A Lava-Jato não destrói
apenas o setor de construção no Brasil. A operação arrasou também a indústria
naval do país.
Apenas no estaleiro Mauá,
parado desde julho de 2015, são três navios inacabados, parte de uma lista de
esqueletos gerados pela falência da indústria naval do país, após a descoberta
do esquema de corrupção montado na Petrobras.
Levantamento feito pela Folha
mostra que, como eles, existem outros três navios, sete sondas, um casco de
plataforma e quatro comboios hidroviários – formados, cada um, por quatro
barcaças e um empurrador – parados em estaleiros no país, em diferentes
estágios de construção.
Juntas, essas encomendas
somam US$ 6 bilhões e esperam pela solução de problemas contratuais ou
judiciais.
Além do fechamento de vagas
com a suspensão das obras, a paralisia aumenta o custo de embarcações, que já
haviam sido contratadas a preços superiores aos praticados no mercado
internacional.
“São barcos praticamente
prontos e enferrujados”, diz o vice-presidente do Sindicato da Indústria de
Construção e Reparo Naval (SINAVAL), Sérgio Bacci. “Para concluir, vai ter que
gastar mais dinheiro.”
A situação remete à primeira
grande falência da indústria naval brasileira, no final dos anos 1980, quando
problemas financeiros provocaram paralisações em obras. O último navio entregue
naquela época, o Livramento, por exemplo, demorou dez anos para ser construído.
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