Fidel e os
vira-latas da mídia
A mídia brasileira, com o seu complexo
de vira-lata, sempre reproduziu a visão imperial dos Estados Unidos de
satanização do líder cubano Fidel Castro. Agora, com o anúncio da sua morte,
ela promove uma festa macabra. Na Globonews, os “calunistas” de plantão não se
cansam de repetir a palavra “ditador”.
Altamiro Borges*
No site da Folha, a manchete garrafal:
“Ditador Fidel Castro morre em Cuba aos 90 anos”. Já a asquerosa Veja destaca
os “10 fatos sobre a vida do ex-ditador”. E a revista Época segue a toada
emburrecedora: “Aos 90 anos, morre o ditador cubano Fidel Castro”. Uma rápida
olhada nos sites dos principais veículos internacionais evidencia como a mídia
nativa afundou de vez no jornalismo rastaquera.
A guerra fria acabou e o mundo mudou.
Mas a mídia brasileira mantém sua linha editorial colonizada e replica as
piores posições dos falcões do império. Na prática, ela corrobora com o
pensamento fascista de Donald Trump. Logo após o anúncio do falecimento, o
magnata corrupto festejou “a morte do ditador brutal que oprimiu seu próprio
povo por quase seis décadas... Enquanto Cuba continua sendo uma ilha totalitária,
é minha esperança que hoje marque um afastamento dos horrores suportados por
muito tempo, para um futuro em que o maravilhoso povo cubano possa finalmente
viver em liberdade”. A imprensa nativa segue o pensamento do psicopata que
presidirá os EUA!
A
guinada direitista de Clóvis Rossi
O triste em mais este episódio é
acompanhar a conversão de certos jornalistas que já tiveram um papel mais digno
na imprensa nativa. É o caso de Clóvis Rossi, colunista e membro de conselho
editorial da Folha. Sua relação conjugal com os tucanos fez com ele adotasse a
mesma trajetória do PSDB. De socialdemocrata a conservador. No artigo publicado
neste sábado, intitulado “A esquerda morre com Fidel Castro”, ele confirma sua
guinada à direita. Para ele, com o falecimento do líder cubano, “morre na
verdade a esquerda que poderia ter sido e não foi, a que poderia ter sido uma
utopia libertária e acabou sendo uma ditadura como tantas outras que
ensanguentaram a América Latina”.
O jornalista da Folha – o jornal que
apoiou o golpe militar de 1964 e os generais “linha dura” que prenderam,
torturaram e mataram tantos brasileiros – pousa de teórico ao analisar as
vicissitudes das esquerdas e ao menosprezar “um punhado de militantes
comunistas e intelectuais seduzidos pela promessa do socialismo”. Ao final, ele
conclui: “A morte do ícone dessa utopia fracassada encontra a esquerda numa
tremenda crise... Cuba não aceitou (ainda) o liberalismo, mas está aceitando o
capitalismo, com imensas dificuldades. Sem Fidel, torna-se ainda menos farol
para a esquerda”.
Sua tese “acadêmica” talvez ajude a
diminuir sua depressão e a justificar sua conversão. Clóvis Rossi há muito
tempo “aceitou” o capitalismo e hoje namora o liberalismo destrutivo do PSDB, o
mesmo que ergueu a “pinguela” para o Judas Michel Temer tomar de assalto o
poder no Brasil.
Fonte: Blog do Miro
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