Assim se faz a História!
História, com letra
maiúscula! É a melhor definição que encontrei para a notícia que encontrei na
página do MST, na manhã de sexta-feira (17).
Exatamente 19 anos depois do
conhecido Massacre de Eldorado dos Carajás, quando 21 integrantes do Movimento
dos Sem Terra foram brutalmente assassinados durante um protesto, 300 famílias
foram assentadas em uma fazenda distante apenas 12 quilômetros do local onde
tombaram os trabalhadores mortos.
Depois de 11 anos morando em
barracas, na beira da estrada, sob lonas pretas, as 300 famílias receberam o
título de posse da Fazenda Peruano. A área pertencia ao governo do estado do
Pará e à União, mas estava grilada por um conhecido latifundiário da região.
Agora foi rebatizada como “Assentamento Norival Santana, em homenagem a um dos
trabalhadores rurais morto pela polícia naquele massacre.
Vale lembrar que a alegria pela vitória não pode apagar
o que se passou. Há envolvidos no massacre que continuam impunes. O coronel
Mario Colares Pantoja e o major José Maria Pereira, que comandaram o massacre,
foram presos depois de 16 anos, em maio de 2012. Os 155 policiais militares
executores diretos do massacre foram absolvidos. O então governador do estado
do Pará, Almir Gabriel (que morreu em fevereiro de 2013) e o secretário de
Segurança Pública, Paulo Sette Câmara, não foram indiciados.
• Quem são os “opositores”? Muito interessante e esclarecedora a pesquisa realizada por estudantes
do grupo “Opinião Pública, Marketing Político e Comportamento Eleitoral”,
da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) durante a manifestação contra o
governo, no dia 12 de abril, em Belo Horizonte.
Foram entrevistados 348 “manifestantes” que estavam na
Praça da Estação. Segundo a professora de Ciências Políticas e coordenadora do
grupo, Helcimara Telles, a quase totalidade deles era “de cor branca, com curso
superior completo e renda acima de cinco salários mínimos (mais de 4 mil
reais)”
Pelo
menos um terço dos manifestantes (36,1%) acha que negros, mulheres e homossexuais
“têm direitos demais” e 70,1% são contra as cotas raciais. 77,8% avaliam que os
programas assistências deixam as pessoas preguiçosas e 70,7% são contra o
Programa Mais Médicos. A maioria do grupo também avalia que pobres são
desinformados (75,6%) e que os nordestinos têm menos consciência política
(56,8%).
Dos
entrevistados, 46,6% defendem que seja aplicada pena de morte no país, e 61,4%
do total defendem o porte de armas para os cidadãos. São a favor da redução da
maioridade penal 81,5% e 42% apoiam uma intervenção. Outros 30% acreditam que
todos os partidos políticos deviam ser extintos para a criação de novas
legendas.
“Temos
um perfil, ideologicamente, bastante conservador. É clara a descrença no
sistema político, inclusive no próprio resultado da eleição. Temos um caldo
autoritário que está crescendo no país e que pode levar ao surgimento de
lideranças e de candidatos 'outsiders', que consigam articular esses
sentimentos”, explica ainda a professora.
Agora,
vamos somar a esse perfil uma situação ainda mais preocupante que encontramos
na Internet. Em um vídeo postado no Youtube, vemos claramente uma mãe
conversando com seu filho pequeno, por volta de cinco anos, e o ensinando a ter
ódio de classe. No vídeo a criança diz que Lula cortou o dedo de propósito,
para receber dinheiro. Depois fala que Lula comprou avião, helicóptero, etc...
e a mãe rindo de tudo. Ou seja está sendo criada uma geração de neonazistas no
país.
https://www.youtube.com/watch?v=4SFzHbn4zlE
• Terceirização = escravidão. A representante do Departamento Intersindical de
Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na audiência da Comissão de Direitos
Humanos e Legislação Participativa (CPF) que discute o projeto que regulamenta
a terceirização (PL 4.330/2004), Lilian Marques, apresentou dados sobre
trabalhadores mortos ou resgatados de condições análogas à escravidão.
Entre 2010 e 2013, nas 10 maiores operações de resgate
de trabalhadores em situação análoga à escravidão, quase 3.000 dos 3.553 casos
envolviam terceirizados.
No caso de óbitos durante o serviço no setor elétrico,
em 2013 perderam a vida 61 terceirizados, contra 18 empregados diretos. Na
construção de edifícios, foram 75 falecimentos de terceirizados num total de
135 mortes. Nas obras de acabamento, os terceirizados foram 18 do total de 20
óbitos, nas de terraplanagem, 18 entre 19 casos e nos serviços especializados,
30 dos 34 casos detectados.
Para Lilian Marques, estes números refletem a forma
como os trabalhadores terceirizados são tratados pelos empregadores, em aspectos
como segurança e treinamento.
• Justiça da Itália pode condenar torturadores brasileiros. A Procuradoria de Roma apresentou denúncia formal para
que os brasileiros João Osvaldo Leivas Job, Carlos Alberto Ponzi, Átila
Rohrsetzer e Marco Aurélio da Silva Reis sejam julgados criminalmente pelo
sequestro e assassinato do cidadão ítalo-argentino Lorenzo Ismael Vinãs Gigli,
desaparecido em 26 de junho de 1980, vítima da Operação Condor, rede de repressão
política e troca de prisioneiros formada pelos serviços de inteligência das
ditaduras do Cone Sul: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai.
Caso a Justiça italiana aceite o pedido, os quatro
denunciados, que mantêm residência no Brasil, serão incluídos na lista de 33
réus do processo e poderão ser condenados a prisão perpétua na Itália. Para
cada um dos brasileiros foi designado um defensor público italiano; os
advogados foram notificados oficialmente na semana passada e têm 20 dias para
apresentar a defesa preliminar dos ex-agentes brasileiros, três militares e um
da polícia civil. Caberá ao juiz Alessandro Arturi, do Tribunal de Roma,
decidir se aceita ou não a denúncia — todos os pedidos feitos pela Procuradoria
italiana para incluir réus no processo foram confirmados pelo magistrado.
Lorenzo Vinãs foi sequestrado no dia 26 de junho de
1980, entre os municípios de Paso De Los Livres e Uruguaiana, fronteira entre
Argentina e Brasil, e jamais foi visto novamente. Por conta da militância nos
Montoneros, guerrilha que fazia resistência à ditadura argentina, Viñas já
havia sido preso em 1974. No exílio, foi para o México em 1975, com sua esposa
Claudia Olga Allegrini; e em 1977, para o Brasil. Em 1979, retornou à Argentina,
onde nasceu sua filha, Maria Paula. Por conta das perseguições políticas, o casal
decidiu ir viver na Itália. Assim, em junho de 1980, Viñas embarcou em um
ônibus em Buenos Aires com destino ao Rio de Janeiro — sua esposa Claudia faria
o mesmo percurso um mês de depois e, juntos, pegariam um voo para a Itália. No
entanto, Lorenzo Viñas não completou o percurso e desapareceu na fronteira
entre a Argentina e o Brasil.
• Declaração Final da Cúpula dos Povos! A Cúpula das Américas, por imposição de Obama,
terminou sem um documento final, como anunciamos no Informativo passado. Mas o
mesmo não aconteceu com a Cúpula dos Povos, Sindical e dos Movimentos Sociais,
evento paralelo e que aconteceu na Universidade do Panamá.
Depois de vários dias de debates fraternos, com
organizações operárias, sindicais, camponesas, povos originários, estudantis,
de mulheres e o movimento social, foi aprovada uma Declaração Final do
encontro. Eis alguns pontos: 1 – Nós, os Povos de Nossa
América, expressamos nosso firme apoio à Proclamação de uma América Latina e
Caribe como Zona de Paz, livre do colonialismo (...); 2 – Nesse sentido,
repudiamos pressões militares, agressões e ameaças de qualquer tipo vindas dos
EUA ou de seus aliados estratégicos na Região, através de bases militares ou
áreas de operações militares (...); 3 – Iraque, Afeganistão, Somália, Palestina,
Mali, República Centro Africana, Síria, Ucrânia, Nigéria, Paquistão, Congo,
Mauritânia, Líbia e Yemen são apenas alguns exemplos das mais recentes
intervenções militares (...); 4 – Nós, os Povos da América, apoiamos o povo
cubano e sua Revolução, saudamos o regresso ao lar dos cinco heróis cubanos
(...). Nós, os Povos da América, expressamos nosso apoio incondicional e
irrestrito à Revolução Bolivariana e ao governo legítimo de Nicolás Maduro
(...).
A Declaração é longa e termina com uma importante definição:
5 – Dez anos depois da derrota da ALCA, reafirmamos nossa luta contra as novas
formas de tratados de livre comércio (...) Saudamos os processos de integração
que primam pela autodeterminação e soberania dos nossos povos, como a ALBA e a
CELAC (...).
• Vão deixar Cuba em paz? Três dias depois do encontro com Raúl Castro, na Cúpula das Américas, Obama
enviou ao Congresso um informe no qual manifesta a intenção de retirar Cuba da
lista de países patrocinadores do terrorismo. Embora parlamentares tenham 45
dias para analisar e responder ao documento, decisão final caberá à Casa
Branca.
A medida, renovada pelos EUA ao longo de 33 anos, sob o
protesto de Havana e de diversos blocos integracionistas da região, é
considerada fundamental para dar continuidade ao processo de normalização das
relações entre ambos os países.
A manutenção de Cuba na lista é o mecanismo jurídico
que legitima a imposição de sanções, como a proibição da venda e exportação de
armas, e impede que o país tenha acesso aos recursos do Banco Mundial e de
outros órgãos internacionais. No ano passado, os EUA reconheceram seu papel
mediador no processo de paz levado a cabo em Havana entre a guerrilha e o
governo colombiano, mas não retiraram o país da lista.
• Camponeses de “Nuestra América” marcharam em Buenos Aires. Na sexta-feira (17), centenas de representantes
camponeses de 21 países da América Latina marcharam na capital argentina em
defesa dos direitos das comunidades rurais e pela soberania alimentar dos
povos.
A marcha marcou o encerramento do VI Congresso
Latino-Americano de Organizações Camponesas (CLOC) que teve início no dia 10,
com a presença de 1.200 delegados. O lema do encontro foi “Contra o Capitalismo,
pela Soberania dos Povos”!
“Globalizar a Luta Camponesa; Globalizar a Esperança”,
dizia o cartaz levado por Yeni Gandari, líder de uma organização camponesa da
Bolívia. “Reunimo-nos em Buenos Aires para apoiar a luta pela soberania alimentar
necessária para nossos povos, repudiar a aplicação de transgênicos e defender a
produção originária”, disse ela.
• Qual o motivo da
“insônia” em Washington? Apesar de já ter comentado, separadamente, as principais preocupações
da “inteligência” estadunidense na América Latina, conversando com um
companheiro durante a semana resolvi listar de forma sintética as principais
questões que incomodam Obama e sua equipe:
1 – para começar, uma
questão que já citei várias vezes. Em 2014, em Brasília, o encontro do BRICS aprovou
a criação de um Banco de Desenvolvimento e um Fundo de Reservas onde a América
Latina terá participação privilegiada;
2 – outro ponto já comentado
no Informativo são os acordos de investimento que a China está assinando com
vários países da região, no valor total de 250 bilhões de dólares na próxima
década;
3 – o sonho de Washington
era criar a ALCA, mas o projeto foi destruído completamente e, como resposta, a
América Latina criou a ALBA e outros instrumentos completamente independentes
dos EUA;
4 – a construção do Canal da
Nicarágua, com apoio da China, deixando o Canal do Panamá em segundo plano;
5 – o crescimento e
consolidação da CELAC (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos),
reduzindo a importância da OEA e retirando a região do domínio da “grande nação
do norte”;
6 – também o crescimento e o
reconhecimento internacional da UNASUL (União de Nações Sul-Americanas) que,
ainda em 2015, estará criando um organismo para julgar conflitos de
investimentos estrangeiros na região;
7 – as relações comerciais
da América Latina são cada vez mais diversificadas, menos dependentes dos EUA e
dos países “centrais”. O comércio Sul-Sul é cada vez mais importante na
economia mundial (era de 6%, em 1985, e já tinha chegado a 24%, em 2010). Vale
destacar que o comércio Norte-Norte despencou 38% no mesmo período e os
investimentos estrangeiros diretos, Sul-Sul cresceram quase 50%.
• Espanha: mais de um milhão de trabalhadores sem renda. Um
total de 1.485.700 pessoas vivem em lares sem qualquer tipo de renda, segundo
dados oficiais divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) da
Espanha. O relatório foi divulgado no último domingo (12).
Separando
por tipo de moradia, a pesquisa esclarece muito mais sobre as dificuldades. Do
total de pessoas totalmente sem rendas: 359.900 (24,2%) moram sozinhas; 324.800
(21,9%) moram com outra pessoa; 307.800 (20,7%) moram com mais duas pessoas e;
259.600 (17,5%) moram com mais três pessoas. Mas a situação é ainda pior nas
outras camadas: 124.500 pessoas moram em lares onde habitam cinco moradores e
não entra qualquer renda; 52.200 em lares com seis pessoas; 36.400 em lares com
sete pessoas; 8.800 em lares com oito pessoas e 11.700 em lares com nove
pessoas ou mais. Todos sem renda.
A
pesquisa mostra a situação em 2014, mas os técnicos dizem que pode ser ainda
pior em 2015.
• Espanha: fim do bipartidarismo? Acostumados com a alternância apenas entre dois
partidos (PSOE e PP), os espanhóis parecem estar dando um basta na situação. Em
recente pesquisa divulgada pelo jornal “El Pais” vamos ver que existe
praticamente um “empate técnico” entre quatro siglas: PSOE, PP, Ciudadanos e
Podemos. A pesquisa mostrou ainda que, entre o primeiro colocado (Podemos) e o
quarto (Ciudadanos), há apenas três pontos de diferença.
Se as eleições fossem agora, o Podemos teria 22,1% das
intenções de votos; PSOE teria 21,9%; PP ficaria com 20,8% e Ciudadanos com
19,4%. Ou seja, margens muito apertadas.
• Luta pela “Terceira República”. Cresce na Espanha o movimento pelo fim da Monarquia e
o surgimento de uma Terceira República. Na terça-feira (14), uma grande
manifestação pelas ruas de Madrid comemorou o Aniversário da Segunda República
e levou centenas de manifestantes para as ruas com o lema “Espanha, amanhã será
republicana”.
A Segunda República espanhola teve início em 1931 e
durou até 1936, quando começou a Guerra Civil que levou o ditador Franco ao
poder. Ao se retirar, ele restaurou a monarquia.
Na manifestação de terça-feira surgiram vários cartazes
com diferentes posições a respeito da criação de uma Terceira República:
“Queremos uma República dos Trabalhadores” e “Via a luta da classe operária”
eram faixas carregadas pelos manifestantes. Houve também manifestações em
Barcelona, em Valência, em Pamplona e em León.
• Londres: império da corrupção. Em 2004 foi publicado um interessante livro chamado
“Confissões de um assassino econômico”, de John Perkins (aconselho a leitura,
para quem não conhece). Trata-se de uma autobiografia de um consultor de
empresas onde ele conta como os EUA subornavam presidentes, parlamentares e
empresários em todos os continentes, em particular na América Latina.
Agora foi lançado outro livro muito interessante (ainda
não publicado em português) que merece a nossa atenção. Trata-se de How Corrupt
Is Britain? (Quão Corrupta é a Grã-Bretanha?), de David Whyte. Nesse trabalho,
o autor mostra com detalhes como funciona a corrupção na Grã-Bretanha e como a
famosa City londrina transformou-se no maior centro de “trambiques” do mundo!
E tudo acontece impunemente. Segundo o autor, não
existiria um setor bancário comercial na Grã-Bretanha se não houvesse uma
corrupção desenfreada. E ele lista uma série de escândalos como pensões subfaturadas,
fraudes hipotecárias, o embuste do seguro de proteção de pagamentos, a
manipulação da taxa interbancária Libor, as operações com informações privilegiadas
e tantos outros.
Mas ele destaque que nenhum dirigente de banco foi
indiciado, sequer desqualificado ou demitido por práticas que contribuíram para
desencadear a crise financeira: a legislação que os teria coibido ou enquadrado
em crimes já havia sido paulatinamente esvaziada, antes, por sucessivos
governos.
Alguns exemplos são bem claros. Um ex-ministro do atual
governo britânico dirigia o banco HSBC quando este praticava sistematicamente
crimes de evasão fiscal e lavagem de dinheiro do narcotráfico, além de garantir
serviços a bancos da Arábia Saudita e Bangladesh ligados ao financiamento do
terrorismo. Ao invés de processar o banco, o diretor da Controladoria Fiscal do
Reino Unido passou a trabalhar para ele, ao se aposentar.
A City de Londres, que opera com o apoio dos
territórios britânicos de além-mar e postos avançados da Coroa, é líder mundial
dos paraísos fiscais, controlando 24% de todos os serviços financeiros
oferecidos offshore. A cidade oferece ao capital global um sofisticado regime
de sigilo, dando assistência não apenas a sonegadores de impostos, mas também a
contrabandistas, fugitivos de sanções e lavadores de dinheiro.
O autor mostra também a corrupção no Judiciário
britânico e como tudo funciona para ser acobertado. Merece ser lido...
• França: sindicatos protestam contra novos cortes. Os
sindicatos franceses protestaram na quinta-feira (16) contra cortes de gastos
do governo, convocando paralisações e passeatas de servidores públicos que
coincidiram com as greves de controladores de tráfego aéreo e funcionários da
rádio estatal.
As marchas de protesto em todo o país e uma
grande manifestação em Paris marcada para o período da tarde foram programadas
para testar quanto apoio os sindicatos podem reunir contra a contenção de
gastos que eles consideram que está minando o serviço público e o poder de
compra em geral, prejudicando a segunda maior economia da zona do euro.
Companhias aéreas como a Air France, easyJet
e Ryanair tiveram que desfazer centenas de voos dentro e fora da França e para
alguns destinos no restante da Europa porque os controladores protestam contra
planos de mudança de condições de trabalho e aumento de sua idade de
aposentadoria de 57 para 59 anos.
O
ministro de Finanças da França, Michel Sapin, anunciou na quarta-feira (15) o
novo plano de contenção de gastos do governo e que seria feito um corte de 9
bilhões de euros nos investimentos públicos: 4 bilhões em 2015 (principalmente
na área de saúde e seguridade social) e mais 5 bilhões em 2016.
• Por que eu não fico
surpreso? O jornal alemão “Die Welt” publicou, na terça-feira (14), um artigo revelando
que a Alemanha Ocidental apoiou financeiramente o desenvolvimento de armas
nucleares em Israel, em 1960.
Segundo as informações agora
divulgadas, o ex-chanceler Konrad Adenauer teria ajudado o programa nuclear
israelense com 500 milhões de dólares. “Adenauer reuniu-se com o então
primeiro-ministro israelense, David Bem-Gurion, em um hotel nos EUA, firmando o
acordo de 500 milhões de dólares para o desenvolvimento da instalação nuclear
de Dimona”, afirma o jornal dizendo ainda que os fundos foram canalizados
através do banco alemão Kreditanstalt für
Wiederaufbau.
Vale lembrar que Israel é o
único país no Oriente Médio com armas nucleares e se recusa a assinar o Tratado
de Não Proliferação, além de proibir qualquer inspeção em suas instalações.
• E ainda falam do
Brasil! Rodrigo Rato (nome sugestivo), foi ministro da Economia na Espanha (1996
a 2004) e presidente do Fundo Monetário Internacional (2004 a 2007) e está
preso desde quinta-feira (16). Ele é investigado pela Receita italiana por
lavagem de dinheiro.
Em 2012, Rato resolveu
recorrer ao Fisco solicitando uma anistia fiscal para regularizar seu
patrimônio, mas isso despertou suspeitas e a Receita iniciou uma investigação
sobre a “complexa arquitetura societária familiar”. Ele já era alvo de
investigações e fazia parte de uma lista de 705 pessoas suspeitas de lavagem de
dinheiro na Espanha.
• Syriza começa a cumprir suas promessas. O governo grego, liderado por Alexis Tsipras, acaba de
suprimir o pagamento de 5 euros por paciente para cada consulta médica em
hospital público. A medida havia sido criada no governo anterior, ainda sob a
política de “austeridade” imposta pela “troika”. Ele anunciou também o início
de um programa para reformar o sistema público de saúde no país.
Segundo o anúncio, uma das prioridades é melhorar as
condições nos hospitais públicos que foram sucateados pelas políticas
neoliberais. O programa pretende aproveitar também os hospitais militares para
que sejam abertos aos cidadãos para cobrir as carências imediatas.
• 300 militares estadunidenses já estão na Ucrânia. Oficialmente, os soldados estadunidenses que chegaram
à Ucrânia realizarão “treinamentos conjuntos” com distintas unidades da Guarda
Nacional durante um ano.
São mais de 300 militares que chegaram ao país na
sexta-feira (17). O embaixador dos EUA em Kiev, Geoffrey Pyatt, informou que os
militares pertencem à 173ª Brigada Aerotransportada e vão realizar treinamentos
conjuntos com militares ucranianos.
• Canadá vai treinar tropas na Ucrânia. O governo do Canadá anunciou na terça-feira (14) que
pretende enviar militares à Ucrânia para treinar tropas. O objetivo seria
“apoiar o país europeu na defesa contra o movimento rebelde, alinhado com a Rússia”.
O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, em
Ottawa, acompanhado pelo ministro da Defesa, Jason Kenney.
Os cerca de 200 soldados canadenses deverão integrar a
missão de treinamento já existente, em que participam militares dos EUA e da Grã-Bretanha.
Segundo o ministro Jason Kenney, eles vão atuar, em maioria, num centro de
treinamento da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), localizado
próximo à fronteira com a Polônia, a 1 mil e 300 quilômetros da zona de
confronto com os separatistas. As tropas ucranianas serão treinadas, entre
outras coisas, em tática individual e de unidade, estratégias e procedimentos
policiais, detecção e neutralização de explosivos, segurança de vôo e
logística.
• Os genocidas se entendem muito bem! A Arábia Saudita acaba de entregar 16 milhões de
dólares para o regime de Israel para financiar projetos expansionistas nos
territórios palestinos ocupados.
Segundo o jornalista investigativo estadunidense Robert
Parry, a transferência do dinheiro foi feita através de um terceiro país árabe.
No mesmo texto, publicado no jornal The Huffington Post, ele diz que Turquia e
Arábia Saudita estariam mantendo negociações “de alto nível” para criar uma
aliança militar destinada a lançar uma intervenção militar na Síria, para
derrubar o governo de Damasco.
• EUA: marcha contra o
racismo e abuso policial. Uma
grande manifestação nacional, promovida pela “Justice League NYC” vai percorrer vários estados e chegará a Washington
na terça-feira (21). Os manifestantes denunciam a violência policial contra
negros nos EUA.
Os manifestantes partiram do estado de Nova
York, no noroeste dos EUA, e seguirão em caminhada pelas estradas principais
com destino a Washington denunciando o “racismo sistemático”. O ponto inicial
da caminhada foi o distrito de Staten Islan, exatamente do local onde foi morto
o afrodescendente Eric Garner.
No documento que está sendo levado, a
organização “Justice League NYC” apresenta
a proposta de três reformas que são essenciais para combater o problema: mudança
no sistema de “justiça juvenil”; paralisar a militarização da polícia
estadunidense e eliminar a prática de “perfis raciais, étnicos ou de
nacionalidades” empregados pelos agentes de segurança. A organização denuncia
que um cidadão negro é morto a cada 28 horas em território estadunidense.
• Qual o resultado das guerras patrocinadas por Washington
contra os muçulmanos? Em março
passado, a organização Médicos pela Responsabilidade Social (Physicians for
Social Responsibility) divulgou um terrível relatório que a imprensa escondeu
durante algum tempo. O estudo mostra que o número de mortos nos dez anos da
“Guerra ao Terror”, desde os ataques de 11/9, é de no mínimo 1,3 milhões de
pessoas e pode ultrapassar os dois milhões!
O relatório tem 97 páginas e foi distribuído pela
organização de médicos que já recebeu um Prêmio Nobel. Trata-se do primeiro
estudo sério para estimar o número de civis mortos nas intervenções de
estadunidenses sob a desculpa de combate ao terrorismo no Iraque, Afeganistão e
Paquistão.
O documento é assinado por uma equipe interdisciplinar
de especialistas, entre os quais o Dr. Robert Gould, Diretor de Formação e
Educação Profissional Médica no Centro Médico da University of Califórnia, San
Francisco, e o professor Tim Takaro, da Faculdade de Ciências da Saúde na Simon
Fraser University.
Em números redondos, diz o relatório: 1.200.000
assassinados desde 2003; 3.000.000 de mortos por 13 anos de sanções; 5.000.000
de exilados desde 2003.
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