AÉCIO LEVAVA 2% DOS CONTRATOS COM O BANCO DO
BRASIL DESDE O GOVERNO FHC
Thiago Herdy
Marcos Valério, que teve sua
proposta de delação rejeitada pelo Ministério Público Estadual de Minas Gerais,
fechou um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal. Por citar
políticos com foro privilegiado, o acordo aguarda a homologação do Supremo
Tribunal Federal.
O delator relatou bastidores
de operação para retirar da Comissão Parlamentar Mista dos Correios, em 2005,
documentos sobre a relação do Banco Rural com tucanos em Minas Gerais, tema que
já é alvo de inquérito no STF, motivado por delação do ex-senador Delcídio
Amaral. A operação teria contado com a participação dos então subrelatores da
Comissão Parlamentar Mista Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Eduardo Paes (à época no
PSDB-RJ). Integrantes do Banco Rural teriam escondido documentos no Uruguai.
No acordo, entre outras
coisas, Marcos Valério sustenta que suas agências de publicidade participaram
do financiamento ilegal da atividade política de Aécio desde os anos 90. Afirma
que o tucano recebia 2% do faturamento bruto dos contratos do Banco do Brasil
no governo FHC, valores que seriam pagos por meio de Paulo Vasconcelos, citado
como representante de Aécio junto à empresa.
Marcos Valério também sustenta
que parte dos recursos desviados da campanha pela reeleição de Eduardo Azeredo
(PSDB/MG), em 1998 — no processo que ficou conhecido como mensalão mineiro — abasteceu caixa 2 da campanha de Aécio Neves a
deputado federal.
O operador cumpria pena de 37
anos de prisão pela ação do mensalão na Penitenciária Nelson Hungria, em
Contagem (MG), e foi transferido na segunda-feira para a Associação de Proteção
e Assistência a Condenados (APAC), em Sete Lagoas (MG), a pedido da Polícia
Federal.
A transferência para a
unidade — que propõe atendimento humanizado de presos e tem vagas limitadas —
era solicitada desde o ano passado por seus advogados, mas não havia vagas.
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