O faroeste aéreo de Ônyx e do “Filho 03”
Mais uma barbaridade nos jornais de hoje: em O Globo, fica-se sabendo que o sr. Ônyx Lorenzoni deixou por um dia o seu cargo de ministro da Casa Civil para desarquivar, na Câmara, um projeto de Decreto Legislativo que revoga as normas de segurança aeronáutica limitando o porte de armas em aviões a agentes policiais a missões de “escolta de autoridade, testemunha ou passageiro custodiado; execução de técnica de vigilância ou deslocamentos em que precisem estar armados para cumprimento de atividade policial.”
Traduzindo: pretende que qualquer policial ou militar possa embarcar com armas municiadas em vôos comerciais sem sequer comunicar ou justificar perante a segurança dos aeroportos e do tráfego aeronáutico.
Não é preciso discorrer sobre os riscos de um disparo, acidental ou proposital, dentro de um avião lotado: as chances de acertar passageiros, despressurizar a cabine, atingir compartimento de combustível ou mecanismos de controle da aeronave não são uma brincadeira que se possa arriscar porque o cauboizinho policial não quer deixar de sentir, durante o vôo, a excitação de ter uma pistola na cintura.
Até nos EUA, terra do bangue-bangue, há restrições severas a que policiais transportem arma em vôos comerciais e vedação a militares que o façam, exceto em por despacho e desmuniciadas.
O fetiche destes caras com armas de fogo vai às raias do patológico.
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