Mercado queria
a morte de Zavascki
Fábio de Oliveira Ribeiro
Cumprindo seu relevante mister de
supostamente civilizar os bárbaros brasileiros, a Globo News inovou. A rede
noticiosa colocou os interesses do mercado acima do direito à vida de Teori
Zavascki e do direito á dignidade dos familiares do Ministro do STF morto (ou
assassinado) num acidente aéreo.
A julgar pelo que constou da chamada da
matéria da Globo News (Mercado financeiro abre positivo com dados da China,
posse de Trump e morte de Teori Zavascki), não é nem mesmo necessário
investigar o ocorrido.
O importante é que ele produziu lucro.
A lógica da Globo News, porém, não é
pós-moderna. De fato ela pode ser vista em diversas fases da história humana
desde tempos imemoriais.
A morte deles é um imperativo da Cidade
ou do Império – Antiguidade Clássica greco-romana
A morte deles é um desejo de Deus -
Idade Média, fundamentalismo islâmico e judaico atual.
A morte deles é um desejo do Rei –
Absolutismo europeu
A morte deles é um desejo da Metrópole -
Impérios coloniais
A morte deles é um desejo do Estado
moderno - Séculos XIX e XX
A morte deles é um desejo do Líder -
Estados totalitários
A morte deles é um desejo do Regime -
Ditaduras militares latino-americanas e africanas
A morte deles é um desejo do Mercado –
Fenômeno que está ocorrendo no Brasil após o golpe de 2016 construído e apoiado
pela Rede Globo
Não há nenhuma diferença entre os atos
de barbárie coletiva que foram praticados em todos estes períodos sob o
disfarce de civilização. Em todos os casos as considerações humanas foram
simplesmente desprezadas em razão de racionalizações que justificaram a
conquista, imposição de uma crença, dominação, exercício do poder absoluto,
imposição da própria agenda política ao outro com o uso da força bruta,
exploração, exclusão e ganância pelo lucro. Impossível dizer o que um
jornalista da Globo News diria se nós mesmos começarmos a comemorar a morte dos
colegas de redação deles.
Apertem os cintos!
Doravante o assassinato (e, eventualmente,
o genocídio) será considerado um imperativo categórico do jornalismo neoliberal
praticado pela empresa do clã Marinho.
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