Kiko Nogueira
“Às vezes, quase sempre, em política e
judiciário, o criminoso está presente no velório”. Teori Zavascki
José Serra dando risada e a gangue de Temer
reunida em torno do caixão no velório de Teori Zavascki.
Poucas imagens são tão emblemáticas da
tragédia brasileira quanto essas.
Serra, citado na Lava Jato como
destinatário de 23 milhões de reais que teriam sido pagos por meio de caixa
dois em contas no exterior, tenta influenciar a escolha do novo ministro do
STF.
Temer aparece mais de 40 vezes em
delação da Odebrecht. Os acordos fechados com o MPF atingiriam em cheio a
cúpula do PMDB.
Michel está achando que é uma espécie de
cobra coral favorecida pelos deuses. Seus cúmplices se acercam do chefe, na
expectativa de mais algum acidente pavoroso que os favoreça.
Segundo reportagem da Folha, a
presidente do Supremo Carmen Lúcia não quis sair ao lado do presidente nos
jornais (e de um sujeito como Eliseu Padilha, o sincero, que afirmou que o
“ganhou tempo” com a morte de Teori Zavascki).
Carmen pediu para ser fotografada apenas
ao fim da cerimônia. A OAB defende que ela homologue todas as delações, como
forma de honrar a memória do colega.
Recai sobre a turma de Michel Temer uma
suspeição. Eles sabem disso.
Independentemente se houve ou não a mão
deles, são os grandes beneficiados — e não escondem em declarações e imagens.
Michel Temer, covarde que foge de
funerais, confirmou sua presença no de Teori Zavascki de bate pronto porque
sabia que estaria a salvo de qualquer coisa parecida com povo e porque queria
passar, sutilmente, seu recado.
Nunca foram companhias desejáveis em
quermesses. Em enterros, melhor fugir.
Fez certo Carmen Lúcia em sair correndo.
Infelizmente nós não temos como fazer o mesmo.
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