Cientistas do
Centro de Análises Clínicas de Medicina Físico-Química da Rússia cultivam
retina através da reprogramação de células; estudos na área ajudarão a curar a
cegueira, disse na quinta-feira (1/12) o jornal Izvestia. De acordo com o
jornal, o primeiro transplante de teste será realizado em 2017. Com a ajuda de
novas tecnologias celulares, os cientistas planejam posteriormente realizar
estudos no tratamento da doença de Parkinson.
"Reprogramação
de células é um fenômeno bastante novo na ciência. A descoberta é de autoria do
professor da Universidade de Quioto, Signa Yamanaka, o qual descobriu a
capacidade única de células humanas de determinados tecidos, como, por exemplo,
fibroblastos ou epitélio da pele, de mudarem sua estrutura para o estado
embrionário. As células-tronco podem dar origem a quase todo tecido. Por
exemplo, a partir dos fibroblastos da pele pode-se criar a retina.
Esta operação
permitirá tratar, por exemplo, pacientes que estão perdendo a visão por causa
de degeneração macular — doença esta causadora da cegueira em pessoas com mais
de 55 anos", escreve o jornal, citando o diretor geral do Centro de
Análises Clínicas de Medicina Físico-Química da Rússia, Vadim Govorun.
O Laboratório
de biologia celular disse ao jornal que o tecido mais fácil de ser trabalhado
no método de reprogramação celular é a pele, pois a realização da biopsia não
causa danos graves ao paciente e as células se multiplicam significativamente.
Segundo o chefe do Laboratório de Tecnologias Biomédicas do Centro de Análises
Clínicas de Medicina Físico-Química da Rússia, Sergei Kiselev, testes clínicos
de transplante de retina estão sendo executados atualmente nos EUA e na Europa.
Eles também foram realizados no Japão, que foram temporariamente suspensos
devido a mudanças na legislação, mas o país pretende seguir com o
desenvolvimento da técnica em 2017.
Quando se
trata da Rússia, os cientistas "estão esperando a aplicação da lei ‘Sobre
trabalhos na área da biomedicina celular' (1 de janeiro de 2017) e aprovação
das atas normativas conforme a mesma", escreve o jornal.
Os primeiros
pacientes que se submeterão ao transplante de retina serão pessoas que sofrem
de degeneração macular hereditária, diz o Izvestia. Mesmo havendo alguns
tratamentos que retardam o progresso da cegueira, os pacientes com degeneração
macular genética começam a cegar entre 20 e 30 anos, pois não há, até hoje, um
remédio contra ela.
O diretor
geral do Centro de Análises Clínicas de Medicina Físico-Química da Rússia
informou ao jornal que a instituição cresceu significativamente, chegando a
realizar testes em animais com neurônios humanos. "O transplante de
neurônios humanos, juntamente com o procedimento da correção de genoma, ajudará
no tratamento de pacientes com doença de Parkinson. No mundo, tais testes
clínicos já estão sendo realizados. Na Rússia, eles serão possíveis se houver
interesse das instituições especializadas — neurocirúrgicas e neurológicas — e
somente após a aprovação da lei", observa Izvestia.
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