26/11/2016 14:57 - Copyleft
Najla PassosHasta siempre, Fidel!
A imprensa comercial, como fez nos últimos 50 anos, tentará apagar tudo o que essa traójetria tem de revolucionária, solidária e amorosa.
Daqui a dezenas de anos, quando os historiadores decidirem fixar uma data para a passagem da modernidade para a pós-modernidade, 2016 aparecerá como forte candidato, se não o mais forte. %u228
A crise migratória, o esfacelamento da União Europeia, o golpe no Brasil, a eleição de Trump… tudo isso contribui. Mas a morte de Fidel Castro é definitiva.
%u228Esses 500 anos de modernidade foram tempos sombrios. Como diz Frei Betto, o homem conseguiu pisar na lua, mas não conseguiu encher as barrigas de milhões de crianças famintas. “A modernidade trouxe muitos avanços tecnológicos e científicos, mas também trouxe o capitalismo”, ressalta ele.
Professora da Universidade Federal Rural do Rio de janeiro (UFRRJ), Flávia Braga Vieira, lembra, entretanto, que, se a modernidade produziu o capitalismo, ela gerou também o antagonismo: a esquerda, o sonho de uma sociedade diferente, a luta por um outro mundo possível.
E é justamente aí que a morte de Fidel torna-se emblemática. Mais do que qualquer outro evento, marca o fim de um ciclo que, até poucos meses atrás, fazia o sul do Equador sonhar com uma realidade mais justa e igualitária, com uma América Latina batendo recordes sobre recordes de redução da pobreza em mãos de governos populares.
Fidel teve uma trajetória controversa à frente da revolução armada que implantou o comunismo no quintal dos ianques. Mas a imprensa comercial, como fez nos últimos 50 anos, tentará apagar tudo o que essa traójetria tem de revolucionária, solidária e amorosa.
A manchete de a Folha de S. Paulo deste sábado (26) não deixa dúvidas: “Ditador cubano Fidel Castro morre aos 90 anos”. Da mesma Folha de S. Paulo que classifica Michel Temer como “presidente”...
Para a imprensa ideológica, Fidel é o “ditador” de um país parlamentarista em que as eleições são tão periódicas como em qualquer outro dito democrático. De um país no qual qualquer mudança de política econômica envolve pelo menos 80% da população em discussões diretas. De um país em que crianças não passam fome. De um país em que saúde e educação, ao contrário do que ocorre na sede do império, são direitos inalienáveis de todos.
Caberá a cada um de nós que sonha o sonho de um outro mundo possível manter vivo o legado de Fidel, da revolução cubana e da solidariedade entre os povos. Caberá a nós que permanecemos vivos nessa tajetória de mudança de época disputar os valores e significados do que foi a Revolução Cubana e a biografia de Fidel Castro.
A crise migratória, o esfacelamento da União Europeia, o golpe no Brasil, a eleição de Trump… tudo isso contribui. Mas a morte de Fidel Castro é definitiva.
%u228Esses 500 anos de modernidade foram tempos sombrios. Como diz Frei Betto, o homem conseguiu pisar na lua, mas não conseguiu encher as barrigas de milhões de crianças famintas. “A modernidade trouxe muitos avanços tecnológicos e científicos, mas também trouxe o capitalismo”, ressalta ele.
Professora da Universidade Federal Rural do Rio de janeiro (UFRRJ), Flávia Braga Vieira, lembra, entretanto, que, se a modernidade produziu o capitalismo, ela gerou também o antagonismo: a esquerda, o sonho de uma sociedade diferente, a luta por um outro mundo possível.
E é justamente aí que a morte de Fidel torna-se emblemática. Mais do que qualquer outro evento, marca o fim de um ciclo que, até poucos meses atrás, fazia o sul do Equador sonhar com uma realidade mais justa e igualitária, com uma América Latina batendo recordes sobre recordes de redução da pobreza em mãos de governos populares.
Fidel teve uma trajetória controversa à frente da revolução armada que implantou o comunismo no quintal dos ianques. Mas a imprensa comercial, como fez nos últimos 50 anos, tentará apagar tudo o que essa traójetria tem de revolucionária, solidária e amorosa.
A manchete de a Folha de S. Paulo deste sábado (26) não deixa dúvidas: “Ditador cubano Fidel Castro morre aos 90 anos”. Da mesma Folha de S. Paulo que classifica Michel Temer como “presidente”...
Para a imprensa ideológica, Fidel é o “ditador” de um país parlamentarista em que as eleições são tão periódicas como em qualquer outro dito democrático. De um país no qual qualquer mudança de política econômica envolve pelo menos 80% da população em discussões diretas. De um país em que crianças não passam fome. De um país em que saúde e educação, ao contrário do que ocorre na sede do império, são direitos inalienáveis de todos.
Caberá a cada um de nós que sonha o sonho de um outro mundo possível manter vivo o legado de Fidel, da revolução cubana e da solidariedade entre os povos. Caberá a nós que permanecemos vivos nessa tajetória de mudança de época disputar os valores e significados do que foi a Revolução Cubana e a biografia de Fidel Castro.
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