terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Povo não quer candidato do governo e impedir Lula não será pacífico

Povo não quer candidato do governo e impedir Lula não será pacífico

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Datafolha: sinal fechado para a candidatura governista

Por Tereza Cruvinel 
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A pesquisa Datafolha mostra que a população entendeu e está entendendo tudo – do golpe contra Dilma aos retrocessos do governo Temer, terminando com as ameaças à candidatura Lula -, planeja dar sua resposta nas urnas, elegendo Lula, e avisa que não há espaço para uma candidatura governista.
 
A população entendeu que a derrubada de Dilma Rousseff foi um golpe e traduz sua compreensão em dois pontos da pesquisa:  71% rejeitam Michel Temer e 62% dizem que o governo dele é pior que o da antecessora deposta. Estes dois indicadores já complicam muito a estratégia dos governistas de disputarem com um candidato único, seja ele Alckmin, Meirelles ou qualquer outro. Apoio de Temer ou identificação com o governo são beijo da morte.
 
O que move as pessoas na eleição é o que elas sentem, não números  e estatísticas. O governo e a mídia tocam bumbo para o pibinho de 0,1% no terceiro trimestre, para a criação de empregos, embora sejam majoritariamente informais, a queda dos juros e da inflação e outras mudanças macroeconômicas. Mas a população não está sentindo nada disso, como já mostrou o IBOPE e agora o Datafolha confirma.
 
A população é pessimista em relação a quase tudo na economia e na vida pessoal, mostra o Datafolha: 60% acham que a inflação vai subir, 50% acreditam em aumento do desemprego,  37% acham que a economia ficará na mesma em 2018 e 32% acham que a situação vai piorar. Só 27% acreditam na prometida melhora.  Entre os mais ricos, apenas 31% avaliam que sua situação econômica pessoal piorou, e 42% acham que isso aconteceu ao país como um todo.    Entre os mais pobres,   68% acham que o país piorou e 60% acham que isso aconteceu também em suas vidas. Os pobres são a maioria do eleitorado e neste segmento Lula nem é favorito, é dominante.
 
Com este quadro, não há espaço para a candidatura de direita que querem chamar de centro, e que uniria todas as forças do golpe. PMDB, PSDB, Centrão e quejandos.  Como diz FHC, é tarde para os tucanos negarem o golpe e o governo que apoiaram.  Mas eles já sabem o tamanho da pedra que colocaram no próprio caminho.  Por isso, contra o Lula, só vai lhes restar o tapetão. Mas isso também representará outro golpe, e desta vez a população talvez não aceite tão passivamente o roubo de seu direito de votar no preferido.

 Tereza Cruvinel é uma jornalista brasileira.
 

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