A
reforma de Temer caminha.
Na terça-feira (04), em mais uma demonstração de que os
golpistas tomaram de assalto o Congresso Nacional, foi aprovada a urgência por
46 a 19 para apreciação da proposição no plenário. Assim, a matéria poderá ser
votada conclusivamente na Casa, na próxima terça-feira (11), por acordo de
líderes celebrado antes da votação da urgência.
Segundo o DIAP, a votação foi um termômetro para a
apreciação do projeto de lei, que indica grande probabilidade de o Senado
chancelar a matéria aprovada pela Câmara dos Deputados, no dia 26 de abril.
Em regime de urgência, a reforma trabalhista segue
tramitação especial. Na discussão, os senadores podem falar apenas uma vez e
por 10 minutos cada — cinco a favor e cinco contra a proposta. Mas o presidente
do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) avisou que vai conceder a palavra a todos
que se inscreverem.
• Conheça cinco atentados contra os trabalhadores na reforma
trabalhista. A Central Única dos
Trabalhadores (CUT) listou cinco “maldades” que fazem parte da proposta de
reforma enviada pelo golpista Temer ao Congresso: 1. Grávidas e lactantes poderão
trabalhar em lugares insalubres. Se aprovada, a reforma permitirá que mulheres
grávidas ou que estão amamentando trabalhem em lugares insalubres de grau médio
e mínimo. Só ficará proibido o grau máximo. Nos locais insalubres, as
trabalhadoras terão contato com produtos químicos, agentes biológicos,
radiação, exposição ao calor, ambiente hospitalar de risco, frio intenso e
outros; 2.
Assédio moral e sexual será precificado de acordo com condição social da
vítima. Caso esse crime seja cometido pelo patrão, a vítima será indenizada de
acordo com o salário que ela recebe. As trabalhadoras que ganham menos ficarão
mais vulneráveis. “Uma gerente que for assediada ganhará uma indenização maior
do que uma secretária. Assim, sairá mais barato assediar as trabalhadoras do
chão de fábrica”, explica a senadora Gleisi Hoffmann; 3. Mulheres deixarão de ter direito
a descanso. A reforma revoga o artigo 384 da CLT. Na prática, acaba com o
direito da mulher descansar 15 minutos, como previsto hoje, antes de começar
uma jornada extraordinária, ou seja, a hora extra. No passado, o Superior
Tribunal Federal (STF) decidiu que esse dispositivo é constitucional devido à
dupla jornada de trabalho das mulheres; 4. Trabalho de 12 horas seguidas por dia. O
governo quer aprovar uma medida que permita que o trabalhador possa ter jornada
de 12 horas e descanso de 36 horas, quando a legislação brasileira hoje
estabelece jornada máxima de 8 horas. Levando em conta que o patrão tem muito
mais poder na hora de negociar, o trabalhador ficaria exposto a jornadas exaustivas
que podem comprometer sua saúde; 5. Trabalho intermitente. Nesse tipo de trabalho o
empregado não tem vínculo com a empresa, nem horário certo, mas fica a
disposição do patrão 24h por dia e só recebe as horas trabalhadas. Funciona
assim: quando a empresa chamar, a pessoa trabalha 4h. Se não voltar a chamar o
trabalhador só receberá por essas 4h. E se ela não quiser mais os serviços não
haverá rescisão de contrato, férias, décimo terceiro. Sindicatos classificam
essa jornada como a “escravidão do século 21”.
• Temer na Alemanha!
No final de junho, o golpista Temer anunciou que não iria ao encontro do G-20,
na Alemanha. Seus assessores ficaram preocupados com o desgaste internacional
que já é grande e com a necessidade de demonstrar uma “atmosfera de
normalidade” no país. Mas, curiosamente, ele voltou atrás na sua decisão e
resolveu ir à Alemanha. Os responsáveis pela divulgação de notícias do Palácio
do Planalto não disseram os motivos para o recuo.
Mas, ao que tudo indica, já devem estar muito
arrependidos. Mais uma vez uma sequência de gafes e declarações ridículas está
fazendo do país uma grande piada internacional.
Para começar, em conversa com a imprensa ele assegurou
que “não há crise econômica no Brasil” e que o país está crescendo. Mas, ao
mesmo tempo, em sua página oficial no Twitter ele assegurou que seu governo
“conseguiu a volta do desemprego”!
Perguntado sobre a crise política e sobre as acusações
de corrupção passiva, Temer que se mantém “tranquilíssimo”, mesmo com as
notícias de que a base aliada está se desfazendo e que muitos parlamentares
estão retirando o apoio ao seu governo.
• Sim, estamos em uma recessão! Por que nossa “grande” imprensa, amestrada, está
tentando de todas as formas esconder que o país está em recessão? Por que os
comentários dos analistas econômicos não dão a verdadeira dimensão à deflação
(variação negativa dos preços) registrada em junho passado? Por que alguns
chegam até a comemorar uma “inflação negativa” como uma vitória do governo
golpista quando isso é sinal de emergência na economia?
Um recente estudo do DIEESE (Departamento Intersindical
de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) mostra que, ao contrário de outros
países, o Brasil trabalha no regime de metas de inflação a partir do “índice
cheio” do IPCA, ou seja, considera a variação completa do índice, que inclui
tanto preços administrados (gasolina, energia elétrica, água), como os sazonais
(alimentos, passagens aéreas e despesas com educação) ou ainda os vinculados ao
“mercado livre” e concorrenciais (cabeleireiro, serviços em geral) e de
produtos. Ou seja, leva em consideração o conjunto dos preços praticados no
mercado.
Isto faz com que o governo, ao tentar conter a
inflação, só tenha como alternativa combater a demanda de produtos e serviços. Ou
seja, segundo Milton Friedman (um dos pais do neoliberalismo), o que provoca a
inflação é o salário do trabalhador. Se há muito dinheiro nas mãos dos
consumidores a demanda é maior e força os preços para cima. Com pouco dinheiro
em circulação as pessoas compram menos e os preços caem.
O governo ilegítimo de Temer, sabendo que é passageiro,
acelerou no país a implantação de medidas neoliberais. Desemprego em alta e
salários em queda fazem com que a demanda por produtos seja menor e que a
inflação recue. Mas o preço disso é uma recessão, como já vimos em outros
momentos no país.
A deflação atual apenas comprova a grave recessão que
vivemos, mostra um completo desbalanceamento das políticas monetárias ao manter
os juros reais nas alturas mesmo nesse cenário (e com isso aprofundando a
recessão e o desemprego) e mostra o completo distanciamento da equipe econômica
de Henrique Meirelles e Temer com a realidade da população brasileira. Mas a
nossa imprensa está comemorando a queda da inflação!
• Quem está lucrando?
Os grandes bancos comerciais do Brasil são destaque entre os maiores devedores
com a União. Juntas, as instituições financeiras somam mais de R$ 124 bilhões,
de acordo com levantamento realizado pelo Sindicato Nacional dos Procuradores
da Fazenda Nacional (Sinprofaz), divulgado ontem (5). A natureza de tais
débitos envolve itens como Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS),
atividades de seguros, capitalização, resseguros, planos de saúde e
previdência.
De acordo com o relatório, do montante, R$ 7 bilhões
correspondem à dívida com a Previdência, R$ 107,5 milhões são referentes ao
FGTS e R$ 117 bilhões representam o restante. E esses números demonstram o absurdo
da proposta da reforma da previdência feita pelo governo golpista sob a
desculpa de que há déficit no orçamento da União. “Existe dinheiro, muito
dinheiro. Existe um órgão responsável pela cobrança que está cada vez mais
sucateado, porque não existe interesse do governo em que esse dinheiro seja
cobrado. Fazer uma reforma na Previdência dizendo que a conta, mais uma vez,
tem que ser paga pelo trabalhador é muito delicado”, disse o presidente do
Sinprofaz, Achilles Frias.
“Os bancos devem R$ 124 bilhões. São recursos do povo.
Verbas que poderiam ser investidas em áreas como educação, saúde, segurança
pública, infraestrutura e mesmo a Previdência, mas não é cobrada”, continua. A
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional possui a área de Estratégias de
Recuperação de Créditos para cobrar os valores. Essa dívida pode ser ainda
dividida entre situação regular ou irregular. As irregulares correspondem a R$
82,6 bilhões e representam valores com cobrança ativa em andamento, sem
garantia ou penhora de bens em execuções fiscais. Já a dívida em situação
regular representa R$ 41,8 bilhões.
Para o senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Previdência, destinada a investigar
o déficit no setor, alegado pelo governo federal para mover a reforma, “os
grandes devedores partem pela seguinte linha: devo, não nego e não pago. Eles
vão continuar brigando na Justiça dentro dos instrumentos que o processo
permite. Infelizmente, não são empresas pequenas. São bancos como Bradesco,
Itaú, Caixa, Banco do Brasil. Dívidas de bilhões”. (Matéria em Rede Brasil Atual)
• Um grande passo a ser acompanhado. O grupo de trabalho (GT) que investiga a ação do
Ministério do Trabalho durante o período da ditadura militar realizou a segunda
audiência pública na quinta-feira (06), em Belém (PA). Na sede da seccional
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PA), dirigentes das centrais sindicais e
trabalhadores filiados, que tinham atuação política contra o regime da época,
prestaram depoimentos sobre a repressão que sofreram.
Compõem o GT nove centrais sindicais, a Confederação
Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), o Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e o
Intercâmbio, Informações, Estudos e Pesquisas (Iiep). Criado ano passado, o
grupo foi formado dentro da Comissão Nacional da Verdade (CNV), mas as
atividades foram interrompidas devido à crise política e só agora retomadas.
Segundo Sebastião Neto, coordenador do Iiep, as
audiências públicas são importantes para resgatar a história dos trabalhadores
que foram perseguidos e torturados durante o regime. A partir dos relatos dos
sobreviventes e parentes das vítimas é possível escrever um outro enredo, bem
diferente do que é narrado pela “classe dominante”. “A gente está contando a
história dos trabalhadores no Brasil que não foi contada. A história [oficial]
foi contata pelas classes dominantes. Uma questão muito importante que saiu dos
sindicatos dos bancários é que as empresas tiveram motivação para cooperar com
a ditadura: cooperaram e tiveram vantagens econômicas. Aí, se descobre realmente a quem interessou o
crime de perseguição contra os trabalhadores”.
O Iiep está à frente do trabalho do qual fazem parte
pesquisadores, educadores e sindicalistas. A partir da investigação feita, os
membros conseguiram identificar mais de cinco mil caixas com documentação em
três locais de Brasília: na própria sede do Ministério do Trabalho, na
Esplanada; no Arquivo Nacional e no Centro de Referência do Trabalhador Leonel
Brizola. Documentos estes em estado “deteriorado”, segundo Neto.
• América Latina: encontrar um caminho para a esquerda. Nosso Informativo tem trazido constantes notícias
sobre a América Latina e o recuo experimentado nos últimos anos com a direita
neoliberal retomando espaços importantes na região. Mas estamos diante de uma
nova oportunidade para os partidos, organizações e movimentos sociais
progressistas na região: a realização do XXIII Encontro do Foro de São Paulo
que acontecerá entre os dias 15 e 19 de julho, na capital nicaraguense.
O Foro de São Paulo foi criado em 1990 depois de um
seminário internacional promovido pelo PT (Brasil). Foram convidados partidos e
organizações da América Latina e Caribe para debater alternativas à política
neoliberal dominante no Continente. Atualmente o Foro já conta com mais de 100
entidades (partidos e organizações) filiadas que participam dos encontros
anuais. Ali reúnem-se as mais variadas tendências dentro da esquerda: partidos
socialdemocratas; extrema-esquerda; organizações comunitárias, sindicais e
sociais; esquerda cristã, grupos étnicos e ambientalistas; organizações
nacionalistas; e partidos comunistas.
Isto significa que Managua estará se transformando,
durante alguns dias, no centro das forças de esquerda da Pátria Grande e do
mundo em um debate aberto para enfrentar a atual arremetida da direita,
financiada e programada por Washington.
O XXIII Encontro do Foro pode se transformar em uma
nova retomada para encontrar o caminho de resistência na região e colocar um
freio nos golpes de Estado promovidos contra governos progressistas. Pode se
materializar, agora, uma verdadeira unidade das forças de esquerda.
Os organizadores do encontro já produziram um documento
intitulado “Consenso de Nossa América” que pode servir para abrir os debates,
deixando de lado as diferenças que servem para o inimigo dividir a resistência
dos trabalhadores. Vamos aguardar os resultados.
• Venezuela aumenta o salário mínimo. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou no
domingo (02) um aumento de 50% no salário mínimo do país. A mudança incluirá
funcionários públicos, professores, médicos, bombeiros, policiais e militares.
O valor do salário mínimo subirá de 65.021 para 97.531
bolívares (Bs), equivalente a R$ 122. O presidente também anunciou um aumento
no vale-alimentação que complementa o salário, que agora será de 153.000 Bs.
As mudanças passaram a valer a partir do dia 1º de
julho e marcam o terceiro aumento de salário anunciado pelo governo esse ano.
Uma pesquisa realizada pela agência venezuelana
Hinterlaces divulgada no mesmo dia mostrou que 58% dos entrevistados disseram
preferir que Maduro permaneça como presidente e solucione os problemas da Venezuela,
enquanto 36% disseram que um governo constituído pela oposição seria melhor
para o país.
• A “oposição” diante da Constituinte. A direita da Venezuela começa a mostrar esgotamento de
suas artimanhas contra o governo de Maduro e agora resolveu convocar um
plebiscito informal para o próximo dia 16 de julho para, depois, se pronunciar
sobre a proposta de uma nova Constituinte no país.
Certamente que não perdem tempo em dar uma roupagem
“democrática” ao novo movimento e estão dizendo que “convocamos para o dia 16
de julho escolher o futuro do país nesse processo nacional de decisões
soberanas; a partir desse momento, dependendo do que acontecer, iremos a uma
fase superior de luta”.
A declaração já mostra que há um novo golpe em
andamento. Simples como forjar um plebiscito não oficial e depois divulgar
resultados que interessem para mais uma série de protestos ilegais no país.
Só para registrar, os partidos de “oposição” convocam o
plebiscito sem qualquer comunicação ao Conselho Nacional Eleitoral e sem
qualquer respaldo dentro da legislação vigente.
• “Sim, queremos um golpe”. A declaração foi feita por um dirigente da direita venezuelana, Juan Requesens,
do partido Primeiro Justiça (um dos mais envolvidos nos recentes atos
terroristas no país).
Suas palavras são claras para qualquer um: “Para chegar
a uma intervenção estrangeira temos que passar esta etapa”, disse ele
referindo-se à onda de atos terroristas e protestos violentos patrocinados por
Washington contra o governo de Maduro.
O deputado direitista revelou que a “oposição” na
Venezuela está em um processo de discussão sobre um plano que chamam de “hora
zero”, prevendo uma grande mobilização com a ocupação de ruas e praças públicas.
A ideia é chamar a atenção da imprensa internacional para justificar uma
intervenção no país.
Requesens disse que não se pode chegar ao dia 30 de
julho (data marcada para as eleições dos candidatos à Assembleia Nacional
Constituinte) “sem que façamos uma paralisação absoluta da vida cotidiana”.
Segundo ele, “é preciso tornar a crise mais aguda” para mostrar um cenário de
ingovernabilidade.
• Protestos contra Macri. Sindicatos de trabalhadores e de advogados trabalhistas na Argentina
realizaram manifestação na quarta-feira (05) contra as medidas anunciadas por
Macri contra os profissionais.
Os sindicatos operários, entre eles a Central de
Trabalhadores da Argentina (CTA), realizaram uma concentração diante do Hotel
Buenos Aires, para manifestar o protesto contra as novas políticas que reduzem
os direitos trabalhistas anunciadas por Mauricio Macri. Cerca de 50 entidades e organizações de
trabalhadores participaram da manifestação.
A Associação de Advogados Trabalhistas também convocou
o ato. O presidente da Associação, Matías Cremonte, disse que o protesto é para
“resistir à feroz ofensiva que, ao atacar os advogados, atinge gravemente os
trabalhadores”.
Nas últimas semanas, Macri e seus ministros fizeram
várias declarações contra a Justiça do Trabalho e contra os juízes. O
presidente argentino que chegou ao poder com a ajuda de Washington tem feito
denúncias dizendo que há uma “indústria de julgamentos” e chamou de “máfias” de
advogados os que defendem os trabalhadores contra as medidas tomadas pelo seu
governo.
• Macri autoriza experiências dos laboratórios farmacêuticos! A denúncia é muito séria e foi feita pelo Dr. Gonzalo
Mayano, da Cátedra Livre de Medicina e Direitos Humanos da Argentina.
Segundo ele, Mauricio Macri realizou uma reforma nos
dispositivos da ANMAT (Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e
Tecnologia Médica) para facilitar os experimentos da indústria farmacêutica no
país. Uma das modificações trata do item sobre “experimentos com pessoas”,
prática que já ocorre no país e que agora vai se ampliar com as medidas
assinadas pelo presidente neoliberal.
• A fome continua aumentando. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO),
fez um alerta na segunda-feira (03) na abertura de sua 40ª. Conferência, em
Roma, sobre o preocupante aumento do número de pessoas com fome no mundo desde
2015, ameaçando vários anos de progresso. A FAO ainda não pode precisar o
número exato deste acréscimo, mas indica que terá os resultados em setembro.
Em seu discurso na abertura da conferência, o
diretor-geral da agência das Nações Unidas, o brasileiro José Graziano da
Silva, disse que quase 60% das pessoas que passam fome no mundo vivem em áreas
de conflitos e afetadas por mudanças climáticas.
Graziano contou que os 19 países em situação de crise
quase sempre enfrentam também problemas com secas e/ou cheias. A FAO destacou o
alto risco de fome no nordeste da Nigéria, na Somália, no Sudão do Sul e no
Iêmen, com quase 20 milhões de pessoas severamente afetadas no total.
Segundo Graziano, o compromisso internacional para
acabar com a fome é fundamental, mas a questão só será realmente resolvida
quando governos transformarem as promessas em ações concretas em níveis local,
regional e nacional. Ele afirmou que a paz é vital para acabar com a crise, mas
quem tem fome não pode esperar a chegada da paz. (A informação é da ONU News)
• Grécia e Espanha ainda convivem com o desemprego. O Eurostat, escritório de estatísticas da União
Europeia, afirmou na segunda-feira (03) que a taxa de desemprego da zona do
euro permaneceu em 9,3% em maio em relação a abril, a mais baixa desde março de
2009, enquanto no conjunto da UE se manteve também sem variações em 7,8%, o
menor número desde dezembro de 2008. Isso significa pouco mais de 15 milhões de
pessoas desempregadas nos 19 países da zona do euro e 19,1 milhões de pessoas
desempregadas nos 28 países da UE.
Segundo o Eurostat, as taxas mais altas foram
observadas na Grécia (22,5% em março) e na Espanha (17,7%). Em Portugal, a taxa
de desemprego se manteve, pelo terceiro mês consecutivo, nos 9,8%, abaixo dos
11,2% do ano passado. A taxa de desemprego jovem foi, em maio, de 18,9% na zona
euro e 16,9% na UE, também em queda em relação aos 21,3% e 19,0% do ano
anterior, respectivamente.
• África: continente esquecido? (Ernesto Germano)
Há algum tempo pensamos em fazer uma série de matérias sobre o continente
africano, sempre esquecido ou pouco comentado nas análises internacionais. Recentemente,
em uma palestra que fizemos sobre a expansão do neoliberalismo no planeta,
ouvimos de um participante a seguinte pergunta: “Mas, e a África? Por que você
não falou sobre a África?”
Sim, havia uma falha no nosso raciocínio. Uma falha
causada pela pouca divulgação de matérias sobre a região. Além do mais, como
respondemos ao sindicalista que fez a pergunta, há uma questão séria: a África
é um continente muito rico que o sistema capitalista vai “deixando de lado”
como se fosse uma “reserva” quando o resto do planeta estiver esgotando suas
reservas.
A África, em grande parte, vai ficando mergulhada em
doenças, epidemias, guerras tribais e disputas entre grupos econômicos ou
ditadores locais. Para o sistema capitalista isto é ótimo: enquanto a população
africana morre de fome sobra mais verbas para armas e golpes.
O continente tem, aproximadamente, 30,2 milhões de
quilômetros quadrados. Socialmente é a região mais pobre do planeta onde vamos
encontrar os menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH). Mas é uma região
com grandes reservas minerais, em função de sua formação geológica
pré-cambriana. Terrenos muito antigos e com condições favoráveis para a
formação de minérios.
Na África temos cerca de 8% das reservas mundiais de
petróleo e gás natural, registrando-se o Congo, Egito e principalmente Angola,
Argélia, Líbia e Nigéria, que integram a OPEP.
Mas não só o petróleo e o gás. A África tem grandes
reservas de urânio (25% das reservas mundiais), além de antimônio, diamante,
ouro (maior produtor mundial), manganês, platina, cromo, entre outros.
Por que lembramos disso, agora? Porque acabam de ser
desclassificados importantes documentos estadunidenses sobre a região. São
registros feitos pelo Comando para a África dos Estados Unidos (AFRICOM), redigidos
em 2015, e listando 36 bases militares estadunidenses espalhadas em 24 países
africanos!
Em março passado, durante uma coletiva com a imprensa,
o chefe do AFRICOM, general Thomas Waldhauser, parecia incomodado com as
perguntas dos jornalistas. Pressionado, acabou dizendo que são mais bases
militares do que as conhecidas: são 45!
Certamente que tais bases estão localizadas
estrategicamente para dominar a riqueza mineral da África. Nosso Informativo
recebeu o documento publicado e estamos analisando para voltar ao assunto.
• EUA x Síria (1). Os
jornais de sábado anunciaram um possível acordo entre Vladimir Putin e Donald
Trump apontando para um acordo de cessar-fogo na Síria a partir deste domingo
(09).
As notas oficiais dizem que, após a reunião de mais de
duas horas entre os dois presidentes, a primeira dos dois mandatários desde que
Trump chegou ao poder, Moscou e Washington confirmaram o cessar-fogo entre as
cidades de Daraa e Quneitra, no sudoeste da Síria, a partir do meio-dia
(horário de Damasco) do próximo domingo (09).
“EUA e Rússia assumirão a responsabilidade de fazer com
que a trégua seja respeitada em uma área no sudoeste da Síria e garantirão a
chegada de ajuda humanitária”, disse o ministro das Relações Exteriores da
Rússia, Serghei Lavrov. O representante ainda ressaltou que os EUA “garantiram
que todos os grupos locais” vão respeitar o cessar-fogo. Para bom entendedor,
fica claro que quem comanda os grupos rebeldes sírios é Washington! Ou não é?
Lavrov ainda disse aos jornalistas que os dois líderes
conversaram em uma “atmosfera construtiva”, na qual “mostraram querer encontrar
as soluções para problemas entre os dois países e também em todo o mundo. Foi
um encontro puramente político”.
EUA e Rússia estão em blocos opostos nos conflitos
armados na Síria. Enquanto os estadunidenses armam grupos terroristas para
derrubar Bashar al-Assad e conta com o apoio da União Europeia em seus planos,
os russos vão mantendo a coalizão com Irã e com o governo de Damasco.
• EUA x Síria (2). Para
o professor do Instituto de Estudos Orientais da Academia de Ciências da
Rússia, Borís Dolgov, o objetivo principal de Washington no atual conflito
sírio é “debilitar a Síria ao máximo para poder realizar seu plano de divisão
do país árabe.
Em entrevista para a agência russa de notícias Riafan,
o especialista disse que regiões sírias poderiam converter-se em territórios
autônomos e independentes, controlados pelos EUA e seus aliados. E afirma que o
plano de divisão da Síria passa por enfraquecer a posição do Irã na região.
Dolgov diz ainda que há várias razões pelas quais
Washington e Tel Aviv se beneficiariam com a divisão da Síria. Em primeiro
lugar, o atual presidente, Bashar al-Assad, ser um aliado do Irã, um dos
inimigos declarados de Washington. Além disso, o enfraquecimento ou a divisão
da Síria diminuiria a influência russa na região.
• EUA x Síria (3). O jornal estadunidense The
Daily Beast revelou importantes dados sobre a nova estratégia estadunidense com
relação à Síria. Segundo a matéria, trata-se de um projeto de aceitar (no curto
prazo) a permanência de Bashar al-Assad no poder, apoiar as “zonas de
distensão” propostas pela Rússia e a presença de patrulhas militares russas em
algumas regiões da Síria.
O objetivo seria assegurar que a derrota do Estado
Islâmico (Daesh), grupo financiado por Washington, não se transforme em
enfrentamentos entre facções rivais apoiadas por Rússia e EUA.
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