segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares






Com a corda no pescoço!
A situação da economia brasileira, depois do golpe contra Dilma Rousseff, está levando uma boa parcela da nossa população à uma condição de dificuldades e penúria.
Em janeiro de 2019, aumentou para 60,1% o percentual de famílias brasileiras endividadas com cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada na terça-feira (5), pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O total de inadimplentes, pessoas com o nome sujo que não podem comprar a prazo nem fazer empréstimos, também aumentou. Em janeiro de 2019, o percentual de inadimplentes foi de 22,9% contra 22,8% em dezembro de 2018.
O cartão de crédito continua sendo a principal fonte de dívidas dos brasileiros (78,4%), tendo apresentado alta entre as famílias com renda inferior a dez salários mínimos (79,1%). Carnês (14,0%) e financiamento de carro (9,7%) vêm logo em seguida. O percentual de famílias com dívidas entre os que ganham até dez salários mínimos alcançou 60,9% em janeiro de 2019, superior aos 60,8% observados em dezembro de 2018, mas abaixo dos 62,9% de janeiro de 2018.
P Pode piorar? A proposta de reforma da Previdência do ex-capitão cria novas regras que acabam com o vínculo entre o salário mínimo e os valores dos benefícios assistenciais atualmente pagos a 2 milhões de idosos e 2,5 milhões de pessoas com deficiência pobres, que comprovem renda mensal per capita familiar inferior a um quarto do salário mínimo.
A primeira armadilha, de acordo com análise da ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, é a proposta de aumento no valor do benefício pago a pessoas com deficiência. Ela alerta que a previsão de aumentar para R$ 1.000,00 o valor dos benefícios pagos a pessoas com deficiência que têm direito ao BPC, como consta na proposta da equipe do governo, também significa a desvinculação com o salário mínimo. E que depois deste aumento de R$ 2,00 – o salário mínimo atual é de R$ 998,00 -, o valor pode nunca mais ser reajustado.
O segundo alerta da ex-ministra é que se a proposta de acabar com o vínculo entre os valores dos benefícios e o salário mínimo for aprovada pelo Congresso, um idoso de baixa renda, poderá ter acesso ao benefício a partir dos 55 anos de idade, mas receberá apenas R$ 500,00 por mês, quase metade do salário mínimo.
Já quem tem acima de 65, que hoje tem direito a um salário mínimo por mês, receberia R$ 750,00. O valor subiria mais R$ 150,00 somente a partir dos 70 anos, mas apenas se o idoso tiver contribuído à Previdência por pelo menos 10 anos. Ou seja, em nenhuma das condições o benefício seria de um salário mínimo.
O estudo “Previdência Social e Redistribuição de Renda Intermunicipal, do   Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), de Edvaldo Duarte Barbosa e Rogerio Nagamine Costanzi, apontou que a Previdência Social tem se consolidado como a maior distribuidora de renda do país.
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD (2007), os benefícios pagos retiraram cerca de 22,2 milhões de pessoas da linha de pobreza e têm uma forte presença nas áreas rurais. Esse volume de recursos mensais injetado na economia dos municípios representa, principalmente para aqueles menores e mais pobres, a garantia da movimentação dos setores de serviço, comércio e transporte.
P Mas os bancos estão muito bem, obrigado! Crise? Qual crise? O Brasil mergulhado em problemas, uma crise econômica sem precedentes na história, o desemprego já atinge de duas dezenas de milhões, a indústria está estagnada e a renda dos mais pobres continua crescendo que nem rabo de cavalo. Mas os banqueiros vão muito bem, obrigado. O Itaú obteve no ano passado R$ 25 bilhões de lucro líquido (lucro líquido!), o maior da história dos bancos brasileiros, segundo a Economatica.
O resultado de 2018 representou um crescimento de 4,2% na comparação com o lucro do ano anterior, enquanto a economia como um todo patinava com vários setores e segmentos mergulhados na crise. O lucro de R$ 6,206 bilhões no 4º trimestre também foi recorde para um último trimestre do ano.
O Itaú é atualmente a segunda maior empresa em valor de mercado. A companhia estava avaliada em R$ 354,7 bilhões, atrás somente da Petrobras, com valor de mercado de R$ 371,7 bilhões.
O desempenho dos outros bancos também não deixou a desejar, como se pode concluir pelos dois outros maiores bancos privados do país, Bradesco e Santander, que também já divulgaram seus resultados consolidados de 2018.
O Bradesco registrou um lucro líquido contábil de R$ 19,085 bilhões no ano passado, o que representa um crescimento de 30,19% na comparação com 2017 (R$ 14,659 bilhões). Já o Santander reportou um lucro de R$ 12,16 bilhões no mesmo período, alta de 52% frente ao ano anterior.
P Trabalhadores de primeira e de segunda: você pode escolher. Os jovens que ingressarem no mercado de trabalho terão dois modelos distintos de regimes trabalhistas para "optar". A informação já circulava desde a campanha eleitoral do ex-militar – que previa em seu plano de governo a carteira de trabalho “verde e amarela” – e foi confirmada na terça-feira (5) pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em jantar com empresários, promovido pelo site de notícias Poder360.
“O jovem poderá escolher. Na porta da esquerda, há a Carta del Lavoro, Justiça do Trabalho, sindicatos, mas quase não tem emprego. É o sistema atual. Na porta da direita, não tem nada disso”, afirmou o ministro. “As pessoas vão ver dois sistemas funcionando. Um com muitos direitos e poucos empregos. E outro com menos direitos e muitos empregos. Elas vão olhar isso por dois, três anos e 'babar' um pouco”, declarou.
De acordo com Guedes, dar opção de mais um sistema para quem está procurando o primeiro emprego, reduziria a taxa de desocupação entre os mais jovens.  E faria com que a sociedade percebesse as “vantagens” de regras menos rígidas, com as empresas “incentivadas” a contratar.
P Qual deveria ser o salário mínimo? Em janeiro, o salário mínimo necessário para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 3.928,73. O valor é 3,94 vezes o salário mínimo em vigor no mês passado, de R$ 998. A estimativa é do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) e foi divulgada na quarta-feira (06).
Esse valor é calculado com base na cesta básica mais cara entre 18 capitais pesquisadas. Em dezembro, o maior valor foi registrado em São Paulo (R$ 467,65). Os menores valores foram observados em Recife (R$ 348,85) e Natal (R$ 351,83).
O salário mínimo em 2019 passou de R$ 954 para R$ 998. De acordo com decreto assinado pelo ex-capitão, o valor diário do salário mínimo ficou em R$ 33,27, e o valor por hora, em R$ 4,54. O aumento do salário mínimo foi de R$ 44 (4,6%) em relação ao anterior. No entanto, o valor ficou abaixo dos R$ 1.006 aprovados pelo Congresso para o Orçamento deste ano.
P Venezuela: resistir ao golpe (1). Não houve surpresas! Na segunda-feira (04) sete países da EU anunciaram o reconhecimento do golpista Juan Guaidó como presidente da Venezuela. A trama já estava montada desde a semana anterior quando esses países deram um ultimato a Nicolás Maduro para que convocasse novas eleições.
Tudo bem orquestrado a partir de Washington, Espanha, França, Áustria, Alemanha, Reino Unido, Suécia e Holanda dizem reconhecer Guaidó como “presidente interino” da Venezuela.
Em resposta imediata, a Rússia diz não aceitar a ingerência externa nas questões venezuelanas. “A imposição de qualquer tipo e solução ou tentativa de legitimar a usurpação do poder, do nosso ponto de vista, representa uma intervenção direta e indireta nos assuntos internos de um Estado soberano”, declarou Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.
“Lamentavelmente, desde a Europa e não desde a América Latina se impõe agora um formato de mediação internacional”, afirmou o ministro russo do Exterior, Serguei Lavrov. A Rússia apoia a iniciativa de mediação de México e Uruguai para solucionar a crise na Venezuela.
Por seu lado, o Ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, destacou, em um comunicado oficial despachado na segunda-feira (04), que a administração venezuelana fará uma revisão das relações sustentadas pelo país com as nações da UE que têm apoiado as ações golpistas contra Nicolás Maduro.
“A República Bolivariana da Venezuela expressa sua rejeição mais enérgica à decisão de alguns governos da Europa, na qual eles se submetem oficialmente à estratégia dos Estados Unidos para derrubar o governo. Mais uma vez se colocam na cola de Washington", afirmou Arreaza em um post em seu Twitter.
O comunicado termina exortando os governos que sucumbiram aos mandatos de Trump a serem prudentes e se direcionarem para os caminhos da paz e do respeito pela independência venezuelana.
P Venezuela: resistir ao golpe (2). A empresa estatal de petróleo PDVSA está planejando redirigir suas exportações para outras regiões da Europa e da Ásia como resposta às sanções impostas por Washington, com o apoio de algumas nações na EU.
“Sim, estamos enfrentando novas sanções ilegais por parte dos EUA. Estávamos exportando cerca de 500 mil barris diários para os EUA, mas a empresa vai redirigir as exportações para outros clientes na Europa e na Ásia, disse, Ronny Romero, representante da Venezuela na OPEP.
No dia 28 de janeiro o Departamento de Tesouro dos EUA impôs sanções contra a PDVSA e congelou mais de 7 bilhões de dólares devidos por empresas estadunidenses e ameaçou empresas que negociem com a Venezuela. E o canalha John Bolton, assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, disse que a Venezuela deve perder certa de 11 bilhões de dólares anuais.
P Venezuela: resistir ao golpe (3). Esse é um dos golpes mais conhecidos por todos nós: Washington cria a crise em um país que considera inimigo, bloqueia bens, impõe sanções comerciais e depois se aproveita da crise criada para dizer que vai enviar “ajuda humanitária” para o país. Na verdade, uma fachada para começar a intervir internamente e alimentar financeiramente seus aliados internos. A tática é nossa conhecida de muito tempo, mas a imprensa internacional cuida de alimentar a mentira para “facilitar” a prática.
Agora os militares venezuelanos criaram uma barreira com um caminhão tanque e contêineres na ponte internacional Las Tienditas, que liga a cidade colombiana de Cúcuta à Ureña, na Venezuela, para evitar a entrada dessa tal “ajuda humanitária” enviada por Washington. Por sinal, uma iniciativa que teria sido “negociada e aprovada pelo autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó.
Maduro e o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) recusam a ajuda. Segundo o presidente reeleito da Venezuela, a medida está totalmente contra a Constituição do país e não passa de um pretexto para Trump realizar uma intervenção militar.
Tudo bem combinado, na terça-feira (05) a Assembleia Nacional da Venezuela, controlada por Guaidó, aprovou a entrada do primeiro lote de ajuda humanitária no país. A decisão foi anunciada durante coletiva de imprensa pelo deputado Miguel Pizarro, presidente da Comissão Especial de Acompanhamento da Ajuda Humanitária. “O Legislativo é um ente de coordenação e de acompanhamento dessas doações de remédios e alimentos”, afirmou na ocasião.
A pergunta a ser feita: “se os EUA estão muito preocupados com a situação humanitária na Venezuela, por que não enviam também para a Faixa de Gaza, classificada pela ONU como calamidade”?
P Venezuela: resistir ao golpe (4). Isso é “ajuda humanitária”? O Ministério do Interior da Venezuela anunciou na quarta-feira (06) que um carregamento com armas vindo de Miami foi apreendido no Aeroporto Internacional Arturo Michelana de Valencia, na província de Carabobo.
Segundo comunicado divulgado pelo governo venezuelano, a alfândega em conjunto com a Guarda Nacional Bolivariana (GNB) localizaram um carregamento com 19 fuzis, 118 carregadores de munição, três miras para fuzil, 90 antenas de rádio e seis telefones celulares.
Ainda de acordo com o governo, “o material seria destinado a grupos criminosos e ações terroristas no país, financiados pela 'extrema-direita fascista' e pelo governo dos EUA”. A apreensão foi realizada nesta terça-feira (05/02) durante inspeção do Sistema Integrado de Administração Tributária. O carregamento havia chegado no país a bordo de um avião Air Bus N881YV da transportadora 21 Air Cargo no último domingo (03).
E as peças vão se encaixando perfeitamente. No dia 31 de janeiro foi detido o coronel aposentado Oswaldo Valentín García Palomo, conhecido por suas ligações com a CIA. Em uma coletiva com a imprensa, o ministro de Comunicações da Venezuela, Jorge Rodríguez, mostrou as provas da tentativa de golpe de Estado que estava sendo preparado pela direita no país. Segundo ele, o serviço de inteligência venezuelano já havia detectado o movimento e estava seguindo todas as pistas. E assegura que, por trás do golpe, estão os governos dos EUA e da Colômbia.
P Venezuela: resistir ao golpe (5). Em matéria de altíssima qualidade de informação, o Sepuede (sepuede.com.uy) publicou um texto que traz por título, “Quem é Juan Guaidó?”. Por uma questão de espaço em nosso Informativo, vamos transcrever apenas alguns trechos do documento.
“Há cerca de um mês vínhamos perguntando quem era Juan Guaidó que apareceu na política internacional, reconhecido para vários governos como presidente da Venezuela, sem ser eleito, e rapidamente também aceito por representantes da direita uruguaia. Mas hoje [a matéria é do dia 05 de fevereiro] Guaidó começou a atacar nosso companheiro presidente Tabaré Vázquez simplesmente porque, junto com o México, iniciou o único caminho possível que entendem aqueles que amam a democracia, a liberdade, a paz e especialmente o diálogo”.
(...)
“Até que recebi um correio eletrônico do meu amigo, sindicalista canadense Sid Shniad, que mostrava uma longa pesquisa dos jornalistas Dan Cohen e Max Blumenthal”.
Segundo a matéria, os dois dedicaram muitas horas fazendo algo que todos os jornalistas deveriam fazer, mas preferem receber notícias mastigadas enviadas pelas grandes agências de notícias, toda sob o controle absoluto de Washington. Ainda de acordo com o autor da matéria, Guaidó não “apareceu do nada”.
“Primeiro, o mais simples: Guaidó é membro do Partido Vontade Popular, fundado por Leopoldo López e protagonista dos enfrentamentos armados conhecidos como guarimbas que custaram a vida de mais de 200 venezuelanos entre 2014 e 2017 (70% dos mortos eram chavistas). O Vontade Popular é o setor mais a favor dos EUA, neoliberal e intransigente da oposição chavista, que não aceita qualquer tipo de negociação que não seja o expurgo total de todos os chavistas e um desmantelamentos de todos os programas sociais das últimas duas décadas”.
E agora começa a se desvendar o mistério. “López, além de ser um neoliberal e ultradireitista, recebeu cerca de 50 milhões de dólares de “ajuda democrática” das organizações USAID e National Endowment for Democracy (NED: leia-se CIA)”.
A matéria segue dizendo que Guaidó era um dirigente estudantil na Universidade Andrés Bello. “Teria sido um dos cinco estudantes venezuelanos enviados pela NED a Belgrado, em 2005, para ser capacitado por um conhecido grupo que treina para ‘protestos não violentos’ e é responsável por muitas das ‘revoluções coloridas’ patrocinadas por Washington pelo mundo”.
Em 2007, Guaidó teria se afastado da universidade para ir a Washington, onde foi aluno de Luis Enrique Berrizbeitia, ex-diretor do FMI e conhecido como um dos principais economistas neoliberais da América Latina.
“Em novembro de 2010, Guaidó e outros dirigentes da Vontade Popular participaram de um seminário secreto de cinco dias no hotel Fiesta Mexicana, na Cidade do México. O seminário foi organizado por Otpor, uma instituição dedicada a ‘mudanças de regimes’ e financiada por Washington. Mas o dinheiro para a realização do seminário foi dado pela empresa Petroquímica del Golfo e pelo banco JP Morgan”.
A matéria é um pouco mais longa, mas serve para entendermos que Guaidó não é um cara que apareceu “de uma hora para outra”. Foi preparado, treinado e financiado por Washington.
P Venezuela: resistir ao golpe (6). É difícil sobre a Venezuela sem fazer uma análise pessoal da situação. As notícias são muitas e podem até confundir se não forem bem entendidas. E nem estou falando da nossa “imprensa submissa e tradicional”.
A Venezuela representa hoje um importante centro das disputas neoliberais e pode significar o futuro de toda a América Latina, particularmente depois do golpe no Brasil e as armações para eleger Macri na Argentina. Aliás, já em 2015 falamos várias vezes que a estratégica estadunidense era essa: derrubar Paraguai, Argentina e Brasil, minar o Mercosul para atacar Venezuela (alvo principal) e Bolívia. E a situação se tornou ainda mais grave quando o neoliberalismo perdeu o México para López Obrador. Isso acirrou ainda mais a sanha da Casa Branca para voltar a ter o domínico total da América Latina, como nos “bons tempos” das ditaduras.
A verdade é simples: o mais recente informe divulgado pela Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) indica que o ano de 2019 pode ser um período em que, longe de diminuir, as incertezas econômicas mundiais serão ainda maiores em função de vários fatores. E, é claro, isso teria grandes reflexos na economia da nossa região. Mas não deixaria os EUA passando incólume pelo furacão, razão pela qual eles precisam de uma proteção extra contra a China e a Rússia, hoje as grandes ameaças econômicas ao Império.
Do que podemos dizer, a América Latina está envolvida em uma grande encruzilhada dentro desse mundo neoliberal, ainda mais com a ameaça de uma nova “guerra fria”, agora envolvendo EUA, Rússia e China.
As relações comerciais entre os dois países (Rússia e China) e a América Latina mudaram muito nos últimos anos e a China despontou como o principal parceiro comercial do Brasil, Chile, Uruguai e Peru. E é o segundo maior com o México, Argentina, Cuba e Venezuela. Razão mais que suficiente para que a “lâmpada vermelha” fique acesa em algum gabinete da Casa Branca.
Sem citar o anúncio oficial de que o presidente chinês, Xi Jinping, tenha assegurado que aumentará os investimentos na região em 250 bilhões de dólares nos próximos 10 anos. Uma notícia que caiu como bomba entre as grandes empresas estadunidenses e fez Trump ter pressa em resolver o problema no “seu quintal”.
P Colômbia: assassinos trabalham livremente. Erick Esnoraldo Viera Paz, líder social no departamento colombiano de Cauca, foi atacado por homens armados ao sair da casa de sua mãe, em Corregimiento del Palo. Chegou a ser levado ao hospital, mas faleceu devido à gravidade de seus ferimentos.
Com este, são 17 líderes sociais assassinados na Colômbia em 2019 enquanto o governo de Iván Duque está mais preocupado em enviar tropas para a fronteira com a Venezuela e lamber os sapatos de Trump.
A Comissão Colombiana de Juristas e o Instituto de Estudos Políticos e Relações internacionais da Universidade Nacional da Colômbia publicaram, durante a semana, um estudo que revela uma sistematicidade nos assassinatos de líderes. “A natureza desses crimes é constante, contínua, repetitiva e não é aleatória. Ou seja, é um exercício de violência ilegal cometida contra um grupo da população bem definido de maneira continuada e de acordo com seus patrões”, diz o documento.
P A sanha fascista. No final de semana passado vândalos atacaram o túmulo do filósofo político alemão e revolucionário socialista Karl Marx, no cemitério de Highgate, em Londres. As informações foram passadas na terça-feira (05) pela entidade que administra o cemitério.
Ian Dungavell, diretor-executivo da Fundação Amigos do Cemitério de Highgate, criticou o que ele descreve como “uma coisa terrível a se fazer” e advertiu que o túmulo, que atrai dezenas de milhares de visitantes a cada ano “nunca voltará a ser o mesmo”. 
Segundo Dungavell, os ataques ao túmulo de Marx são regulares, mas não frequentes. O pior incidente ocorreu em 1970, quando um grupo tentou destruir o túmulo usando uma bomba.
Em um post no Twitter oficial do cemitério, além da imagem do dano na placa de mármore que homenageia Marx e alguns de seus familiares, incluindo sua esposa, a instituição informa que o ataque provavelmente foi feito com um martelo e repudia o ato: “isso não é jeito de tratar a nossa memória”.
P Querem briga? Moscou planeja desenvolver antes de 2021 uma versão terrestre dos mísseis utilizados pela sua Marinha, depois da saída dos EUA e da Rússia do Tratado INF, sobre sistemas de mísseis terrestres de alcance intermediário.
O ministro russo da Defesa, Serguei Shoigu, anunciou na terça-feira (05) que o país desenvolverá em menos de dois anos a variante terrestre do míssil de cruzeiro Kalibr e um míssil hipersônico de médio alcance, em resposta à decisão estadunidense. Ele ordenou o início dos trabalhos.
Segundo ele, os EUA já “trabalham ativamente” no desenvolvimento de um míssil terrestre de alcance superior a 500 km e, por isso, a Rússia precisa adotar medidas equivalentes.
O sistema Kalibr, de mísseis de longo alcance, teve muito bom rendimento na Síria. A Rússia utilizou pela primeira vez os mísseis Kalibr em 2015, em operações contra rebeldes sírios. No total, 26 mísseis foram lançados a partir de um navio no Mar Cáspio, a 1.500 km da zona de impacto.
Esses mísseis, equivalentes aos Tomahawk, dos Estados Unidos, podem atingir boa parte da Europa.         O ministro propôs a fabricação de novos mísseis no sábado passado ao presidente Vladimir Putin, depois de este ter anunciado a saída de Moscou do Tratado INF, assinado pelos EUA e pela então União Soviética em 1987. O Tratado se refere apenas a sistemas de mísseis terrestres e não àqueles lançados do ar ou do mar.
P Os “xerifes” do mundo? O estudo foi realizado por pesquisadores da Universidade do Estado da Califórnia, com dados do Departamento de Polícia de Los Angeles. O resultado é estarrecedor: o número de crimes de ódio saltou 13% nos últimos 10 anos!
De acordo com o levantamento feito, em 2018, a maioria das vítimas foram afro americanos, cidadãos de religião judia e membros da comunidade LGTB. O relatório contabilizou 289 crimes de ódio na cidade, contra 256 casos registrados em 2017.
De acordo com declarações do procurador-geral de Los Angeles, Mike Feuer, a situação e consequência das incertezas que dominam o país. “Quando as pessoas se sentem economicamente inseguras, buscam alguém que possam culpar por todo o mal que estão vivendo”, disse ele.
P Isso é a “justiça” deles? Guardem bem esse nome: Michael Gibbens. Trata-se do juiz do estado de Kansas, nos EUA, que reduziu a pena dos acusados de violação de meninas de 13 e 14 anos porque “elas foram as culpadas”!
A sentença do “meretríssimo” é brilhante: “Considero que as vítimas desse caso foram mais infratoras que participantes na conduta criminosa”. Para ele, as meninas foram “parcialmente” responsáveis do abuso sexual que sofreram por parte de Raymond Soden, de 67 anos.
Segundo o “brilhante” juiz estadunidense, as meninas se dirigiram ao local onde foram violentadas e aceitaram dinheiro em troca do sexo.
Só para registrar, o mesmo Soden tem várias condenações por agressão e abuso sexual, já cumpriu uma pena de 6 anos por violentar outras meninas e enviar fotos através da Internet. Mas lá tudo pode, não é?
P Jogar gasolina no fogo! Se não bastassem as sandices políticas de Donald Trump, parece que ele arrumou um novo incendiário disposto a alimentar um conflito mundial.
O comandante de operações navais, almirante John Richardson, declarou durante a conferência Atlsntic Council, que Moscou é o principal inimigo estratégico dos EUA. Para reforçar, o general da OTAN, Alexander Vershbow, disse que a Rússia se apodera cada vez mais das vias marítimas e pediu ao almirante uma solução para o problema.
A resposta do incendiário foi curta e grossa: “precisamos atacar primeiro”! E disse que seu país deveria analisar a possibilidade de garantir seus domínios na região do Mar Negro e propôs que fossem realizadas, com seus aliados, mais manobras estadunidenses na região.

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