Relatora da comissão que vai vasculhar
contracheques que ultrapassem o teto legal de R$ 33.763, senadora Katia Abreu
(PMDB-TO) afirma que receber salário acima do limite também é uma forma de
corrupção e sustenta que é preciso enfrentar o corporativismo das entidades
representativas do Judiciário, que alegam ser alvo de retaliação.
José Cruz
"Receber o salário indevido também
é corrupção. Corrupção não é só fazer superfaturamento, pegar propina de
empresa; não é só mensalão ou petróleo. Tem várias formas, inclusive receber
salário indevido", diz.
Katia disse que não pretende “fulanizar”
o tema para evitar uma “guerra entre os poderes”, mas defendeu o desmanche de
permissões feitas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que garantem o
pagamento de aumentos salariais em cascata a magistrados toda vez que há
reajuste dos vencimentos dos ministros do Supremo Tribunal Federal.
As declarações foram feitas em
entrevista ao jornal paulistano O Estado de S.Paulo.
Na avaliação da peemedebista, os
benefícios como auxílio-moradia e auxílio-creche deveriam estar dentro do teto,
atualmente em R$ 33.763 por mês. Ela, porém, considera “totalmente diferente” a
cota parlamentar com a qual deputados e senadores custeiam suas moradias.
"Tenho certeza que, no Senado,
vamos aprovar as propostas. Acho que a sociedade não aceita mais. A democracia
corporativa não interessa mais a ninguém. Presidentes de entidades dizem que
isso é uma perseguição ao Judiciário, que tem atuado no combate à corrupção.
Pouco importa neste momento quanto o
juiz, o procurador ou servidor está ganhando. A partir de agora, acabou a
brincadeira. Se eu for começar a fulanizar, vira uma guerra entre os poderes.
Quero apenas mostrar os números gerais e volume da economia (com o fim dos
supersalários)."
Fonte: Brasil 247
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