segunda-feira, 10 de julho de 2017

Tucanos são sempre salvos pelo gongo do toma lá dá cá

Tucanos são sempre salvos pelo gongo do toma lá dá cá

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Tucanos são sempre salvos pelo gongo do toma lá dá cá
Por Mário Augusto Jakobskind
Quer dizer que o Conselho de Ética arquivou o pedido feito pelo senador Randolfe Rodrigues para analisar a cassação do mandato do Senador Aécio Neves, do PSDB. Quer dizer que a denúncia de caixa dois contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, também do PSDB  não prosperou porque o prazo se esgotou. Os tucanos são privilegiados porque de um modo geral escapam de processos. No caso de Aécio Neves é bem provável que tenha havido algum acordo do velho esquema fisiológico toma lá dá cá. Ou seja, a patota do PMDB consegue livrar a cara dos tucanos, mas em troca a patota dos que têm como ideólogo FHC votará em favor do golpista ilegítimo Michel Temer, que diariamente recebe deputados e, em troca de apoio, atende qualquer tipo de pedido.
Resta acompanhar agora o que acontecerá com o outro senador tucano, o amigão da empresa petrolífera Chevron, José Serra, que está sendo acusado também de usufruir de caixa dois. Se for absolvido antes de qualquer coisa será mais um político contemplado pelo jogo de sempre. Eliseu Padilha e Moreira Franco estão muito de olho nos acontecimentos e nem é preciso explicar o motivo.  
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Mas há analistas dizendo que os tucanos se juntarão aos Democratas para conquistar o poder, como fizeram nos dois mandatos do ex-presidente que não será processado porque o prazo da denúncia se esgotou.
É preciso acompanhar a votação do pedido do Supremo Tribunal Federal e saber quem livrará a cara do ilegítimo e quem optará pela abertura do processo contra o presidente ocupante do Palácio do Planalto. No ano passado, vale relembrar, os deputados que envergonham o Brasil aprovaram o impeachment de Dilma Rousseff, posteriormente confirmado pelos golpistas do Senado.
"Assim caminha o Brasil, cujo presidente ilegítimo estará participando da reunião do G-20, possivelmente dando vexames, como aconteceu em recente incursão na Rússia, que pelo boletim do Planalto foi chamada de União Soviética, e na Noruega. Temer deixou de lado o aparelho que mede as mancadas e não está nem aí"
Assim caminha o Brasil, cujo presidente ilegítimo estará participando da reunião do G-20, possivelmente dando vexames, como aconteceu em recente incursão na Rússia, que pelo boletim do Planalto foi chamada de União Soviética, e na Noruega. Temer deixou de lado o aparelho que mede as mancadas e não está nem aí. É preciso deixar claro que o ocupante do governo federal não representa o povo brasileiro, mas apenas a oligarquia que tem como meta transformar o País numa mera colônia, como era antes de 1930. Mas procura esconder essa realidade de qualquer forma, contando para tanto com o apoio da mídia comercial conservadora.
Enquanto isso, o Ministro da Fazenda, Henrique Meireles, que também estará na reunião do G-20 para mostrar à disposição de entregar todas as riquezas nacionais que ainda restam, tem circulado nas áreas evangélicas. Segundo noticiário divulgado pela mídia comercial conservadora, que o apoia em gênero, número e grau, o aposentado do Bank of Boston já não esconde que pretende ficar no lugar de Temer.
Pelo que se conhece do Ministro, a preferência é ser escolhido em uma eventual eleição indireta. Pode até querer concorrer, se ocorrer mesmo, em uma eleição direta em 2018, mas até lá muitas “verdades” propaladas pela mídia comercial podem não se sustentar, isto é, a tal melhora da economia pode ser derretida ao sabor da realidade dos fatos e a atual estratégia de toda mentira repetida muitas vezes com o objetivo de se transformar em verdade absoluta pode não durar até lá e até os incautos se tocarem que foram iludidos, portanto, deixando de ser incautos.
É tudo uma questão de mais dias menos dias, mas até lá o estrago do retrocesso provocado pela patota de Temer e Meirelles será muito grande.

Artigo publicado originalmente no jornal Brasil de Fato

  Mário Augusto Jakobskind é jornalista e escritor. Foi colaborador de O Pasquim e redator e editor, no Rio de Janeiro, da revista Versus, a primeira publicação de caráter latino­americano publicada no Brasil.

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