terça-feira, 12 de março de 2019

Deputado do PT sugere afastamento de Flávio Bolsonaro até conclusão do caso Marielle

12 DE MARÇO DE 2019, 17H00

Deputado do PT sugere afastamento de Flávio Bolsonaro até conclusão do caso Marielle

Alencar Santana (PT-SP) disse que, se há algum elo entre o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e os milicianos envolvidos no assassinato de Marielle Franco, ele deve ser afastado provisoriamente do Congresso, como tem acontecido em inúmeras investigações
Flávio Bolsonaro com o ex-assessor, apontado como laranja e elo com a milícia, Fabrício Queiroz (Foto: Reprodução)
O deputado federal Alencar Santana (PT-SP) foi à tribuna da Câmara, na tarde desta terça-feira (12), defender o afastamento provisório do deputado federal Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).
A cobrança do parlamentar veio diante da repercussão da prisão, na manhã de hoje, do policial militar reformado Ronnie Lessa, 48 anos, e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, de 46 anos, apontados como suspeitos pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Segundo as investigações, o sargento reformado Ronnie Lessa fez os disparos contra a vereadora e Élcio dirigiu o carro usado para levar o executor. Ambos teriam ligações com a milícia carioca.
Lessa foi preso às 4h da manhã no condomínio em que mora na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, o mesmo da casa onde mora o presidente Jair Bolsonaro. Além disso, o presidente já posou para fotos ao lado de Lessa. A “coincidência” levantou ainda mais suspeitas sobre a suposta ligação entre o clã Bolsonaro e os milicianos envolvidos no assassinato da vereadora do PSOL.
“Nós tivemos senadores que perderam o mandato, senadores e deputados que foram afastados do congresso em momentos anteriores. Se tem algum tipo de ligação política, alguma suspeita, que paire sobre o senador Flávio Bolsonaro, não era o caso de afastamento? Para que a apuração pudesse ocorrer da melhor forma possível? Há algum tipo de elo? Se tiver, tem que ser afastado provisoriamente do mandato até a conclusão do inquérito”, disse Alencar, que ainda provocou: “Imagina de o policial fosse vizinho de alguém do PT? Do Lula? Qual seria o tamanho do escândalo?”.
Amigo de milicianos 
A prisão dos dois policiais representa mais uma peça do quebra-cabeças para se chegar aos mandantes do assassinato de Marielle Franco e aproxima ainda mais a família Bolsonaro do crime.
Entre outras evidências, como a de que o filho mais novo de Bolsonaro teria namorado a filha do sargento reformado da PM que foi preso hoje, há o caso das homenagens a milicianos.
Conforme noticiado pelo jornalista Chico Otávio, o mesmo que deu o furo da prisão dos policiais e que foi atacado por Bolsonaro no Twitter, o então deputado estadual Flávio Bolsonaro condecorou, em 2003 e 2004, na Assembleia Legislativa do Rio, o ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega e o major da PM Ronald Paulo Alves Pereira.
Alvos da Operação “Os Intocáveis, os dois são suspeitos de integrar o Escritório do Crime, um grupo de extermínio que estaria envolvido no assassinato da vereadora do PSOL, em março do ano passado.

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