segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Em congresso de professores, Lula conclama união das esquerdas

25/11/2016 12:38 - Copyleft

Em congresso de professores, Lula conclama união das esquerdas

Líderes partidários, de sindicatos e associações reconhecem interesse comum: manter os direitos sociais conquistados nos últimos anos.


Rede Brasil Atual
reprodução
São Paulo – Em sua participação no ato de abertura do 25º Congresso de Professores da Educação Oficial do Estado de São Paulo, realizado durante esta semana no município de Serra Negra, no interior paulista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conclamou a união das esquerdas para lutar contra perdas de direitos dos trabalhadores. O evento foi realizado na noite de ontem (23).
 
Cerca de mil professores presentes ouviram de líderes de partidos políticos (PT, PCdoB, Psol e PCO), sindicatos (Apeoesp) e movimentos sociais (MST, CUT, MTST, UNE), discursos pela unidade dos campos populares na política nacional.
 
"Quando eu estava na Presidência, fizemos uma pesquisa de opinião que trouxe uma única unanimidade: de que é preciso que se estabeleça no país uma educação pública, universal e de qualidade", disse Lula, no início de seu discurso. "Mas, na pergunta seguinte do questionário, se as pessoas acreditavam ser possível criar uma educação pública como se queria, a maioria respondia que não. A gente sonhava, mas não acreditava no próprio sonho", prosseguiu.
 
O ex-presidente, então, disse ser normal que seja assim. Afinal, enquanto nos países vizinhos da América Latina, a preocupação com o ensino e o ensino universitário nasceu junto com a própria criação dessas nações, no Brasil a primeira universidade foi criada 422 anos depois do descobrimento do país, contou. "Até lá, filho da elite ia estudar na Europa, e o resto não estudava."




 
Lula lembrou, na sequência, exemplos de como seu governo foi um marco para o ensino público universitário e técnico, os dois cuja implementação e administração competem ao ente federal no país. Lembrou que, em 13 anos de governos de Lula e Dilma, foram criadas 282 escolas técnicas federais, três vezes mais do que já havia sido feito em toda a história do Brasil, 18 novas universidades federais e que mais de um milhão de alunos tiveram acesso a bolsas integrais e parciais de estudos do Programa Universidade para Todos (ProUni).
 
O processo de democratização do ensino, porém, foi interrompido pelo golpe parlamentar que levou à deposição da presidenta eleita, Dilma Rousseff, e conduziu o vice, Michel Temer ao poder. "É que tudo isso incomoda. Parte da elite deste país não gosta de dividir o que é público com os mais pobres. Por isso é que deram um golpe. Deram um golpe sabendo que estavam construindo uma mentira, que depois foi aceita pela Câmara e pelo Senado. Porque estavam cumprindo uma missão para a elite brasileira. Se aproveitando de um momento difícil do governo, de baixa popularidade na opinião pública, fizeram um serviço a mando das elites. Mas de uma coisa eu tenho certeza: tiraram a Dilma de lá não pelas coisas ruins feitas no governo dela, mas sim pelas coisas boas", avaliou.
 
Por fim, Lula falou sobre o processo de perseguição jurídica de que é alvo atualmente, e que é parte da mesma mobilização de interesses que levaram ao golpe contra Dilma Rousseff. "Alguns jovens da Polícia Federal produzem mentiras para que meios de comunicação as transmitam. Depois, jovens procuradores do Ministério Público Federal se utilizam dessas montagens para construir mais mentiras. Então, apresentam uma denúncia falsa ao juiz (Sérgio) Moro, que ajuda os procuradores a montar melhor suas teses. Mas eu não tenho medo. Já estou processando o Moro e um delegado da PF. Não vou sair do país, nunca vou me exilar. Um dia, quem vai querer se exilar desse país é quem está contando todas essas mentiras sobre mim".

 


 

Pela educação


 
 
Os docentes da rede pública paulista realizam seu evento debatendo pautas como a chamada Escola sem Partido, as reformas do ensino médio e da Previdência e ataques aos direitos trabalhistas, como a terceirização irrestrita da mão de obra. A presidenta da Apeoesp, o sindicato da categoria, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, afirmou que "não engolimos o golpe". "E não vamos engolir porque, se nos resignarmos, aí começamos a ter que aceitar tudo, aí vamos engolir muito mais", acrescentou.
 
Integrante da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Gilmar Mauro falou em resistência. "Quando tentaram invadir a nossa escola (Florestan Fernandes), nós resistimos juntos. A Bebel foi lá, resistir junto. O ex-presidente Lula foi lá, resistir conosco. E hoje estamos todos aqui. Porque só unidos podemos enfrentar este governo golpista."


Créditos da foto: reprodução

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