Por que Rússia
não participa da operação em Aleppo?
O grupo de porta-aviões liderado pelo Almirante
Kuznetsov deixou “intencionalmente” de participar da operação para libertar
Aleppo oriental, afirmou o jornal chinês People’s Daily, dizendo que a Rússia
não quer que seus ataques provoquem vítimas civis. "A Rússia não está
interessada em conduzir uma campanha de grande escala em Aleppo (Síria) porque
os ataques maciços poderiam causar numerosas vítimas civis. Por seu lado, os grupos
extremistas e as forças antirrussas poderiam beneficiar disso, o que teria
implicações políticas e sociais inversas, informou a mídia".
Os resultados inesperados das últimas
eleições presidências nos EUA foram considerados como mais um fator. "A razão
mais importante é que as relações entre a Rússia e os EUA mudaram de novo na
sequência da vitória de Trump. Nesta fase, aquilo que a Rússia menos quer é ter
problemas com vítimas civis no campo de batalha sírio e outras questões que
possam complicar as relações bilaterais", notou o jornal.
O People's Daily apontou que a guerra na
Síria ainda não atingiu o ponto crucial. A publicação supõe que a Rússia espera
enfraquecer os grupos terroristas, que estão combatendo contra o governo
legítimo do presidente da Síria Bashar al-Assad, lançando ataques contra alvos
localizados em várias regiões, esperando o momento certo para se juntar à
campanha para libertar Aleppo.
A Rússia enviou o porta-aviões Almirante
Kuznetsov, o cruzador Pyotr Velikiy, os contratorpedeiros antissubmarino
Severomorsk e Almirante Kulakov e navios de apoio para o leste do mar
Mediterrâneo para realizar treinamentos militares e aumentar as capacidades de
luta contra o terrorismo na Síria.
O grupo chegou ao destino em 8 de
novembro. O Almirante Kuznetsov entrou em combate pela primeira vez na história
do navio alguns dias depois, em 15 de novembro. Os caças multifuncionais Su-33,
embarcados no porta-aviões, realizaram ataques contra alvos terroristas do
Estado Islâmico (Daesh) e da Frente
al-Nusra (organizações proibidas em muitos países, incluindo Rússia) nas
províncias de Idlib e de Homs, depois de um reconhecimento abrangente, informou
o ministro da Defesa russo Sergei Shoigu.
Como parte dessa operação, os militares
russos eliminaram Abul Baha al-Asfari, um comandante operacional da Frente
al-Nusra que estava encarregado de várias operações ofensivas na província de
Aleppo.
Os caças Su-33 baseados nos porta-aviões
Almirante Kuznetsov tomaram parte noutro ataque maciço contra alvos dos terroristas
na Síria em 17 de novembro, focalizado nos centros de comando, depósitos de
munições, material militar e instalações usadas para produzir armas.
O Ministério da Defesa da Rússia destaca
que todos os alvos foram verificados através de vários canais de inteligência,
enquanto veículos aéreos não tripulados estavam monitorando a operação.
"Ataques aéreos de alta precisão ajudam a diminuir o número de vítimas
civis durante operações de grande escala. Ao mesmo tempo, a Rússia necessita de
testar suas armas e equipamento militar", sugere o People's Daily. O país
introduziu múltiplos tipos de material militar (durante a sua operação contra
terrorismo na Síria) e conduziu ataques de alta precisão para testar sua
eficiência e características de desempenho das suas armas.
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