Israel lança represália contra ONU após resolução do Conselho de Segurança que condena assentamentos
Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que relações com ONU serão revisadas e repasse de US$ 7,8 milhões a órgãos da entidade será interrompido
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou neste sábado (24/12) que as relações do país com a ONU serão revisadas e interromperá “de maneira imediata” o repasse de US$ 7,8 milhões a cinco órgãos da entidade.
“Pedi ao Ministério de Relações Exteriores um estudo de nossas relações com a ONU no prazo de 30 dias. Ele tem relação com nosso financiamento a órgãos das Nações Unidas como quanto a presença de nossos representantes”, disse Netanyahu em um ato público em Jerusalém.
A declaração do primeiro-ministro veio após a aprovação pelo Conselho de Segurança da ONU de uma resolução que condena a política de assentamentos de Israel em territórios ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Ocidental, aprovado nesta sexta-feira (23/12) com a abstenção dos Estados Unidos.
Além das medidas contra a ONU, Netanyahu enumerou medidas adotadas nas últimas horas contra Nova Zelândia e Senegal, responsáveis junto a Malásia e Venezuela pela proposta da resolução, que havia sido adiada pelo Egito após intervenção do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.
Sobre Senegal, Netanyahu disse ter convocado o embaixador de Israel para consultas e retirado a cooperação. Além disso, prometeu que não serão as únicas medidas a serem tomadas contra o país.
No discurso, o primeiro-ministro anunciou que a resolução é a "gota d'água" para Israel, que não deixará ser "enrolado" nos fóruns internacionais. "Da amargura sairá doçura. Os que trabalharem com Israel ganharão. Os que não, perderão", disse Netanyahu.
Agência Efe
Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, criticou resolução do Conselho de Segurança da ONU contra assentamentos
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O Ministério das Relações Exteriores de Israel explicou que o país irá suspender o financiamento a quatro órgãos da ONU, não cinco como anunciado pelo primeiro-ministro. Todos são secretarias especializadas que têm relação com o problema palestino.
O primeiro-ministro também reiterou os pontos centrais da firme crítica feita nesta sexta-feira ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, considerado por Netanyahu o culpado pela aprovação da "vergonhosa resolução" e acusado de romper a histórica política americana de proteger seu principal aliado no Oriente Médio contra ações tomadas pela ONU.
"Todos os presidentes desde (Jimmy) Carter respeitaram a política de não impor resoluções ao conflito (palestino-israelense) através do Conselho de Segurança. Na sexta-feira, vimos um compromisso pessoal explícito de Obama, que deu um golpe na mesa", disse Netanyahu, ao ressaltar que a medida só "afastará a paz da região".
"Nossos amigos que estão entrando no governo dos EUA lutarão contra essa resolução, assim como os congressistas democratas e republicanos", disse o primeiro-ministro, citando de forma indireta o presidente eleito, Donald Trump, que chegou a pedir a Obama que vetasse a resolução no Conselho de Segurança
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