DECLARAÇÃO DO GENERAL DE BRIGADA BOLÍVAR MARINHO SOARES
O general de brigada (reserva)
Bolívar Marinho Soares de Meirelles deplorou hoje a decisão do governo Michel
Temer de convidar o Exército estadunidense a participar de exercícios militares
na tríplice fronteira amazônica.
Levar às Forças Armadas Brasileiras a
uma manobra conjunta com as forças armadas norte-americanas é tentar exercer
pressão sobre as nações democráticas como a Venezuela, o Equador e a Bolívia,
sustentou o general em uma nota difundida na imprensa.
Soares de Meirelles sublinhou o
paradoxo que representa o fato que as Forças Armadas Brasileiras vão servir de
professores, didaticamente especializados no território nacional, aos
potenciais invasores, algo que catalogou como um horrível delito.
Hoje, sustentou, a maior hipótese de
guerra para Brasil é uma possível confrontação com o exército estadunidense
diante de uma invasão para se apropriar das reservas aquíferas, do pulmão
amazônico, do petróleo, ou do nióbio, um mineral utilizado para produzir aço
mais forte e ligeiro do qual Brasil possui o 97 por cento das reservas
mundiais.
O mapeamento de nossas táticas
defensivas passa a ser o absurdo dos absurdos, sublinhou o general Bolívar,
para quem o 'governo de traição nacional do usurpador Michel Temer deveria ser
processado por crime de lesa pátria ao abrir o conhecimento detalhado de nosso
território nacional ao Império do Norte'.
Acho que alguma reserva de
patriotismo deve existir em nossas Forças Armadas para que elas retomem a
espada usada nas lutas libertárias e digam um não democrático a esses capitães
que agora governam Brasil, manifestou.
A raiz de conhecer-se o convite de
Temer ao Exército estadunidense, o professor do Instituto de Estudos
Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (UFF) Thomas Heye valorizou que
a mesma evidenciava uma crescente reaproximação militar entre os dois países.
Um treinamento militar na fronteira
com as Forças Armadas norte-americanas resulta meio estranho, considerou o
especialista e assinalou que isso, também, deixa claro uma mudança com respeito
à posição do governo anterior, encabeçado pela deposta presidenta
constitucional Dilma Rousseff.
Pede que também se produza uma
reversão da política vigente nos últimos anos, de diversificar os provedores de
material bélico do Brasil mediante uma aproximação com países europeus como
França e Suécia, advertiu.
Em um comunicado difundido então, o
Partido dos Trabalhadores manifestou igualmente sua 'preocupação e total
oposição à iniciativa' do governo Temer.
A região amazônica é estratégica para
os interesses nacionais e o Exército Brasileiro já atua ali de forma soberana
para garantir a segurança de nosso território e apoiar às comunidades locais,
conjuntamente com a Marinha e a Aeronáutica, significou a nota petista.
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