre foram omissas e submissas na gestão tucana – mas a Folha evita tratar do passado.
A Folha nem disfarça os seus intentos golpistas: “Caso prevaleça o entendimento do TCU, estará aberto o caminho para o Ministério Público Federal processar os gestores envolvidos. O tribunal também poderá recomendar ao Congresso a rejeição das contas do governo Dilma, o que seria inédito e permitiria, em tese, a abertura de processo de impeachment contra a presidente… Manobras que enfraqueçam o espírito da Lei de Responsabilidade Fiscal constituem inegável retrocesso; devem ser combatidas pelas instituições e pela sociedade. O melhor remédio contra esse passo atrás é a punição, nos termos da lei, de desmandos que sejam devidamente comprovados”.

Como já observou o jornalista Luciano Martins Costa, do Observatório da Imprensa, a mídia chegou a um ponto de não-retorno. Ela apostará todas as suas fichas no golpe!


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